
Uma ind�stria de Santa Luzia, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, decidiu redirecionar e antecipar a inaugura��o de uma de suas linhas de produ��o, atendendo aos apelos e esfor�os no combate e preven��o � COVID-19. A unidade de cosm�ticos, que previa inaugurar linha de fabrica��o de repelentes ao mosquito aedes aegypit a partir do final deste ano, passou a fabricar, desde o in�cio de abril, �lcool em gel. Especializada em produtos de limpeza dom�stica e profissional, a UAU Ingleza doar� 15 toneladas de �lcool em gel e l�quido. A doa��o completa, incluindo desinfetante e limpador cloro ativo a comunidades de Minas Gerais e do Rio de Janeiro e a hospitais da rede p�blica mineira chega a 1.500 toneladas.
A inaugura��o foi acelerada para o lan�amento do produto. Junto com as doa��es, a empresa tamb�m envia cartilhas com cuidados de higiene a serem tomados em casa, a fim de evitar a contamina��o e a dissemina��o do novo coronav�rus.
A fabrica��o de repelentes contra o mosquito da dengue deveria se iniciar no segundo semestre deste ano. Entretanto, diante da pandemia do coronav�rus a dire��o da UAU Ingleza resolveu realocar funcion�rios de outros setores e colocar j� em funcionamento a parte da ind�stria que tinha o espa�o f�sico dispon�vel para produzir �lcool.
A unidade foi constru�da h� dois anos e aguardava tr�mites burocr�ticos para entrar em opera��o, explicou a gerente de pesquisa, desenvolvimento e inova��o da empresa, Cristiane Ara�jo. Ela funcionaria na fabrica��o de um repelente ao mosquito da dengue, produto desenvolvido por pesquisadores da pr�pria empresa. “� um produto com maior durabilidade, a efic�cia de 16 horas, inovador no mercado, mas que depende de uma s�rie de procedimentos exigidos pela vigil�ncia sanit�ria antes de entrar em produ��o em escala industrial”.
Diante da crise provocada pela quarentena do coronav�rus, a ind�stria resolveu ent�o acionar a vigil�ncia sanit�ria do estado e conseguiu a libera��o para produ��o do �lcool em gel. “J� t�nhamos mat�ria-prima, usados na fabrica��o de outros produtos que foram tirados de linha para atender a essa emerg�ncia, j� que tamb�m o maquin�rio e pessoal, que foi treinado, estavam dispon�veis”. A empresa ainda contratou mais 20 funcion�rios para nova linha de produ��o. Seus 700 empregados tamb�m receberam o �lcool gratuitamente.
De acordo com a gerente, a ind�stria retomou a fabrica��o de desinfetante hospitalar, que havia sido retirado de linha, e j� disponibilizou quase 1,5 mil toneladas de litros para hospitais de todo o estado, indicados pela Secretaria de Estado de Sa�de (SES).
A Uau Ingleza nasceu em Minas Gerais h� 60 anos e trabalha com produtos de limpeza em geral e cuidados para casa. Tem capacidade di�ria de produ��o de com�sticos de 2 toneladas em sua f�brica em Santa Luzia, na Grande BH. Cristiane disse que a empresa est� em parceria com a Central �nica de Favelas – Cufa, para distribuir entre as comunidades carentes de Minas, Rio e S�o Paulo, �lcool 70% produzido pela ind�stria.
Hospitais da rede p�blica de Minas Gerais receber�o tamb�m 100% da produ��o do DCG70 (Desinfetante hospitalar alcalino gel concentrado), o que corresponde a 1,4 milh�o de litros. O produto � desenvolvido para desinfec��o de superf�cies fixas e artigos n�o cr�ticos em cl�nicas, consult�rios, hospitais e �reas de assist�ncia � sa�de. Em Minas, a doa��o ser� realizada em parceria com a Secretaria de Vigil�ncia Sanit�ria local. Ser�o mais de 100 hospitais atendidos.
Al�m de hospitais, a Ingleza distribuir� produtos a comunidades. At� o momento, j� foram direcionados �s regi�es de Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, e Complexo do Alem�o e Rocinha, no Rio de Janeiro. A doa��o de 9 toneladas de desinfetante com efeito germicida e bactericida, e cloro ativo, limpador antibactericida, foi realizada dia 4 de abril, e a distribui��o est� sendo promovida aos poucos. Estima-se que cerca de 50 mil fam�lias est�o sendo inclu�das nessa a��o.
O diretor comercial da Ingleza, Rog�rio Furtado, explica a import�ncia da iniciativa. “Em abril, completamos 60 anos de hist�ria e estamos celebrando de outra forma: usando nossa for�a de produ��o para apoiar popula��es carentes e hospitais”.
Outras iniciativas
Com o com�rcio praticamente parado em todo o pa�s, a ind�stria vem se reinventando para enfrentar esse per�odo de quarentena, que ainda n�o tem prazo para terminar. Mauro C�lio de Melo J�nior, vice-presidente do Sindicato da Ind�stria do Vestu�rio de Divin�polis (Sinvesd), cidade polo em confec��es no estado, disse que muitas unidades est�o completamente paradas. Propriet�rio da MX72 Confec��es, produtora de camisas, ele mudou completamente a linha de produtos. “Agora, s� produzimos m�scaras. Quase todas as ind�strias da regi�o migraram para essa linha. N�o mudamos maquin�rio e j� t�nhamos a mat�ria-prima, que � o tecido”.
A empresa, que tem 200 funcion�rios fixos, trabalha com equipe reduzida (150) e mais 500 costureiras terceirizadas. “Sabemos que a situa��o � tempor�ria e nossa esperan�a � que at� final de maio possamos retomar as atividades normais, sem ter demitido ningu�m.” As m�scaras s�o vendidas nos estados de Minas, S�o Paulo e Rio de Janeiro.