Coronav�rus: 1� casamento virtual de Minas tem noivos apaixonados e imprensa na plateia
Noivos trocaram alian�as por videoconfer�ncia; modalidade � op��o para quem deseja se casar no civil durante a pandemia, em que as aglomera��es s�o desaconselhadas pelas autoridades sanit�rias
postado em 30/04/2020 11:58 / atualizado em 05/05/2020 16:41
Primeiro casamento virtual de Minas, modalidade imposta pela pandemia de coronav�rus, teve apenas a imprensa na plateia (foto: Leandro Couri/EM. D.A. Press)
Pelo poder investido no juiz de paz Leonardo Lima, na internet, nas c�meras e em dois notebooks de 14 polegadas, Helo�sa Helena Coutinho e Welton Adriano de Souza foram declarados marido e mulher �s 10h desta quinta-feira (30).
Sem direito a chuva de arroz, abra�os e cumprimentos de familiares e amigos, o casamento por videoconfer�ncia - primeiro desse formato realizado em Minas Gerais - foi celebrado no Cart�rio de Registro Civil e Notas do Barreiro, em Belo Horizonte.
Por determina��o da Corregedoria-Geral de Justi�a de Minas Gerais, assim ser�o realizadas todas as uni�es civis do estado durante a pandemia de coronav�rus, j� que as aglomera��es das cerim�nias presenciais s�o favor�veis � propaga��o da COVID-19.
"Nossa conex�o � muito forte", define a noiva, que j� mora com o marido no Bairro Milion�rios, na Regi�o do Barreiro. Refere-se n�o s� � conex�o afetiva, como tamb�m � digital, presente na vida do casal desde o in�cio do namoro. Helo�sa conta que o relacionamento com Welton teve in�cio pelas redes sociais, h� um ano. "Ele me adicionou no Instagram, passamos a trocar mensagens e, desde ent�o, n�o nos desgrudamos mais", relembra.
Efeito coronav�rus: sem chuva de arroz e convidados, primeiro casamento virtual de Minas foi celebrado no Cart�rio de Registro Civil e Notas do Barreiro, em BH. (foto: Leandro Couri/EM. D.A. Press)
A virtualidade foi o �nico elemento n�o convencional a cerim�nia. Do outro lado das c�meras, os nubentes se mantiveram fi�is ao script tradicional. Helo�sa apareceu maquiada, bem penteada e de vestido branco, carregando um bouquet. O noivo, de camisa bem passada, abotoada at� o pesco�o. Os cabelos bem-acomodados com gel tamb�m denunciavam o capricho dispensado � apar�ncia. O "sim" foi dito de uma unidade da Igreja Batista, denomina��o evang�lica que os dois frequentam, ao lado de duas testemunhas, como exigem as leis do C�digo Civil Brasileiro.
“� de livre e espont�nea vontade que desejas casar com Helo�sa?”, questiona o juiz de paz. “� sim!, respondeu Welson, transparecendo convic��o, mesmo tom com que a jovem respondeu a pergunta.
A troca de alian�as, seguida de um beijo, arrancou sorrisos da imprensa, �nica plateia presente no sal�o do cart�rio. “Ah, que lindos! Sejam muitos felizes”, desejou uma rep�rter de TV que cobria o evento.
Burocracia digital
Na celebra��o por videoconfer�ncia, o'sim' dos noivos registrado na grava��o vale como como assinatura do registro de casamento. O juiz de paz Leonardo Lima e a oficial do cart�rio, Let�cia Assump��o, s�o os �nicos que assinam o livro (foto: Leandro Couri/EM. D.A. Press)
A oficial de registro do cart�rio do Barreiro, Let�cia Franco Maculan Assump��o, explica que o matrim�nio a dist�ncia n�o exigiu muitas adapta��es. "O casamento tradicional � feito presencialmente, com os nubentes e duas testemunhas. O casal pode trazer quantas pessoas quiser para poder assistir (a cerim�nia). Tendo em vista a necessidade de isolamento social, a Corregedoria de Justi�a publicou uma portaria em 22 de abril, autorizando realiza��o do ritual por videoconfer�ncia, detalha
"A diferen�a � que o casal n�o assina o livro de registros, apenas eu, que sou a oficial, e o juiz de paz. Vai valer no lugar da assinatura dos noivos o 'sim' que eles proferiram no v�deo que gravamos aqui, que ficar� arquivado", completa.
Estreante na fun��o de "celebrante virtual', Leonardo Lima diz que, durante o ritual de aproximadamente sete minutos, tentou compensar o clima pouco caloroso do sal�o vazio, sem a usual algazarra dos convidados. "Busquei imprimir o m�ximo de emo��o que as condi��es tecnol�gicas nos permitem", comenta.
Implac�vel, como de costume, a burocracia cartor�ria cobra seu pre�o pela inova��o. Segundo a tabeli� Let�cia, a uni�o civil on-line tem o custo extra de R$ 36,26, referente ao uso da plataforma Google Meet. A esse valor, somam-se os R$ 500 j� cobrados pelos tabelionatos mineiros. As tarifas s�o fixadas pela legisla��o estadual. Ainda de acordo com a oficial, a ades�o � videoconfer�ncia n�o � obrigat�ria para quem j� estava com o cas�rio marcado. Os ritos podem ser adiados para depois do surto global, op��o feita, at� o momento, por 200 c�njuges da Regi�o do Barreiro.
Para esta quinta-feira (30), h� mais quatro celebra��es virtuais marcadas no cart�rio do Barreiro, al�m da de Helo�sa e Welton. A tabeli� aposta nessa variante como uma tend�ncia que veio para ficar. "Todo mundo agora faz compras pela internet, neg�cios... por que n�o celebrar casamentos pela internet? Eles oferecem a mesma seguran�a jur�dica, al�m da garantia de que a uni�o pode ocorrer mesmo que os interessados n�o possam comparecer ao cart�rio", avalia.