
Dentre os chamados invis�veis sociais est�o pessoas que tiveram seus CPFs cancelados ou n�o est�o registradas em sistemas governamentais, n�o sendo contabilizadas, portanto, pela administra��o p�blica. No entanto, muitas vezes essas pessoas convivem trabalhando em fam�lias e, simbolicamente, fazem parte das chamadas ocupa��es sob invisibilidade. Esse � o caso de v�rias diaristas ao redor do pa�s, que, com a pandemia, viram suas rendas semanais ca�rem drasticamente. Como gesto solid�rio, um grupo de Belo Horizonte resolveu ajudar essas profissionais com cestas b�sicas e informa��o.
O Tereza de Benguela � um coletivo que faz a conex�o de consumidores com cerca de 10 prestadoras de servi�o. Ao longo dos quatro anos de hist�ria, a ONG tamb�m auxilia profissionais de limpeza a ter acesso a pol�ticas p�blicas, como benef�cios financeiros.
Agora, com as medidas de isolamento social, o grupo se deparou com uma demanda fora do padr�o de prestadoras que perderam suas faxinas semanais e renda. Como medida de apoio, Renata Aline, criadora do coletivo, organizou uma campanha para arrecadar e distribuir cestas b�sicas a essas pessoas.
Geralmente, conforme ela explica, as profissionais realizam cerca de seis faxinas por semana, cada uma a um custo R$ 150.
“Todas as faxineiras que s�o ligadas diretamente ao coletivo pararam de trabalhar porque n�s tamb�m somos seres humanos e estamos prop�cias a nos contaminar. Conversamos com todos os clientes fixos e eles aceitaram continuar pagando os sal�rios delas. Mas h� v�rias outras faxineiras que n�o s�o ligadas a grupos e perderam sua fonte de renda com a pandemia”, comenta Renata.

Conforme conta Renata, muitas dessas profissionais se encaixam em requisitos do governo para entrar em programas sociais, principalmente durante a pandemia. No entanto, h� falta de informa��o entre elas e muitos nem sabem que esses programas existem.
“Isso acontece com a maioria. Muitas meninas est�o no cadastro �nico da prefeitura, tem filho na rede municipal e at� teriam direito ao Bolsa Fam�lia, mas elas n�o sabem disso. Al�m da cesta b�sica, o que fazemos � ir at� elas e explicar como ter acesso a esses benef�cios”, explica.
Conforme o Estado de Minas noticiou na �ltima segunda-feira, cerca de 15 mil fam�lias n�o se cadastraram no sistema da Prefeitura de Belo Horizonte para ter acesso a uma cesta b�sica. O benef�cio � destinado a respons�veis por alunos da rede municipal de ensino.
Al�m disso, a prefeitura garante o benef�cio a moradores de vilas, favelas e ocupa��es urbanas inscritas no Cad�nico. Tamb�m fazem parte desse contingente moradores que n�o estavam em cadastros anteriores, mas est�o no Sistema SUS; estudantes da Educa��o de Jovens e Adultos (EJA); pessoas com medidas protetivas e moradores de comunidades tradicionais, como quilombos urbanos.
Doa��es
Todas as cestas b�sicas entregues pelo coletivo s�o provenientes de doa��es. Para isso, o grupo mant�m em suas redes sociais campanhas de recolhimento de dinheiro e alimento. “Nesse m�s, um grupo nos doou 100 cestas b�sicas. Entregamos todas as cestas a diaristas que estavam pedindo socorro porque n�o tinham nenhuma faxina”, conta Renata.
Inicialmente, as profissionais que receberam as doa��es s�o moradoras do Bairro Justin�polis e Aar�o Reis.
Como doar?
O grupo aceita doa��es de dinheiro, cestas b�sicas e at� alimentos avulsos. Para doar � necess�rio entrar em contato com o coletivo por meio das redes sociais do grupo: Facebook e Instagram
Em caso de alimentos e cestas b�sicas, � poss�vel envi�-los � sede do coletivo, no Bairro Conc�rdia. O grupo busca a doa��o na casa do doador, se preciso.
Em caso de dinheiro, o coletivo tem contas no Banco do Brasil e na Caixa Econ�mica Federal.
*Estagi�rio sob supervis�o do subeditor Eduardo Murta