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Estado de Minas PESQUISA

Coronav�rus: Mais consciente sobre o isolamento, classe C tolera quarentena at� agosto

Apoio a isolamento � o mais alto na Grande BH em cinco semanas, segundo pesquisa feita de 30 de abril a ter�a-feira pelo Instituto Olhar/Netquest/Crisp/UFMG


postado em 07/05/2020 04:00 / atualizado em 07/05/2020 08:02

Sujeitos a restrição mais severa, idosos concordam com distanciamento até 8 de junho em BH e entorno(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press - 20/4/20)
Sujeitos a restri��o mais severa, idosos concordam com distanciamento at� 8 de junho em BH e entorno (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press - 20/4/20)

O equil�brio mantido entre a perda de renda e a redu��o de gastos faz com que a classe m�dia baixa (classe C) da Grande Belo Horizonte expresse o maior n�vel de toler�ncia ao isolamento social. Esse grupo da popula��o aceita que a quarentena chegue a 21,5 semanas, ou seja, a 17 de agosto. Diferentemente, os idosos, com ensino m�dio completo, que cumprem a reclus�o mais severa por participar do grupo de risco da COVID-19, concordam em ficar afastados por menos tempo, aceitando a dura��o de 11,4 semanas, prazo que se estende at� 8 de junho. Em geral, os habitantes de BH e regi�o metropolitana aceitam se isolar por 16,7 semanas. Contado desde 20 de mar�o, esse prazo seria at� 14 de julho.

Os dados mostram uma grande disposi��o em cumprir o distanciamento comunit�rio de habitantes da Grande BH entrevistados pela pesquisa “Term�metros da crise COVID-19”, do Instituto Olhar, Netquest e UFMG, divulgada semanalmente pelo Estado de Minas. A toler�ncia ao isolamento acima do que prefeituras como a da capital demonstram programar (meados de julho, por enquanto) seria reflexo de uma redu��o da preocupa��o com os efeitos da pandemia no or�amento familiar e de um temor maior do cont�gio pelo novo coronav�rus (Sars-Cov-2), como pode ser visto nesta quinta semana de entrevistas, conduzidas entre 30 de abril e a �ltima ter�a-feira.

“No in�cio, as pessoas estavam muito preocupadas com a perda de renda, se ficariam sem o sal�rio e como poderiam pagar suas contas. Acontece que j� est�o percebendo que as contas tamb�m se reduziram. Sobretudo gastos com transporte, escola. Tudo isso trouxe essa percep��o de que o isolamento pode ser estendido para manter o controle da doen�a”, destaca o s�cio-diretor do Instituto Olhar, professor Matheus Lemos de Andrade, que � doutor em administra��o.

A menor toler�ncia refletida pela expectativa de idosos dentro do grupo de pessoas com ensino m�dio completo se daria por uma estafa natural, segundo avalia��o do diretor do Instituto Olhar. “Essa faixa, por ser considerada um grupo de risco, foi a que se comprometeu com um isolamento mais r�gido. Por esse motivo, � natural que j� esteja mais desgastado com esse afastamento e queira voltar �s suas atividades antes dos demais”, afirma Andrade.

A pesquisa foi realizada com 492 pessoas e tem margem de erro de 4,5 pontos. O intervalo de confian�a dos dados � de 95%. Os entrevistados emitiram notas de zero a 10, traduzidas depois em term�metros com os par�metros de apoio ao isolamento social, medo da infec��o, desempenho dos governos no enfrentamento � pandemia e comprometimento econ�mico.

O apoio ao isolamento social se encontra em seu �ndice mais alto desde o in�cio da pesquisa, h� cinco semanas, com nota 8,7. J� o apoio a essa medida como forma de controlar a transmiss�o da doen�a tamb�m chegou ao n�vel mais elevado, com pontua��o de 8,8, ante 8,4 da semana anterior e 8,6 da terceira s�rie de levantamentos, que indicava, at� ent�o, a maior nota, 8,6.


Emerg�ncia


A confian�a no isolamento praticado por familiares e amigos permaneceu no �ndice mais baixo (7,8) e o isolamento praticado se manteve muito alto, com nota 9,6. Foi a pesquisa em que mais pessoas deram nota 10 para o apoio ao isolamento, com 66,2% dos pesquisados. A confian�a no afastamento praticado pelos outros re�ne 76,4% dos entrevistados com notas bem distribu�das entre 7 e 10.
Do universo dos entrevistados, 12,7% declararam que exercem atividade essencial e por isso precisam deixar a resid�ncia com frequ�ncia e se exp�r � possibilidade de contamina��o pelo novo coronav�rus. O n�vel de isolamento irrestrito das pessoas que s� saem em verdadeiras emerg�ncias chega a 11,5% das pessoas ouvidas. O grupo mais numeroso � o de quem deixa seu domic�lio apenas para atividades essenciais, de 69,2%. Quem apenas reduziu o contato social soma 5,6%, enquanto 1% n�o mudou sua rotina normal.

Ao longo dos levantamentos o term�metro da economia chegou a ser o mais not�vel, com 9,1 pontos na primeira semana da pesquisa, demonstrando a preocupa��o dos entrevistados com a situa��o financeira. Mas esse temor se reduziu e, atualmente, mostra nota 8,8, na pr�tica, empatado com o apoio ao isolamento social, que marcou 8,7 nesta s�rie. A preocupa��o maior � com a economia nacional, com 9,4 pontos, e a menor com as contas da fam�lia, chegando a 7,2. Do total de entrevistados, 1,6% perdeu o emprego devido � pandemia, ao passo que  61,9% afirmam que sua renda foi reduzida. Para a maioria, a perda de poder financeiro est� no patamar entre 10% e 20% da renda.

Temor chega ao ponto m�ximo

O medo do novo coronav�rus vem crescendo e atingiu seu mais alto patamar na Grande BH, de acordo com a pesquisa “Term�metros da crise COVID-19”, com 8,3 pontos. Os mais preocupados com a doen�a s�o as mulheres, com nota 8,7, ante 7,8 dos homens, e os mais jovens, que marcaram 8,7, perante 8,2 dos idosos acima de 60 anos, ainda que seja esse o grupo de maior risco et�rio. O medo em BH � consideravelmente maior que na regi�o metropolitana, onde foi destaque a nota 8,4, contra 7,7. Os mais pobres, das classes D e E, registraram 8,6 pontos para o receio de ter a infec��o, n�vel superior ao das classes C, com 8,1, e B, com 8, enquanto os mais ricos, da classe A, s�o os que menos temem a doen�a, com 7,8.

“O medo est� alto, mas os trabalhos est�o sendo bem-sucedidos no achatamento da curva de cont�gios e isso traz confian�a. Esse resultado, n�o sabemos se por isolamento ou pela demografia, traz esse sentimento de um equil�brio entre os term�metros do medo da doen�a e o medo de a economia ser afetada. Antes a economia era uma incerteza, assim como o contato com a doen�a. Hoje, s�o uma parte mais pr�xima, mais real. Com isso, a preocupa��o com a doen�a cresceu devagar e equilibrou essas duas perspectivas", observa o s�cio-diretor do Instituto Olhar, professor Matheus Lemos de Andrade.

A atua��o dos governos, em decl�nio desde o in�cio da pesquisa, segue com a nota mais baixa, de 5,5, puxada pelo governo federal, cujas a��es desagradam cada vez mais �s pessoas ouvidas, chegando � pior pontua��o, de 3 pontos, ante 3,9 da �ltima pesquisa. O fraco resultado influenciou no resultado geral, mesmo o governo estadual ficando est�vel na pontua��o recebida, de 5,4 para 5,5. A avalia��o das a��es das prefeituras apresentou melhora substancial, de 7,4 para 8,1. Ao todo, 46,2% das pessoas deram nota zero para o desempenho do governo federal nessa pandemia, enquanto 44% deram nota m�xima para as prefeituras. O governo Zema concentra 52,5% das notas entre 5 e 8. 


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