
"N�o se espantem se Belo Horizonte for a primeira cidade a ser trancada. Depende de n�s. Fiquem em casa. N�o quero trancar esta cidade"
Alexandre Kalil, prefeito de Belo Horizonte
O prefeito Alexandre Kalil (PSD) admitiu ontem que pode “fechar” Belo Horizonte para conter o avan�o do novo coronav�rus na cidade, inclusive iniciou ontem a implanta��o de 13 barreiras sanit�rias para fiscalizar os ve�culos que chegam � cidade. Ele afirmou que h� nove pacientes de outros estados em hospitais da cidade. “Belo Horizonte est� virando um grande importador de doentes. Temos cinco do Par�, um do Rio de Janeiro, um do Esp�rito Santo e dois de S�o Paulo”, disse, em pronunciamento seguido de entrevista coletiva. Todos est�o em tratamento em centros de sa�de privados. Ele voltou a chamar de “idiota” e “ego�sta” quem n�o est� usando m�scara. A capital j� registrou 979 casos e 26 mortes desde o in�cio da pandemia.
O chefe do Executivo afirmou que a prefeitura trabalha para tentar conter a chegada em massa de pacientes de outros estados, para n�o privar a popula��o local do acesso ao tratamento em caso de sobrecarga no sistema de sa�de. “Todo sacrif�cio e o dinheiro que foi posto aqui s�o para a nossa popula��o, que est� se sacrificando. � claro que ningu�m vai negar socorro para ningu�m. Agora, houve um sacrif�cio muito maior do povo belo-horizontino, que � um povo mais disciplinado mesmo, � mais respons�vel mesmo. Isso aqui n�o � hospital. Isso aqui � uma cidade onde todo mundo respeitou (o isolamento) e por isso estamos minimamente garantidos at� agora. Amanh�, eu n�o sei” , disse.
ROD�ZIO Questionado sobre a possibilidade de adotar o "rod�zio de carros" para aumentar o isolamento social, Kalil afirmou: “Admito tudo, at� fechar a cidade. N�o tem nada que n�o � pass�vel de c�pia, porque d� certo, ou de radicaliza��o”. Disse que n�o quer tomar essa decis�o radical, mas alertou: “N�o se espantem se Belo Horizonte for a primeira cidade a ser trancada. Volto a falar: depende de n�s. Fiquem em casa. N�o quero trancar esta cidade. Agora, a popula��o de Belo Horizonte tem tr�s anos e meio que me conhece. N�o se espantem se Belo Horizonte for a primeira cidade a ser trancada”.
Kalil, entretanto, manteve a esperan�a de iniciar a reabertura gradual do com�rcio no dia 25. Mas o cumprimento do prazo depende de indicadores epidemiol�gicos da capital, como n�mero de infectados e mortos, �ndice de transmiss�o e quantidade de leitos dispon�veis. Esses valores ser�o avaliados por especialistas que integram o Comit� de Combate � Epidemia da COVID-19.
“O povo de Belo Horizonte tem o comando da abertura da cidade. Podemos ser a primeira cidade do pa�s a sair deste embrulho ou podemos mudar a data. At� agora, em estudos minuciosos dos cientistas, ainda conseguimos manter essa data. Mas se continuar a flexibiliza��o (do isolamento), desorganiza��o e desobedi�ncia, vamos mudar a data”, disse.
Apesar do apelo do prefeito, a reportagem do Estado de Minas flagrou pessoas aglomeradas em fila de �nibus ontem, na Rua Rio Grande do Sul, na Regi�o Central da capital, e usando m�scaras de forma inadequada, embaixo do nariz.
BARREIRAS
SANIT�RIAS
A partir da pr�xima semana, Belo Horizonte ter� 13 barreiras sanit�rias para fiscalizar ve�culos que chegam � cidade. “Para entrar na cidade, os �nibus e carros ser�o parados nas entradas de Belo Horizonte para verifica��o sanit�ria”, anunciou Kalil, ap�s reuni�o com os secret�rios municipais. O processo de fiscaliza��o de quem chegar � cidade ter� duas etapas: medi��o de temperatura corporal e aplica��o de um question�rio.
Segundo o secret�rio municipal de Sa�de, Jackson Machado Pinto, essas a��es “v�o determinar se as pessoas v�o ser encaminhadas aos ambulat�rios espec�ficos de doen�as respirat�rias” e ajudar�o a identificar e isolar os contatos de quem tiver sido infectado com o v�rus. A data exata para a implanta��o das barreiras ainda n�o foi estabelecida.