
A transmiss�o do novo coronav�rus (Sars-Cov-2) em Belo Horizonte e em Minas Gerais ocorreu em ritmo extremamente mais lento do que em S�o Paulo, Rio de Janeiro e suas capitais durante o per�odo de quarentena (40 dias de afastamento social preventivo). Compilando dados das secretarias de Sa�de e do Minist�rio da Sa�de, a reportagem do Estado de Minas comparou a evolu��o de novos casos exclusivamente adquiridos dentro do per�odo de distanciamento, que mostra que em BH, por exemplo, a transmiss�o nesse per�odo, apesar de crescente, foi 10 vezes mais lenta do que na capital paulista. Em Minas Gerais, os dados mostram, no mesmo per�odo, um volume de infec��o de um ter�o do verificado no Brasil.
Para produzir esse comparativo, a reportagem utilizou uma metodologia orientada pela Sociedade Mineira de Infectologia, que leva em conta 40 dias corridos de isolamento, a partir dos cinco dias de in�cio da transmiss�o da COVID-19 e das 72 horas necess�rias para que o diagn�stico de novos casos sejam divulgados por laborat�rios como a Funda��o Oswaldo Cruz e a Funda��o Ezequiel Dias.
Em Minas Gerais, os 40 dias de isolamento produziram m�dia di�ria de 64 novos diagn�sticos, contra 16 registros por dia do per�odo anterior ao recolhimento social, quando o v�rus ainda circulava bem menos. J� na capital mineira, a m�dia passou de 10 casos antes do distanciamento para 19. Mas, ao se comparar esse ritmo com o de S�o Paulo, que de 104 casos novos passou a 963, ou do Rio de Janeiro, que foi de 43 a 327, percebe-se um salto exponencial nos estados vizinhos.
Antecipa��o Para o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estev�o Urbano Silva, um dos principais motivos para o v�rus circular menos em BH e em Minas Gerais que em outros estados e capitais se deve ao isolamento social, que foi praticado com antecipa��o e seguido com mais disciplina. “S� posso garantir que as cidades que se deram melhor, at� o momento, foram as que praticaram o distanciamento social primeiro e onde a ades�o da popula��o foi maior.”
Os n�meros mostram um pouco como tem sido a quarentena nas alterosas. A segunda semana de afastamento social em Minas Gerais foi a que apresentou maior crescimento, de 42,2% sobre a primeira. Na sequ�ncia, o crescimento � t�mido, de 2,1%, indicando uma estabilidade de diagn�sticos de doentes. Da terceira semana para a quarta e da quarta para a quinta, s�o computadas mais sequ�ncias de crescimento, de 23,5% e 34,1%, respectivamente.
Em BH, o movimento foi diferente. O n�mero de casos caiu 12,5% da segunda semana sobre a primeira, despencou mais 16,3% da terceira para a segunda semana, sofreu um aumento de 31,7%, que praticamente trouxe o ritmo de novos casos ao patamar da primeira semana, registrando nova derrubada da quarta para a quinta, da ordem de 9,2%. Os estados de S�o Paulo e do Rio de Janeiro apresentaram as �ltimas semanas de quarentena com mais forte crescimento de casos, chegando a altas de 82,8% e de 106,6%, respectivamente. Na capital paulista, esse �ltimo per�odo teve alta de 74,2% e na capital fluminense, de 38,3%.
O subsecret�rio municipal de Promo��o e Vigil�ncia � Sa�de de BH, Fabiano Pimenta, avalia que um conjunto de a��es possibilitou que a capital mineira se destacasse, desde a pulveriza��o dos locais de vacina��o contra a gripe, poupando os idosos de uma grande exposi��o, at� o isolamento. “� bom destacar tamb�m algo important�ssimo que foi e tem de ser muito frisado que � a etiqueta da tosse, do espirro, do lavar a m�o constantemente, se abster do aperto de m�o, abra�os e beijos”, destaca.
“Sem d�vida nenhuma, uma decis�o importante foi o est�mulo � n�o aglomera��o de pessoas, seguida pelos decretos que suspenderam os alvar�s de neg�cios n�o essenciais. O SUS em BH � consolidado, tem 152 unidades de sa�de com cobertura de mais de 80% do programa de sa�de da fam�lia. Fizemos uma extens�o do hor�rio de atendimento dessas unidades. Chamamos a aten��o para pessoas com sintomas mais graves procurarem as unidades de sa�de e houve uma resposta importante”, afirma Pimenta.
