(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas Entrevista

UFMG investe em for�a-tarefa contra as fake news

A iniciativa visa a fornecer informa��es confi�veis e, sobretudo, compreens�veis para o p�blico sobre a pandemia


17/05/2020 04:00 - atualizado 17/05/2020 08:26

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)


Yurij Castelfranchi, professor do Departamento de  Sociologia da Faculdade de Filosofia e Ci�ncias Humanas (Fafich) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), � um dos respons�veis pela for�a-tarefa Amerek de combate ao coronavirus, iniciativa de pesquisadores e professores da UFMG. A iniciativa visa fornecer informa��es confi�veis e, sobretudo, compreens�veis para o p�blico sobre a pandemia. Nesta entrevista, o professor avala os efeitos perversos das fake news .

Existem pelo menos dois grandes tipos de pessoas que divulgam as fake news: aquelas que sabem que � um boato, uma mentira;  e aquelas pessoas que compartilham sem saber, achando que � verdade (a informa��o), que n�o � uma mentira. Ent�o, o primeiro grupo � das pessoas que compartilham ou que constroem boatos e not�cias falsas de prop�sito. Elas fazem isso por v�rias raz�es. Este � um dos motivos pelos quais � complicado combater as fake news porque elas surgem a partir de interesses diferentes. As pessoas fazem (as fake news) por interesse econ�mico, por raz�es pol�ticas e para ter mais seguidores na internet. As tr�s coisas podem estar entrala�adas. Existem pessoas que n�o t�m o menor escr�pulo em compartilhar algo que sabem perfeitamente que � falso, desde que isso aumente os cliques ou as curtidas ou seguidores em suas p�ginas, ou porque monetizam e ganham dinheiro com isso.

Consequência mais perversa é destruir confiança nas instituições, segundo Yurij Castelfranchi(foto: Arquivo pessoal)
Consequ�ncia mais perversa � destruir confian�a nas institui��es, segundo Yurij Castelfranchi (foto: Arquivo pessoal)
Como as pessoas agem para disseminar as fake news?
As fake News s�o muito bem constru�das do ponto de vista emocional. Elas s�o constru�das para despertar algumas emo��es b�sicas, prim�rias, viscerais, principalmente, �dio, o medo ou raiva, indigna��o ou nojo e, em alguns casos, esperan�as de uma cura milagrosa. Mas, principalmente, elas despertam emo��es negativas, que aumentam a raiva que as pessoas t�m pelo grupo rival, pelo advers�rio, que aumenta tamb�m a desconfian�a as institui��es, como governo, os cientistas, etc. As fake news n�o s�o checadas pelas pessoas que as recebem quando se referem a quest�es do lado moral ou pol�tico dessas pessoas. Cada um checa aquilo que pertence a uma ideologia advers�ria, mas n�o checa o que confirma seus preconceitos, cren�as ou �dios.

Qual a maior dificuldade para o combate as fake news?
A grande dificuldade de combate �s fake news � que elas s�o constru�das de forma muito emocional. J� a verdade n�o � t�o visceral assim. As not�cias verdadeiras s�o mais mornas,  n�o acendem o nosso c�rebro com sinais de alarme t�o forte. Normalmente, as not�cias verdadeiras viralizam menos do que as not�cias falsas, que s�o constru�das com narrativa mais visceral. As fake news s�o alastradas n�o somente pelos rob�s e as pessoas que as compram, mas tamb�m por pessoas de boa f�, que se sentem convencidas daquilo. Na verdade, em muitos casos, a ignor�ncia n�o � o fato que leva algu�m a acreditar nas fake news. Pessoas com ensino superior, professores, cientistas e jornalistas podem tranquilamente “cair” nelas.

Quais s�o as consequ�ncias das fake news para o combate ao coronav�rus?
As not�cias falsas trazem efeitos danosos para a sa�de. As pessoas s�o levadas por mentiras e boatos a fazer coisas erradas e tomar medidas erradas, com efeitos at� mortais,  em alguns casos. O principal dano para a sa�de � que as pessoas deixam de confiar nas institui��es. N�o sabem mais no que confiar. Isso leva a comportamentos coletivos perigosos. E um efeito grav�ssimo da fake news � a destrui��o da confian�a da sociedade nas institui��es. Este � o efeito mais perverso, que afeta a sa�de publica,  o meio ambiente e atrapalha as pol�ticas p�blicas e a pr�pria democracia.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)