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Estado de Minas CORONAV�RUS

Zema nega subnotifica��o: 'Todos que sinalizam COVID-19 t�m sido testados'

Segundo governador, se n�meros do coronav�rus em Minas Gerais estivessem sendo 'maquiados', haveria reflexo nos dados de �bitos e interna��es


postado em 25/05/2020 16:41 / atualizado em 25/05/2020 20:37

Segundo o governador, Minas Gerais é o segundo melhor estado do país no enfrentamento à pandemia.(foto: Fred Bottrel/EM/D. A Press)
Segundo o governador, Minas Gerais � o segundo melhor estado do pa�s no enfrentamento � pandemia. (foto: Fred Bottrel/EM/D. A Press)
O governador Romeu Zema (Novo) negou, nesta segunda-feira, que haja subnotifica��o de casos do novo coronav�rus em Minas Gerais. Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, o chefe do Executivo disse que todos os pacientes com sinais de infec��o pela COVID-19 est�o sendo testados. De acordo com ele, h� capacidade ociosa de exames no estado.


“No passado, as pessoas, talvez, n�o procurassem tanto o atendimento m�dico. Hoje, est�o procurando. Agora, podemos estar tendo, simultaneamente, aumento no n�mero de gripes, resfriados ou algum problema respirat�rio, mas que n�o s�o COVID-19. Quando as pessoas t�m sintomas (do novo coronav�rus), s�o testadas. Se n�s estiv�ssemos maquiando dados, como sugeriram, isso estaria refletido nos �bitos e nas interna��es, e n�o temos n�meros expressivos de mortes e interna��es. Ent�o, d� para ver, claramente, que � um surto viral que n�o a COVID-19”, declarou.

Nesta segunda, o EM mostrou que h� um aumento de 838% no n�mero de mortes por S�ndrome Respirat�ria Aguda (SRAG). A quantidade de afetados pela s�ndrome, por sua vez, cresceu 691%.

Zema disse que a quest�o foi esclarecida junto ao secret�rio de Estado de Sa�de, Carlos Eduardo Amaral. O chefe do Executivo refor�ou a necessidade das medidas de prote��o e pediu a colabora��o da popula��o.

"Ainda estamos no meio de uma guerra. A guerra contra o coronav�rus ser� vencida em alguns meses e, talvez, s� no ano que vem. O v�rus veio para ficar. Ent�o, precisamos continuar tomando todas as medidas de precau��o poss�veis: o distanciamento social, o uso de m�scara e a higieniza��o (das m�os) v�rias vezes ao dia. Mas estou muito confiante, pois at� o momento, Minas Gerais � o segundo melhor estado no combate � pandemia, atr�s apenas do Mato Grosso", afirmou. "Vamos ser, no futuro, um caso de sucesso a ser estudado", completou.

"A situa��o de Minas ainda � segura. Vamos assistir a um aumento de casos, mas tudo dentro do controle. N�o podemos ter mais pessoas necessitando de atendimento que leitos, mas estamos longe dessa situa��o", salientou ele.

Defasagem nos registros

Segundo o mais recente boletim do coronav�rus divulgado pela sa�de estadual, Minas Gerais contabiliza 7 mil casos e 230 mortes em decorr�ncia da infec��o. O estado, no entanto, precisa lidar com a demora na transfer�ncia dos n�meros sobre �bitos para a base de dados oficial. Os registros t�m chegado � plataforma do governo cerca de uma semana ap�s serem lavrados em cart�rio.

Zema admitiu o problema, mas disse que o Executivo trabalha para encurtar o prazo. “O ideal seria que tiv�ssemos todos os casos em tempo real, mas temos de lembrar que, muitas vezes, h� um �bito em uma regi�o remota do estado, o teste precisa ser encaminhado, leva tempo para chegar e, depois, leva tempo para a resposta. J� solicitei que esse tempo seja encurtado. Uma semana � um prazo muito longo, podendo, sim, prejudicar nossas decis�es”, assegurou.

Restri��es nas divisas n�o est�o descartadas

Questionado sobre a possibilidade de instalar barreiras nas divisas de Minas para evitar a dissemina��o do v�rus, Zema disse que o estado monitora a origem dos usu�rios do sistema de sa�de.

Fazendo men��o ao Rio de Janeiro, unidade federativa que faz fronteira com Minas Gerais, o governador salientou que, caso o n�mero de pacientes vindos de outras partes do Brasil passe a prejudicar o atendimento aos mineiros, restri��es para a entrada no estado n�o est�o descartadas.

“At� o momento, temos not�cias que algumas pessoas est�o se tratando em Minas, mas n�o aprofundamos para ver se s�o pessoas que estavam trabalhando e adoeceram no estado, se estavam viajando e tiveram que procurar cuidados m�dicos ou se fugiram do Rio de Janeiro e vieram para Minas. Caso isso comece a acontecer em quantidade que venha a prejudicar, com certeza teremos de adotar alguma medida sim”, pontuou.

Cidades n�o est�o em ‘colapso’

O governador enalteceu a atua��o dos prefeitos no enfrentamento � pandemia. Segundo ele, nenhum munic�pio viu o sistema de sa�de colapsar ou entrar em estado de extrema dificuldade.

“Pelo que vi, em todas as regi�es do estado os prefeitos est�o em situa��o de normalidade. N�o escutei de nenhum deles ‘o meu sistema de sa�de est� caminhando para o colapso, tendo sobrecarga’. � muito bom saber que eles est�o atentos, fazendo a��es locais para melhorar os atendimentos, caso necess�rio. Est�o todos muito empenhados e preocupados com a situa��o”. 

Leia a �ntegra da entrevista com Romeu Zema: 

Enquanto Jaboticatubas, por exemplo, decretou lockdown, BH reabriu o com�rcio. Como o senhor avalia a situa��o?

S�o situa��es com as quais vamos conviver daqui por diante. A grande maioria dos munic�pios do interior do estado, inclusive alguns da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, j� havia reativado, parcialmente, as atividades econ�micas. Casos (de cidades) onde houver uma grande incid�ncia de contaminados exigir�o medidas restritivas dos prefeitos. Tenho assistido a isso com muita naturalidade. Procedimentos do tipo ser�o o 'novo normal' daqui por diante. No geral, a situa��o de Minas ainda � segura. Vamos assistir a um aumento de casos, mas tudo dentro do controle. N�o podemos ter mais pessoas necessitando de atendimento que leitos, mas ainda estamos longe dessa situa��o.

O senhor disse que estamos a caminho do pico. Mesmo assim, v� com bons olhos a reabertura parcial do com�rcio na capital?
As pessoas dependem dos empregos. As empresas precisam vender. Temos de lembrar que o v�rus veio para ficar no meio de n�s. N�o temos condi��es, infelizmente, de aguardar um ou dois anos (por uma vacina). No mundo te�rico, o ideal seria isso, mas n�o d� para ficar tanto tempo. E, mesmo que aguard�ssemos um ano, o v�rus ia, de certa maneira, atingir algumas pessoas, pois n�o iria sumir. Ent�o, temos de aprender a conviver com essa nova realidade.

H� 8.099 casos de S�ndrome Respirat�ria Aguda em 2020, contra apenas 1.024 no mesmo per�odo de 2019. Boa parte desses casos n�o foi submetida ao teste para a COVID-19. Por isso, o estudo, feito pela Universidade Federal de Uberl�ndia, suspeita que pode estar havendo subnotifica��o. Como o senhor avalia isso?
� um dado bastante interessante e, inclusive, fiz quest�o de esclarecer esse ponto com o secret�rio de Sa�de (Carlos Eduardo Amaral). O que tem acontecido, e faz todo sentido, � que, devido ao coronav�rus estar t�o disseminado no imagin�rio das pessoas, muitos dos que adquirem uma gripe ou um resfriado acabam procurando assist�ncia m�dica para saber se t�m, ou n�o, a COVID-19. E, muitas, vezes, o que (o diagn�stico) acusa � essa s�ndrome. Antes, as pessoas simplesmente iam �s farm�cias e tomavam algum medicamento. No passado, as pessoas, talvez, n�o procurassem tanto o atendimento m�dico. Hoje, est�o procurando. Agora, podemos estar tendo, simultaneamente, aumento no n�mero de gripes, resfriados ou algum problema respirat�rio, mas que n�o s�o COVID-19. Quando as pessoas t�m sintomas, s�o testadas. Se n�s estiv�ssemos maquiando dados, como sugeriram, isso estaria refletido nos �bitos e nas interna��es, e n�o temos n�meros expressivos de mortes e interna��es. Ent�o, d� para ver, claramente, que � um surto viral que n�o a COVID-19.

O senhor pensa em instalar algum tipo de barreira para evitar que casos venham de outros estados?
At� o momento, temos not�cias que algumas pessoas est�o se tratando em Minas, mas n�o aprofundamos para ver se s�o pessoas que estavam trabalhando e adoeceram no estado, se estavam viajando e tiveram que procurar cuidados m�dicos ou se fugiram do Rio de Janeiro e vieram para Minas. Caso isso comece a acontecer em quantidade que venha a prejudicar (o atendimento � popula��o mineira), com certeza teremos de adotar uma medida, sim. 

Em todo o mundo, o planejamento para deixar o isolamento tem utilizado as estat�sticas. Em Minas Gerais, h� uma defasagem de cerca de uma semana na contagem dos �bitos. O senhor v� possibilidades de corrigir essa falha, para que o estado tenha mais seguran�a ao trabalhar a sa�da do isolamento?
O ideal seria que tiv�ssemos todos os casos em tempo real, mas temos de lembrar que, muitas vezes, h� um �bito em uma regi�o remota do estado, o teste precisa ser encaminhado, leva tempo para chegar e, depois, leva tempo para a resposta. J� solicitei que esse tempo seja encurtado. Uma semana � um prazo muito longo, podendo, sim, prejudicar nossas decis�es. Dentro do poss�vel, orientei a secretaria de Sa�de (sobre o tema). Na semana passada, tive uma videoconfer�ncia com mais de 30 prefeitos para me inteirar sobre a realidade de diferentes regi�es do estado. Al�m de trabalhar com dados e relat�rios, nada melhor que discutir e sentir (as situa��es). Pelo que vi, em todas as regi�es do estado os prefeitos est�o em situa��o de normalidade. N�o escutei de nenhum deles ‘o meu sistema de sa�de est� caminhando para o colapso, tendo sobrecarga’. � muito bom saber que eles est�o atentos, fazendo a��es locais para melhorar os atendimentos, caso necess�rio. Est�o todos muito empenhados e preocupados com a situa��o.  

O senhor pretende rever, em algum momento, a lista de atividades presentes nas diversas etapas do Minas Consciente? 
O Minas Consciente � um indicador que est� longe do ideal, e vai ser aperfei�oado com o tempo. J� solicitei uma avalia��o ao grupo que coordena os crit�rios. Tenho deixado claro ao Minist�rio P�blico, ao Minist�rio P�blico do Trabalho e a todos que o Minas Consciente � uma orienta��o, longe de ser uma verdade absoluta. O v�rus, at� hoje, n�o foi bem compreendido. Seria muita pretens�o nossa fazer um programa sobre algo que nem os cientistas entendem 100%.

O senhor pensa em algo para reaquecer o Turismo quando as atividades econ�micas forem gradualmente retomadas?
Essa � uma grande preocupa��o, pois trata-se de uma atividade muito relevante. Vi fotos da Europa, onde algumas praias foram liberadas com v�rias divis�es, limitadas a duas pessoas. Acaba sendo uma alternativa. Vamos precisar usar da nossa criatividade, pois n�o podemos expor ningu�m ao risco. Neste momento, ningu�m est� disposto a viajar. O nosso novo secret�rio (Le�nidas Oliveira) est� tomando uma s�rie de a��es, principalmente voltadas � cultura. Diversos artistas ficaram sem o ganha-p�o, e ele (Le�nidas) est� preparando lives para remunerar os artistas, logicamente ganhando muito menos que antes, mas com condi��es de passar por um momento t�o dif�cil.

Os jogos de futebol ter�o p�blico apenas no ano que vem? O governo pode entrar no debate?
Os times voltaram a treinar, o que j� � um bom sinal, pois v�rios jogadores devem ter ficado fora de forma durante o confinamento. O primeiro passo j� foi dado, mas n�o tenho not�cias da Federa��o Mineira de Futebol (FMF) e da Confedera��o Brasileira de Futebol (CBF). As federa��es t�m maturidade e estrutura suficiente para definir. J� temos muitos problemas, que impactam a grande massa da popula��o, para lidar. Vamos deixar o assunto para quem entende.

Na semana passada, o senhor disse n�o descartar um retorno �s aulas presenciais apenas no ano que vem. O que est� sendo analisado para debater o tema?
Isso foi um coment�rio despretensioso. Eu disse que (o retorno) poderia ser daqui um, dois, tr�s meses ou mais adiante. No momento, n�o h� previs�o efetiva de data. L� fora, h� v�rias escolas colocando divis�rias de pl�stico ou acr�lico entre os alunos. Hoje, a situa��o do estado n�o permitiria adapta��es do tipo em todas as mais de tr�s mil escolas que temos. E, mesmo assim, ainda haveria risco, pois no intervalo as crian�as se encontram. Nossa preocupa��o, hoje, � melhorar e tornar vi�vel e melhorar o ensino a dist�ncia. Sei que n�o � t�o bom quanto o ensino presencial, mas � o que temos condi��es de fazer no momento.

Como est� a quest�o dos pagamentos ao funcionalismo? Minas Gerais tem cr�ditos a receber do governo federal?
Estou muito satisfeito, pois na semana passada, conclu�mos o pagamento do 13°. Com seis meses de atraso, mas conseguimos terminar. Pagamos, tamb�m, a primeira parcela da folha de pagamento. A segunda ser� paga nesta semana e, pelo menos por uma semana, estaremos em dia com o funcionalismo. Est� vindo uma ajuda federal, de quatro parcelas de (cerca de) R$ 750 milh�es. Vamos receber quase R$ 3 bilh�es, mas isso est� longe de resolver nosso problema de caixa, pois a nossa queda na arrecada��o foi muito maior. O valor deve suprir aproximadamente 40% da queda, ent�o ainda teremos muitos problemas nos pr�ximos meses. Estamos fazendo de tudo para que o funcionalismo do Executivo seja menos afetado o poss�vel. Mas, infelizmente, eles devem continuar recebendo com algum atraso. Os R$ 3 bilh�es s�o de uso livre, mas h� recursos destinados exclusivamente � sa�de (cerca de R$ 446 milh�es).

Qual a situa��o do coronav�rus no estado? O senhor ainda tem muitos temores? Ainda estamos no meio de uma guerra. A guerra contra o coronav�rus ser� vencida em alguns meses e, talvez, s� no ano que vem. O v�rus veio para ficar. Ent�o, precisamos continuar tomando todas as medidas de precau��o poss�veis: o distanciamento social, o uso de m�scara e a higieniza��o (das m�os) v�rias vezes ao dia. Mas estou muito confiante, pois at� o momento, Minas Gerais � o segundo melhor estado no combate � pandemia, atr�s apenas do Mato Grosso. Quero que Minas, da mesma maneira que fez t�o bem at� aqui, continue fazendo. Muito do que temos conseguido � por conta das caracter�sticas do mineiro, criterioso, confiante e, de certa forma, desconfiado. Vamos continuar o que estiver ao nosso alcance e, no futuro, seremos um caso de sucesso a ser estudado. Em outros estados, muitas vidas foram perdidas, mas em Minas conseguimos salvar tantas.


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