
Munidos de faixas e cartazes, lojistas da Galeria Ouvidor, tradicional ponto de com�rcio do Centro de Belo Horizonte, se reuniram para protestar contra a suspens�o das atividades no local nesta segunda-feira (1°). A categoria reivindica ser inclu�da no decreto municipal editado em 22 de maio, que autorizou a reabertura dos chamados segmentos comerciais de baixo risco - incluindo os shoppings populares.
A manifesta��o contou com a presen�a de 30 pessoas - n�mero m�ximo recomendado pelas autoridades sanit�rias em eventos coletivos. Aglomera��es maiores favorecem a propaga��o da COVID-19.
"Esses lojistas representam pelo menos 150, do total de 250 que temos aqui dentro. N�s queremos simplesmente a mesma prerrogativa concedida pela prefeitura aos shoppings populares. Oferecemos os mesmos servi�os: sal�es de beleza, �ticas, itens de artesanato. Por que eles podem abrir e n�s n�o?", questiona o s�ndico da Galeria do Ouvidor, Valter Faustino.
"Nossa estrutura de atendimento �, inclusive, mais robusta e temos condi��es de cumprir todas as normas de seguran�a e higiene. A proibi��o n�o tem l�gica nenhuma", argumenta
Segundo o dirigente, 15 lojas do centro de compras fecharam desde 20 de mar�o, in�cio do isolamento social em BH. Ele cita ainda significativo volume de demiss�es de funcion�rios e atrasos no pagamento dos alugu�is dos estandes - n�meros que ele n�o soube especificar. "Os propriet�rios dos im�veis aqui est�o tendo que negociar", comenta.
Sobreviv�ncia
Empreendedor do setor de inform�tica, Charles dos Santos descreve a situa��o de seu neg�cio como cr�tica desde a suspens�o das atividades da Galeria do Ouvidor, h� 73 dias. Ele diz que demitiu a funcion�ria que mantinha no estabelecimento e teme ter que fechar as portas definitivamente."Para voc� ter uma ideia, eu estou tendo que rodar em aplicativo de entrega de comida de bicicleta para conseguir arcar com os custos da casa. A situa��o e est� bem complicada", queixa-se.
Os cabeleireiros Charles dos Santos e J�ssica Marlene s�o propriet�rios de sal�es instalados na galeria. A atividade consta entre as liberadas pela PBH em 22 de maio, mas os sal�es situados dentro de centros de compras tradicionais n�o podem receber clientes. Para tentar manter alguma renda, ambos passaram a vender mechas de cabelo (mega hair) na cal�ada. A aplica��o das pe�as foi suspensa.
"Estou tentando sobreviver. Conseguir 'algum' pelo menos para pagar o aluguel do meu espa�o. Eu acho injusto que, no resto na cidade, haja outras lojas abertas. E eu tenho que manter o meu estabelecimento fechado. Nem dando a fichinha para o atendimento individual, nem usando m�scara e �lcool, a gente pode atender. E se teimamos, (a PBH) toma o alvar� e aplica multa de R$ 6 mil", narra Charles.
"Vou pegar minha cadeira e come�ar a fazer escova, hidrata��o, tudo aqui fora, na rua. Tenho que viver, tenho que comer. Os R$ 600 (do aux�lio emergencial) que o governo d� n�o cobrem nada n�o", ressalta J�ssica.
O que pode funcionar
A primeira fase da reabertura do com�rcio da capital, iniciada em 25 de maio, liberou o funcionamento de 9.771 empresas e 28.451 Microempreendedores Individuais (MEIs) em Belo Horizonte.
A pr�xima etapa da flexibiliza��o, inicialmente prevista para esta segunda-feira (1°), foi suspensa, uma vez que prefeitura detectou aumento da velocidade de transmiss�odo coronav�rus, bem como da ocupa��o dos leitos hospitalares.
Novas autoriza��es de funcionamento do com�rcio ser�o reavalizadas at� a pr�xima segunda (8) .Os setores liberados at� o momento s�o os classificados como de baixo risco sanit�rio, de aglomera��o e de perman�ncia de pessoas envolvidas. S�o eles:
- Com�rcio varejista de artigos de ilumina��o;
- Com�rcio varejista de artigos de cama, mesa e banho;
- Utens�lios, m�veis e equipamentos dom�sticos, exceto eletrodom�sticos e equipamentos de �udio e v�deo;
- Tecidos e armarinho;
- Artigos de tape�aria, cortinas e persianas;
- Limpeza e conserva��o;
- Artigos de papelaria, livraria e fotogr�ficos;
- Brinquedos e artigos recreativos;
- Bicicletas e triciclos, pe�as e acess�rios;
- Com�rcio varejista de cosm�ticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal;
- Ve�culos automotores;
- Pe�as e acess�rios para ve�culos automotores;
- Pneum�ticos e c�maras-de-ar;
- Com�rcio atacadista dos artigos de com�rcio varejista permitidos na fase 1, a partir de 25 de maio;
- Cabeleireiros, manicure e pedicure;
- Centros de com�rcio popular institu�dos a qualquer tempo por opera��es urbanas visando a inclus�o produtiva de camel�s, desde que localizados no Hipercentro ou em Venda Nova.
