(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CORONAV�RUS

COVID: Desigualdade no pa�s afeta taxa de mortalidade, diz pesquisa

Levantamento feito pelo programa Cidades Sustent�veis mostra que as cidades com maior �ndice de pobreza tamb�m s�o aquelas que mais perderam vidas na pandemia. Falta de acesso � sa�de e ao saneamento b�sico de qualidade s�o empecilhos


03/06/2020 17:30 - atualizado 04/06/2020 14:05

Em Belo Horizonte, 12,6% da população vive na linha da pobreza, o que reforça a necessidade de o poder público (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Em Belo Horizonte, 12,6% da popula��o vive na linha da pobreza, o que refor�a a necessidade de o poder p�blico (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
O crescimento acelerado do coronav�rus no Brasil revela um cen�rio preocupante em rela��o �s pessoas de menor vulnerabilidade social, que j� t�m dificuldades de acesso ao sistema de sa�de e ao saneamento b�sico de qualidade. Um levantamento feito pelo programa Cidades Sustent�veis nas capitais do pa�s mostra que aquelas abaixo da linha da pobreza tamb�m apresentam alta taxa de mortalidade por COVID-19. O panorama visto entre as cidades � heterog�neo, mostrando um cen�rio oposto entre Norte e Nordeste e o Sul do pa�s.
 
Segundo a pesquisa, S�o Lu�s, Recife e Manaus, onde 30% da popula��o vive na linha da pobreza, contabilizaram mais de 40 mortes a cada 100 mil habitantes. Por outro lado, Florian�polis, Curitiba e Goi�nia registram os melhores �ndices de renda – 4%, 8,35% e 8,8%, respectivamente, vivem com menos de US$ 5 por dia, crit�rio adotado pelo Banco Mundial – e tamb�m tiveram �ndices mais baixos de �bitos por COVID-19, inferior a tr�s a cada 100 mil habitantes. Bras�lia, no Distrito Federal, n�o foi inclu�da no levantamento do Cidades Sustent�veis.
 
"A pesquisa mostra o quanto o territ�rio brasileiro � desigual. Al�m de analisar o Brasil, suas regi�es e estados, podemos fazer v�rios recortes dentro das cidades. Percebemos o quanto as capitais do Norte est�o tendo problemas com o coronav�rus, j� que concentram boa parte da popula��o abaixo da linha da pobreza. Nessas capitais, as dist�ncias percorridas pela popula��o, sobretudo de baixa renda, � maior para ter acesso a um atendimento de hospital ou interna��o”, explica Guilherme Tampieri, integrante do Movimento Nossa BH, organiza��o que faz parte do Cidades Sustent�veis. 

Belo Horizonte ficou numa faixa intermedi�ria na classifica��o das capitais. Embora apresente uma das menores taxas de mortalidade do Brasil (1,4), a capital mineira tem 12,6% de pessoas que vivem na pobreza. O dado refor�a a necessidade de o munic�pio investir em pol�ticas p�blicas que possam proteger a popula��o de menor vulnerabilidade social.
 

A capital mineira est� no top-4 das densidades populacionais do Brasil, ao lado de S�o Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza, que j� vivem caos no sistema de sa�de. “Quando observamos os dados, vemos que h� crit�rios nem t�o objetivos para explicar o porqu� de Belo Horizonte ter n�meros positivos. A cidade tem adotado medidas coerentes de isolamento e vem dando assist�ncia �s pessoas que n�o t�m estrutura b�sica para fazer higieniza��o ou se alimentar. Essa combina��o de fatores pode dar resultado final na quantidade de pessoas mortas pela doen�a. S�o Paulo, por exemplo, � uma cidade que sofre com outros fatores que com polui��o, densidade popula��o e por ser l�der no ranking de voos internacionais, que aumentam a quantidade de casos”, afirma Tampieri.

 

Para o especialista, a transmiss�o do v�rus pode ocorrer das pessoas de alta renda para as mais pobres, que teriam dificuldade a mais de tratamento: “Os casos de Belo Horizonte se concentram na regi�o Centro-Sul, que tem popula��o de vilas e favelas, mas tamb�m concentra pessoas de alta renda. Com essas medidas de abertura do com�rcio, esses casos da alta renda podem chegar �s pessoas mais pobres. E sabemos que as condi��es de saneamentos n�o s�o iguais para todos. Nas favelas, as pessoas n�o t�m acesso ao �lcool em gel ou � �gua constante, que fazem toda diferen�a no combate � doen�a. � por isso que precisamos de nos preocupar com aqueles que t�m menos condi��o de acessar o tratamento. Eles ter�o acesso apenas ao sistema do SUS, que n�o vai dar conta. E o isolamento � fundamental para proteger essas pessoas”.

 

Duas maiores capitais do pa�s, S�o Paulo e Rio de Janeiro, que lideram o ranking de mortes, tamb�m vivem situa��es preocupantes com rela��o �s pessoas que vivem em condi��es de vida menos favorecidas. Os cariocas, com taxa de 11,3% de pobreza, apresentam �ndice de �bitos 35 a cada 100 mil pessoas. J� os paulistas, cuja popula��o pobre � de 12,6%, tem uma m�dia de 26,5 vidas perdidas.

De acordo com a pesquisa, mais de 52 milh�es de pessoas (25% da popula��o) vivem em situa��o de extrema pobreza. Nas capitais, s�o mais de 8,2 milh�es de pessoas em vulnerabilidade (18% da popula��o. As 16 capitais com o maior percentual de pessoas abaixo da linha da pobreza concentram 27% dos casos e 28% dos �bitos pela doen�a no Brasil.
 
Desde a primeira morte por coronav�rus no pa�s, em 17 de mar�o, registrada em S�o Paulo, as capitais tamb�m se tornaram o epicentro da dissemina��o da doen�a. Pelo menos 60% das �bitos e casos de est�o nas maiores cidades, onde 22% dos brasileiros moram. A mortalidade nesses munic�pios � quase tr�s meses maior do que a m�dia do pa�s. Ao mesmo tempo, esses s�o locais de atra��o de muitas pessoas que buscam tratamento para a doen�a, principalmente nas regi�es Norte e Nordeste.
 
A pesquisa tamb�m consta que Boa Vista, Rio Branco e Macap� s�o as tr�s capitais com a pior rela��o de leitos de UTI por 100 mil habitantes. A capital de Roraima registrou o maior aumento da mortalidade em apenas um m�s – 1.975% entre os dias 27 de abril e 27 de maio – e apresenta m�dia de leitos  de 13 por 10 mil habitantes. Bel�m (1.684%) e Porto Velho (1.200%) aparecem em seguida e em Rio Branco o crescimento do n�mero de �bitos foi de 880%.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)