Com�rcio esquenta em Venda Nova, mas lojistas est�o c�ticos: 'Fogo de 5� dia �til'
Movimento na rua na Rua Padre Pedro Pinto, tradicional centro comercial de BH, foi intenso nesta segunda (8), que coincidiu com a data de pagamento da maioria dos trabalhadores
Com�rcio na Rua Padre Pedro Pinto amanheceu aquecido nesta segunda (8) com o avan�o da flexibiliza��o do isolamento em BH (foto: Leandro Couri/EM D.A.Press)
A fila na porta da loja de sapatos situada na Rua Padre Pedro Pinto, na Regi�o de Venda Nova - um dos principais pontos comerciais de BH - n�o chega a entusiasmar o gerente do estabelecimento, Cleison Santos. Iniciada nesta segunda-feira (8), a fase 2 da reabertura do com�rcio na capital liberou o funcionamento da sapataria e mais onze segmentos ap�s 82 dias de paralisa��o imposta pelas medidas de combate ao novo coronav�rus.
Cleison se diz aliviado com o movimento da clientela esta manh�, intenso em toda a extens�o da Padre Pedro Pinto. Mas prefere manter as expectativas sob controle. “Pode ser 'fogo' de quinto dia �til (quando a maioria dos trabalhadores recebe o sal�rio). A data � naturalmente movimentada. Vamos aguardar para ver se os clientes v�o continuar aparecendo ao longo da semana”, pondera.
Sapataria instalada na Rua Padre Pedro Pinto recebe pode concentrar, no m�ximo, 9 pessoas no interior da loja. Regi�o amanheceu lotada (foto: Leandro Couri/EM D.A.Press)
O funcion�rio diz que a loja preparou liquida��es e baixou pre�os para atrair a freguesia, mirando sobretudo no Dia dos Namorados, terceira melhor data do calend�rio comercial. O estabelecimento tamb�m adotou as normas de higiene e preven��o � COVID-19 fixadas pela prefeitura, como disponibiliza��o de �lcool em gel e controle da circula��o de pessoas.
Ainda segundo Cleison, os t�nis foram os produtos mais procurados nesta segunda. Em segundo lugar, os chinelos. A saladeira Eliane Nogueira, de 39 anos, foi � sapataria comprar um par deles. “Estou com saudade de subir num salto, mas vou usar onde? N�o tem mais festa, nem lugar para sair. Ent�o vou ficar com o chinelo mesmo”, lamenta.
Na entrada da loja de bijuterias, que acumulava pequena aglomera��o de mulheres por volta do meio-dia, as clientes dispensavam motivos ou eventos sociais para investir na produ��o. Aos 83 anos, Sebastiana diz que foi ao estabelecimento comprar brincos novos e vai us�-los dentro de casa mesmo.
(foto: Clientes na loja de bijuteria dispensavam motivos para caprichar na produ��o. 'Comprei brincos e vou usar em casa', conta freguesa)
A visita ao com�rcio � tamb�m uma justificativa para um breve passeio - que ela aproveitou para fazer no intervalo do trabalho. A idosa � funcion�ria de um supermercado na Padre Pedro Pinto e n�o gosta da ideia de se aposentar. “Deus me livre! Estou � com saudade de ver gente, passar um batom. Est�o prendendo a gente demais”, reclamou.
C�tico, o fiscal da empresa de bijus, Luis Felipe Mendes, tamb�m credita parte do fluxo desta segunda em Venda Nova � tradicional data de pagamento de sal�rios. “Aqui tem lot�rica e banco perto. Hoje as pessoas sa�ram para receber, e aproveitaram para comprar alguma coisa. De qualquer forma, isso � bom para n�s. Tomara que continue”, torce.
Inverno
Floriculturas est�o entre os segmentos liberados pela segunda fase da reabertura do com�rcio na capital. 'Tr�s meses com or�amento zero', comenta dona de Flora no Jardim Am�rica (foto: Leandro Couri/EM D.A.Press)
O tenebroso inverno econ�mico enfrentado pelo com�rcio de BH deu tr�gua tamb�m �s floriculturas nesta segunda-feira (8). Com o avan�o da flexibiliza��o, T�nia Mara Patroc�nio p�de abrir sua flora, que fica no bairro Jardim Am�rica, Regi�o Oeste da capital, pela primeira vez em quase tr�s meses. O movimento na Avenida Silva Lobo, onde a empresa funciona, � bem menor que o da Rua Padre Pedro Pinto.
A proximidade do dia dos namorados tamb�m n�o empolga a comerciante, cujo foco s�o plantas de jardim - os bouquets dos apaixonados s�o montados com flores de corte. “Minha perspectiva � de receber pessoas que gostam de mexer na terra e cuidar de plantas, e que inclusive fazem disso uma atividade terap�utica na quarentena. Minha f� e minha esperan�a est�o nesse p�blico”, conta a empres�ria, que demitiu 14, dos 50 funcion�rios de suas tr�s lojas desde o in�cio da crise. “Tr�s meses com faturamento zero, sem atender nem por delivery, e agora voltamos para correr atr�s do preju�zo. Vamos que vamos”, suspira.