
Cabeleireiros, manicures e pedicures voltaram a abrir as portas h� mais de 15 dias, mas estavam praticamente vazios em um fim de semana em que se esperava movimento em pleno feriado Corpus Christi e ap�s o Dia dos Namorados. � unanimidade entre os donos dos estabelecimentos: as pessoas est�o com medo de sair de casa. Lugares que atendiam at� 20 pessoas em um s�bado antes da pandemia do novo coronav�rus, agora recebem dois, em m�dia, e fecham as portas mais cedo. Os cuidados est�o sendo tomados nos estabelecimentos que o Estado de Minas visitou. Mesmo com o movimento bem abaixo do esperado, at� mesmo para os tempos de isolamento social, eles comemoram a reabertura.
As atividades de cabeleireiro, barbeiro, manicure e pedicure est�o liberadas, mas com condi��es sanit�rias adequadas. De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, a regra � atender uma pessoa por vez e somente com hora marcada, mantendo dist�ncia m�nima de dois metros entre os clientes. Est� proibida a perman�ncia de clientes no estabelecimento em sala de espera. Outra medida importante � a proibi��o do atendimento por mais de um profissional simultaneamente.
A reportagem do Estado de Minas rodou pela Avenida M�rio Werneck, no Bairro Buritis, na Regi�o Oeste de BH, onde h� dezenas de sal�es. Alguns nem estavam abertos. Luciana Assis, propriet�ria Di Beauty Salon, contou que ap�s a retomada das atividades faz a marca��o de hor�rio com intervalo de pelo menos uma hora. “J� recebemos a cliente na porta com o �lcool em gel e um tapete esterilizante”. Ela destaca que marca apenas um profissional para cada cliente. “E, claro, o uso obrigat�rio de m�scaras”, acrescentou.
A prefeitura orienta intervalo m�nimo de 30 minutos de um cliente para o outro para higieniza��o e desinfec��o dos mobili�rios, equipamentos e m�os. A aponta necessidade de utilizar capas individuais e l�minas descart�veis. Luciana reconhece que h� certa resist�ncia por parte dos profissionais, como manicure, no uso das luvas. “� importante. Algumas insistem em n�o usar. Mas logo s�o advertidas”, disse.
A alguns quarteir�es dali fica a barbearia Eduardo Xavier. O dono e �nico barbeiro conta que ontem apenas dois clientes apareceram. “As pessoas est�o com medo. Estou cumprindo todas as exig�ncias da prefeitura, mas ainda est�o muito receosos. Acho que o medo � de sair de casa. Vejo poucas pessoas andando pelo bairro”, disse. Ele prop�e o atendimento a domic�lio. “Mandei mensagem para minha lista de clientes. Tamb�m dou a op��o de ir at� a casa da pessoa. A gente tem de dar um jeito, n�? Eu n�o sou rico suficiente para n�o precisar trabalhar nem pobre o suficiente para ter ajuda”, disse ele.
Temor

O cen�rio n�o � muito diferente na Savassi, Regi�o Centro-Sul de BH. O Sal�o Pedrinho, na Rua Major Lopes, sempre cheio de crian�as em suas cadeiras que imitam um carrinho, ontem tinha a propriet�ria e uma funcion�ria no fim de tarde. “O faturamento caiu para mais da metade. N�s estamos preparados para atender os clientes com toda a seguran�a poss�vel. Al�m dos hor�rios espa�ados, distanciamos as cadeiras de atendimento. Higienizamos o espa�o e todas as ferramentas de trabalho”, disse uma das s�cias, Patr�cia M�ximo.
O Sal�o Pedrinho tem mais de 50 anos. Foi fundado pelo pai de Patr�cia e atende tamb�m adultos. Ela conta que os homens est�o se arriscado mais: “Nosso atendimento de homens � maior nesse momento”, acrescentou.
Freio na flexibiliza��o
Na sexta-feira, a Prefeitura de Belo Horizonte freou a flexibiliza��o do com�rcio. Depois de avan�ar uma fase na reabertura de lojas e atingir um n�vel que permitiu, segundo a PBH, a retomada envolvendo mais de 90% dos trabalhadores do setor, o prefeito Alexandre Kalil anunciou a decis�o de manter a cidade na chamada fase 2 do plano de recupera��o da economia. A administra��o municipal reconhece ter havido acelera��o no avan�o da doen�a ap�s o in�cio da reabertura, mas entende que a situa��o n�o se agravou a ponto de motivar um recuo.