N�o bastasse a preocupa��o com a r�pida ocupa��o de leitos de UTI e enfermaria, os hospitais p�blicos e particulares de Belo Horizonte se deparam com mais uma dificuldade no per�odo de expans�o do coronav�rus. A falta de sedativos e relaxantes musculares para o tratamento de pacientes j� � um problema grave frequentemente enfrentado pelos m�dicos da capital mineira na luta di�ria para salvar vidas.
De acordo com o Sindicato dos M�dicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), as ind�strias farmac�uticas que fornecem os medicamentos �s unidades de sa�de de BH j� n�o conseguem atender a demanda diante do aumento de casos e mortes por COVID-19. Para suprir a aus�ncia nos estoques, m�dicos vem substituindo os sedativos por outras drogas similares, com aumento da chance de efeitos colaterais.
Os sedativos em falta nos hospitais s�o o Midazolan, Fentanil, Cetamina e alguns bloqueadores neuromusculares. Os rem�dios similares na maioria das vezes n�o tem a mesma efic�cia e custam mais caro.
De acordo com Maur�cio Meireles G�es, m�dico intensivista e diretor-jur�dico Associativo do Sinmed-MG, os medicamentos s�o necess�rios para a entuba��o e na manuten��o da ventila��o mec�nica dos pacientes: “O problema se n�o resolvido pode aumentar a mortalidade dos quadros de insufici�ncia respirat�ria grave, inclusive da Covid-19, levando a �bitos que poderiam ser evitados”.
J� o presidente do Sinmed-MG, Fernando Mendon�a, mostra-se preocupado com o avan�o da doen�a na capital com a flexibiliza��o das medidas de isolamento social: “Mesmo a gente ainda sabendo que a maioria das pessoas n�o vai ter sintomas graves, a quest�o � aqueles 15% que v�o precisar de um atendimento hospitalar e, desses, talvez 5% precisariam de um leito de CTI. E o que acontece? Se um grande n�mero de pessoas ficarem doentes ao mesmo tempo, n�o ter� vaga para todo mundo”.
Belo Horizonte chegou a n�meros alarmantes de ocupa��o de leitos, atingindo porcentagem de 86% nas unidades de terapia intensiva, maior �ndice desde que a cidade entrou em quarentena. Com o aumento de respiradores ocupados, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) cogita adotar o lockdown (fechamento total das atividades comerciais) para evitar a expans�o da doen�a.
Mensagem em conjunto
Na noite desta ter�a-feira, v�rios m�dicos de Belo Horizonte divulgaram uma carta em conjunto para alertar a popula��o sobre a gravidade da situa��o de infectados na capital. No texto, assinado por mais de 30 profissionais, eles pedem apoio e compreens�o e pedem que as pessoas fa�am sua parte na luta contra a COVID-19.
“O n�mero de pacientes internados em UTI ao fim dessa terceira semana de junho � mais que o dobro que 30 dias atr�s. O n�mero de pacientes em ventila��o mec�nica artificial tamb�m � mais que o qu�druplo do que a 30 dias atr�s. Isso mostra que tem aumentado muito o n�mero e a gravidade dos casos que estamos atendendo. � certo que o risco de uma pessoa se infectar est� aumentando nessa mesma propor��o. Por isso, para que n�o cheguemos a uma situa��o de colapso, � absolutamente essencial que aumentemos nossos cuidados e medidas de preven��o para conseguir reduzir a velocidade atual de transmiss�o”, diz a nota.