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Estado de Minas ARTE CONTRA A PANDEMIA

Projeto internacional de fot�grafa mineira registra esperan�a em 100 imagens

Com o projeto "50 palavras - 100 fotos", Fabiana Nunes, que vive na Su��a, retrata personagens de v�rias partes do mundo com mensagens de reflex�o e paz


postado em 28/06/2020 04:00 / atualizado em 28/06/2020 08:52

(foto: Fabiana Nunes)
(foto: Fabiana Nunes)


Em meio a uma crise t�o grande e longa quanto a provocada pela pandemia de COVID-19, nada como um respiro. � o que oferece a fot�grafa mineira radicada em Zurique, na Su��a, Fabiana Nunes por meio do projeto “50 palavras – 100 fotos”.

Fabiana, autora do projeto: 'Espero criar empatia'(foto: Arquivo pessoal)
Fabiana, autora do projeto: 'Espero criar empatia' (foto: Arquivo pessoal)


Ela registrou, durante a quarentena su��a, 50 pessoas, de 22 nacionalidades, com 50 palavras escolhidas por elas para expressar “mensagens de reflex�o e esperan�a para o mundo”, num total de 100 fotografias.

“� um projeto alinhado aos meus sonhos, minha paix�o e minha vis�o de um mundo melhor. Minha inten��o atrav�s das imagens � poder criar na mente e no cora��o das pessoas um sentimento de igualdade, de que vivemos numa pluralidade maravilhosa e aceitar que as diferen�as s�o parte da nossa evolu��o, mesmo em momento t�o dif�cil quanto o atual. Espero criar empatia e despertar nas pessoas o tipo de ser humano com o qual sonhamos: solid�rio, colaborativo e amoroso”, afirma a profissional, que � de Carmo do Parana�ba e se mudou para Belo Horizonte aos 12 anos.

(foto: Fabiana Nunes)
(foto: Fabiana Nunes)

(foto: Fabiana Nunes)
(foto: Fabiana Nunes)


Desde ent�o, n�o parou mais de rodar. Em 2000, foi para Nova York, onde estudou fotografia na School of Visual Arts. Nove anos depois, adotou Barcelona como lar, trabalhando com moda e registrando os looks de famosos e an�nimos, o que apurou o olhar sobre as pessoas, al�m de ter feito cobertura de festivais de m�sica e fotografado clubes noturnos, casamentos e anivers�rios. H� cinco anos, se estabeleceu em Zurique, ao lado marido, o su��o Rico, mantendo as pessoas como alvo preferencial do trabalho.

A linguagem corporal e a express�o mudaram completamente de uma imagem para outra

Fabiana Nunes


“Sempre gostei de street style. Trago isso comigo, gosto de gente criativa na maneira de se vestir. Para mim, mais importante que estar na moda ou usando roupa de grife dos p�s � cabe�a � ter estilo pr�prio”, argumenta ela.

Se antes os retratos muitas vezes eram obras do acaso, principalmente durante as viagens pelo mundo, passaram a ser mais pensados e produzidos. E foi outra brasileira, a cantora Dandara Modesto, quem deu o empurr�o final em dire��o ao atual est�gio profissional ao pedir uma sess�o de clicks. Um deles dever� ser usado na capa do pr�ximo �lbum.

Pr�mios

Assim, Fabiana passou a explorar os retratos e foi desenvolvendo a t�cnica, cujos resultados podem ser chapas ultracoloridas ou interessantes jogos de luz e sombras em preto e branco, que chamam muito a aten��o. Em 2018, uma dessas fotos foi vencedora do concurso “Swiss Photo Club Awards”, sendo exposta na Galeria Photobastei, tamb�m em Zurique. J� no ano passado, venceu o concurso “Retratos da Humanidade”, categoria escolha p�blica, do jornal brit�nico The Guardian, o que teve grande repercuss�o.

(foto: Fabiana Nunes)
(foto: Fabiana Nunes)


Depois de fotografar amigos no Brasil este ano, voltou para a Europa. Com a dissemina��o do coronav�rus, surgiu o desejo de fazer algo relativo � pandemia, que resultou no “50 palavras – 100 fotos”.

"Zurique � uma cidade pequena, mas bem diversa, apesar da xenofobia.Por isso, escolhi gente de todo tipo f�sico, de todas as etnias, de diversas proced�ncias, de v�rias profiss�es"

Fabiana Nunes


“Inicialmente, pensei em fotografar pessoas de m�scara, mas n�o queria s� isso. Ent�o, pensei em uma coisa meio dada�sta, pedindo para as pessoas me falarem uma palavra sobre o que queriam expressar na foto. Com est�dios fechados, fiz tudo na sala de casa, s� eu e o fotografado, tomando todos os cuidados sanit�rios. Deu muito trabalho, levou tempo, pois s�o 50 personagens, nunca dava para fazer mais de cinco por dia, sempre tinha de desinfectar tudo, ajustar hor�rios, combinar agendas”, explica ela, que optou por fazer duas fotos, uma com e outra sem m�scara, expressando o momento de restri��o e a poss�vel volta � vida normal. “A linguagem corporal e a express�o mudaram completamente de uma imagem para outra. Zurique � uma cidade pequena, mas bem diversa, apesar da xenofobia. Por isso, escolhi gente de todo tipo f�sico, de todas as etnias, de diversas proced�ncias, de v�rias profiss�es.”

(foto: Fabiana Nunes)
(foto: Fabiana Nunes)

(foto: Fabiana Nunes)
(foto: Fabiana Nunes)


Mais que retratar pessoas, a inten��o era passar a mensagem de que vamos sobreviver a essa pandemia e a outras dificuldades que aparecerem. E nada melhor que ter boas hist�rias � frente da lente.

"Foi aparecendo gente de todo tipo, de motorista de caminh�o a CEO que faz crossdresser, de jornalista a cantor, crian�a, velho, tudo"

Fabiana Nunes


“Um amigo senegal�s sugeriu as palavras vida e esperan�a. Escolhi esperan�a, at� pelo momento, mas ele me explicou que vida seria bom porque havia perdido a mulher h� pouco tempo. J� uma brasileira, que perdeu o cabelo em fun��o de tratamento de c�ncer de mama, quis foto com a palavra paci�ncia. Achei lindo tamb�m, sobretudo em momento em que passamos por lockdown, tivemos de parar nossa vida de certa forma. Tamb�m vieram duas senhoras, uma da Tail�ndia e outra do Camboja, que quiseram fazer juntas. Uma se casou com o ex-marido da outra, e quando ele morreu elas decidiram morar juntas, deixaram de ser rivais. J� uma atriz su��a que mora em Londres prop�s as palavras luto (grief, em ingl�s) e mudan�a (change), pois, tr�s dias antes, o primeiro diretor da carreira suicidou-se. Acabamos escolhendo luto, que � um sentimento que demora a passar. Ou seja, foi aparecendo gente de todo tipo, de motorista de caminh�o a CEO que faz crossdresser, de jornalista a cantor, crian�a, velho, tudo”, conta.

As palavras foram escritas na l�ngua materna de cada um. As exce��es foram alguns su��os e alem�es, que, em fun��o de considerarem os voc�bulos muito grandes, optaram pelo ingl�s.

Ao ar livre

A inten��o agora � levar o projeto para galerias. Como n�o se sabe quando isso ser� poss�vel em fun��o do novo coronav�rus, uma possibilidade � projetar as fotos em espa�os abertos, acompanhada de trilha sonora. Barcelona, Nova York e, claro, Belo Horizonte, j� est�o sendo contactadas.

"Espero criar empatia e despertar nas pessoas o tipo de ser humano com o qual sonhamos: solid�rio, colaborativo e amoroso"

Fabiana Nunes


Tamb�m h� previs�o de se produzir um livro-document�rio com a hist�ria do projeto. Nele, cada participante contaria um pouco da vida.

(foto: Fabiana Nunes)
(foto: Fabiana Nunes)

(foto: Fabiana Nunes)
(foto: Fabiana Nunes)


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