
Em meio ao risco de colapso hospitalar em Minas Gerais em decorr�ncia da pandemia do novo coronav�rus, o sistema de sa�de do estado tamb�m est� em alerta quanto aos medicamentos. V�rias cidades do interior e da Grande BH, incluindo a capital, est�o de olho nos n�veis de estoque de anest�sicos e relaxantes musculares, que s�o fundamentais para cirurgias em geral e tamb�m para pacientes com COVID-19 que necessitem do aux�lio de respiradores. As subst�ncias est�o em falta no mercado, sendo vendidas a pre�os altos, atingindo um aumento de 300%, quando dispon�veis. O Estado de Minas procurou saber sobre a situa��o de v�rios munic�pios e constatou que muitos est�o operando com anest�sicos e relaxantes musculares a n�veis cr�ticos.
Em Belo Horizonte, a Secretaria Municipal de Sa�de acompanha com preocupa��o a situa��o do desabastecimento de anest�sicos na rede hospitalar. Recentemente, a prefeitura da capital recebeu cerca de 10 mil ampolas dessas subst�ncias, doadas pela Funda��o Educacional Lucas Machado (Feluma), que ajudar�o a refor�ar o estoque da rede do Sistema �nico de Sa�de (SUS) de BH. Apesar disso, a prefeitura dialoga com fornecedores e com os governos estadual e federal para buscar solu��es para o desabastecimento.
O sinal de alerta tamb�m foi ligado em Contagem, na Grande BH. A Secretaria de Sa�de do munic�pio n�o registra falta de anest�sicos e relaxantes musculares, mas admitiu que o estoque � cr�tico. As solu��es paliativas encontradas para contornar o problema est�o sendo o contingenciamento dos medicamentos para atender, de forma priorit�ria, pacientes que estejam em CTIs e aqueles com coronav�rus que tenham que ser intubados, al�m do uso de subst�ncias similares, caso haja necessidade. A pasta tamb�m destacou preocupa��o com o cen�rio e ressaltou que busca diariamente por fornecedores que tenham os produtos dispon�veis.
Betim tamb�m n�o registra falta de anest�sicos e relaxantes musculares na rede p�blica. De acordo com a Secretaria Municipal de Sa�de, pacientes que necessitam de interna��o e ventila��o mec�nica seguem recebendo os medicamentos, mas a pasta alertou que pode ter dificuldades para adquirir as subst�ncias, dependendo do comportamento do mercado.
Outro munic�pio da Grande BH que est� em alerta quanto ao estoque de sedativos, anest�sicos e relaxantes musculares � Nova Lima. A prefeitura informou que todos os esfor�os est�o sendo feitos para adquirir os produtos, mas que a demanda pelas subst�ncias aumentou em fun��o da pandemia da COVID-19, e que a ind�stria farmac�utica n�o tem conseguido atender as necessidades do mercado de forma r�pida. A compra de medicamentos substitutos tamb�m est� sendo providenciada pelo munic�pio.
O cen�rio se repete em Ibirit�, que colocou seu Hospital de Campanha para funcionar na semana passada e tamb�m est� com dificuldades para comprar sedativos e anest�sicos. A prefeitura informou que fornecedores creditam a escassez ao aumento de casos da COVID-19 em Minas, al�m da baixa produ��o dos medicamentos por parte do fabricante. Entraram em opera��o na unidade de sa�de 20 leitos de UTI e 20 de cl�nica m�dica.
Outro dificultador na compra de medicamentos s�o os pre�os elevados apresentados pelas empresas. Santa Luzia, por exemplo, substituiu a lidoca�na sem vaso, quetamina, suxamet�nio, midazolam e fentanil por Propofol, Rocur�nio e Pancur�nio. A prefeitura at� chegou a abrir licita��es, mas todas foram frustradas por causa dos valores altos apresentados pelas empresas para aquisi��o das principais subst�ncias. Por isso, n�o h� previs�o para a compra dos medicamentos.
Desabastecimento
A Secretaria Estadual de Sa�de (SES/MG) tamb�m se deparou com sobrepre�os ao tentar adquirir os itens, tarefa que habitualmente cabe aos hospitais. De acordo com a pasta, os valores foram reajustados em at� 300%. Houve dificuldades para a compra dos produtos, tamb�m, por causa do desabastecimento geral do mercado. Apesar disso, a SES tem dialogado com outras secretarias estaduais da �rea e com o Minist�rio da Sa�de para tentar encontrar solu��es.
Respons�vel por 20 unidades de sa�de em Minas, a Funda��o Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) disse que h� um contingenciamento e remanejamento do estoque de anest�sicos e relaxantes musculares. Caso algum dos itens falte momentaneamente, informa a Fhemig, medicamentos similares s�o utilizados, conforme descrito nos protocolos cl�nicos. A rede n�o registrou falta das subst�ncias, mas admitiu que encontra dificuldade em algumas entregas pontuais. Em algumas unidades de sa�de, cirurgias eletivas est�o sendo suspensas. Caso de Montes Claros, no Norte de Minas, onde os seis hospitais conveniados pelo SUS est�o realizando procedimentos apenas emergenciais.
O Minist�rio da Sa�de anunciou ontem que refor�ar� a distribui��o dos medicamentos para intuba��o de pacientes com coronav�rus.
Corrida contra o tempo

Enquanto n�o h� uma solu��o a curto prazo, a unidade tem feito substitui��es. “Se a gente n�o acha um relaxante, usa outros medicamentos”, conta. Por enquanto, a situa��o ainda est� sob controle. “Mas, se no futuro se deflagrar o cen�rio que est� para acontecer vai gerar decr�scimo para a assist�ncia. Vai ter a ventila��o, o leito, mas n�o o medicamento para manter o paciente intubado”, explica. Para o m�dico, a alternativa para evitar o impacto na assist�ncia � o empenho em conjunto dos governos federal e estadual. “Vai ter que se tomar medidas como foi feito no caso dos respiradores, importa��o e busca ativa nos estoques das empresas”, defende.
O aumento de casos no estado refletiu no hospital de campanha de Divin�polis. Antes, refer�ncia apenas para oito munic�pios, hoje, ele recebe pacientes da macrorregi�o, que tem 54 munic�pios, e de outras partes de Minas Gerais, como Betim, na regi�o metropolitana. Dos 30 leitos de enfermaria, 10 estavam ocupados at� a tarde de ontem e outros 10 dos 35 do Centro de Terapia Intensivo (CTI). (*Amanda Quintiliano, especial para o EM)
Distribui��o no interior � desafio

A presidente da Federassantas, K�tia Rocha, destacou que � preciso que a proposta do Minist�rio da Sa�de integre pontos de distribui��o muito bem delimitados. “ O modelo de compra centralizada para um cen�rio de demanda extremamente pulverizada em hospitais espalhados por todo o territ�rio nacional � um desafio enorme, e tal compra ainda tem um potencial de agravar a escassez”, pontuou.
Na sexta-feira, os seis hospitais credenciados ao SUS no Norte de Minas divulgaram comunicado � popula��o, no qual anunciaram a suspens�o de cirurgias eletivas devido � falta de anest�sicos e relaxantes musculares usados nos procedimentos cir�rgicos. As unidades hospitalares adotaram um plano de conting�ncia, pois est�o com estoques de medicamentos reservados apenas para casos emergenciais. Os minist�rios p�blicos Estadual e Federal tamb�m distribu�ram nota, manifestando preocupa��o com falta de medicamentos para as cirurgias e para procedimentos de entuba��o de pacientes graves da COVID-19.
Ontem, diretores dos hospitais de Montes Claros voltaram a enfatizar a gravidade da falta de anest�sicos e de outros insumos. “Aumentou o consumo e diminuiu a produ��o. Isso ocasionou a falta de anest�sicos no Brasil inteiro”, afirmou Maur�cio S�rgio Sousa e Silva, superintendente da Santa Casa de Montes Claros, maior hospital do Norte de Minas.
A dire��o do Hospital Universit�rio Clemente de Faria, vinculado � Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e o �nico da cidade com atendimento gratuito, 100% pelo SUS, informou que a unidade � altamente atingida pela falta de anest�sicos e sedativos. “Os preju�zos podem ser consider�veis para os usu�rios, inclusive do CTI, que necessitam de cirurgias e sedativos nos diversos procedimentos”, informa a unidade. Por outro lado, a institui��o garante que, “at� o presente momento, nenhuma cirurgia deixou de ser feita” no hospital. “O HUCF colocou em pr�tica o plano de conting�ncia para, justamente, n�o deixar de atender a nenhum usu�rio”, sustenta.
O Hospital Universi�rio informa ainda que tem negociado com os fornecedores a entrega regular do “m�nimo de insumos e materiais da atividade cir�rgica”, al�m de providenciar nova licita��o “para aquisi��o das medica��es e outros insumos que tiveram consumo elevado devido � pandemia do Novo Coronav�rus (COVID-19)”.
Ainda em Montes Claros, o Hospital Aroldo Tourinho justifica que o problema dos baixos estoques decorre tamb�m do aumento dos pre�os dos produtos farmac�uticos diante da alta procura ap�s a chegada da pandemia. ”Ainda que tenhamos recursos, n�o estamos conseguindo adquirir esses produtos junto aos fornecedores. Devido � escassez e elevada procura em todo o territ�rio brasileiro, houve, tamb�m, aumentos expressivos nos pre�os desses produtos. A t�tulo de exemplo, um determinado medicamento que custava R$ 5,30 est� sendo oferecido hoje a R$ 60,00”, informa a dire��o da unidade, vinculada � Funda��o Hospitalar Aroldo Tourinho. (LR)
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
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O que � o coronav�rus
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
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Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?
Como se prevenir?
A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
Em casos graves, as v�timas apresentam:
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
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Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.Coronav�rus e atividades ao ar livre: v�deo mostra o que diz a ci�ncia
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