
Pacientes com c�ncer t�m vivido momentos de apreens�o e d�vidas com a pandemia do novo coronav�rus. Por serem mais vulner�veis � COVID-19, alguns est�o suspendendo os cuidados: 43% tiveram o tratamento afetado no per�odo entre 15 de mar�o e 10 de maio, segundo o Instituto Oncoguia. Pensando nisso, o Instituto Oncocl�nicas lan�ou a campanha “O C�ncer N�o Espera. Cuide-se J�”, em parceria com sociedades de especialidades m�dicas e entidades n�o governamentais de suporte a pacientes oncol�gicos.
“Nosso objetivo � alertar o p�blico para os riscos do adiamento de diagn�sticos, exames, cirurgias e tratamentos contra o c�ncer em fun��o do medo relacionado � COVID-19”, explica Bruno Ferrari, um dos dos idealizadores da campanha e e presidente do Conselho de Administra��o do Grupo Oncocl�nicas.
Apesar da crise sanit�ria, Ferrarri diz que o c�ncer n�o pode ficar em segundo plano: “Antes da pandemia, o c�ncer j� ocupava o segundo lugar no ranking das principais causas de morte no Brasil. A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) lembra que o c�ncer � considerado uma doen�a de emerg�ncia. O c�ncer n�o negocia prazos”, alerta.
“Na pandemia que parou o mundo, a evolu��o da curva epidemiol�gica impactar� nossas vidas por um tempo indeterminado. Assim como h� servi�os essenciais que precisam continuar, existem tratamentos essenciais que devem prosseguir, sob risco de perdermos vidas que podem ser salvas”, completou.
Al�m disso, o oncologista lembra que a luta contra o c�ncer � muito influenciada pelo per�odo de diagn�stico: quanto mais cedo a doen�a for identificada, melhor ser� o resultado do tratamento. Nesse sentido, � importante que os exames continuem sendo feitos. Entretanto, desde o in�cio de mar�o, ao menos 50 mil brasileiros deixaram de fazer testes para identificar a doen�a, segundo dados da Sociedades Brasileiras de Patologia (SBP) e de Cirurgia Oncol�gica (SBCO).
A campanha atua como um lembrete para a popula��o dos direitos com rela��o ao acesso �s terapias de controle da doen�a. “� essencial avaliar cada paciente oncol�gico de forma individualizada. Converse com o especialista respons�vel pelo cuidado para saber da real necessidade de ir ao hospital/cl�nica. Isso garantir� mais seguran�a na tomada de decis�o sobre como proceder”, explica o m�dico.

Bruno afirma que � imprescind�vel garantir a seguran�a dos que precisam ir a laborat�rios, cl�nicas e aos hospitais. Por isso, os cuidados durante as consultas est�o sendo redobrados. “Estamos desinfetando todos os equipamentos no fim das consultas, esperamos um tempo maior entre um paciente e outro, utilizamos os Equipamentos de Prote��o Individual (EPI) necess�rios. N�s seguimos todas as orienta��es da OMS. Os pacientes precisam se sentir, acima de tudo, assistidos em suas individualidades”, comenta.
Sala de espera vazia
Em abril deste ano, Lourdes Rios Marques, paciente do Doutor Ferrari, foi ao Oncocentro de Minas Gerais fazer uma consulta. “Geralmente, l� fica bastante cheio, mas agora, com a pandemia, n�o pode aglomerar, estava mais vazio”, contou. Al�m do distanciamento social, Lourdes conta todos as recomenda��es da OMS para evitar o cont�gio da COVID-19 foram seguidas durante a consulta. “Estava tudo sob controle, foi muito tranquilo”.
Lourdes refor�a a import�ncia da continuidade do processo da luta contra o c�ncer. “O tratamento n�o pode parar. uma vez que voc� j� teve a doen�a”, comenta. Entre procedimentos adiados, cancelados e dificuldade para marcar consultas, 34% dos pacientes que realizam quimioterapia foram afetados, 31% hormonioterapia, 9% radioterapia e o restante imunoterapia e outros tratamentos, conforme a pesquisa do Instituto Oncoguia. “A campanha � muito importante para orientar que esses pacientes n�o parem ”, diz Lourdes.
A campanha “O C�ncer N�o Espera. Cuide-se J�.” conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Sociedade Brasileira de Cirurgia Tor�cica (SBCT), Associa��o Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), Associa��o para Crian�as e Adolescentes com C�ncer (Tucca), Instituto Oncoguia e Movimento Todos Juntos Contra o C�ncer (TJCC).
*Estagi�ria sob supervis�o da editora Liliane Corr�a