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Estado de Minas COVID-19

UFMG pesquisa imuniza��o baseada na BCG, que previne tuberculose

Uma das linhas de estudo desenvolvidas em Minas aposta em modelo de vacina para 'pegar carona' na biosseguran�a j� testada em seres humanos


05/07/2020 06:00 - atualizado 05/07/2020 11:23

Bactéria BCG é utilizada como base da vacina dupla que está sendo desenvolvida para combater o coronavírus e a tuberculose(foto: Divulgação/Prof. Sérgio Costa)
Bact�ria BCG � utilizada como base da vacina dupla que est� sendo desenvolvida para combater o coronav�rus e a tuberculose (foto: Divulga��o/Prof. S�rgio Costa)

Al�m das pesquisas avan�adas envolvendo ind�strias estrangeiras para desenvolvimento de imuniza��o contra o novo coronav�rus, h� estudos 100% brasileiros em curso. � o caso do trabalho conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais, que est�o desenvolvendo estudos para a cria��o de uma f�rmula utilizando como base a vacina BCG, que previne contra a tuberculose.

 

Quem coordena o projeto � o professor S�rgio Costa Oliveira, titular do Departamento de Bioqu�mica e Imunologia da UFMG. Em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina, Instituto Butantan e o Instituto Nacional de Ci�ncia e Tecnologia de Doen�as Tropicais (INCT-DT), pesquisadores tentam produzir uma vacina dupla, que proteja contra a tuberculose e a COVID-19.

 

“A gente aproveitaria a plataforma da BCG, que � uma vacina utilizada para o controle da tuberculose, para tamb�m, controlar a COVID-19. Lembrando que a tuberculose � uma doen�a pulmonar, como tamb�m os sintomas mais graves do novo coronav�rus v�o atingir o pulm�o. Ent�o, o que estamos tentando � fazer com que a bact�ria BCG – base da vacina contra a tuberculose – possa produzir prote�nas importantes do novo coronav�rus, para que a gente fa�a uma vacina dupla. Esse � o princ�pio do projeto”, explica o professor.

 

Uma das principais vantagens do estudo conduzido pelos pesquisadores, de acordo com o pesquisador, � a biosseguran�a da vacina da BCG, aplicada em bilh�es de pessoas e integrante do Programa Nacional de Vacina��o do Minist�rio de Sa�de. “A gente est� trabalhando ainda em laborat�rio, em experimentos com ela. A ideia por tr�s do projeto � adotar a BCG, que � uma vacina extremamente segura, j� utilizada h� d�cadas no Brasil e em outras partes do mundo. Bilh�es de indiv�duos j� a receberam sem nenhum efeito colateral. � uma grande vantagem, porque outras vacinas que est�o sendo desenvolvidas com o v�rus ainda t�m uma quest�o de biosseguran�a bem complexa, que tem que passar por v�rias fases”, acrescenta.

 

A pesquisa ainda est� na primeira etapa. Mas, de acordo com o professor, a previs�o � de que os estudos avancem para o segundo est�gio no fim do ano, quando animais em laborat�rio receber�o as doses da vacina formulada. “Estamos no processo de constru��o dessa BCG, que a gente chama de recombinante, produzindo essas part�culas do v�rus da COVID-19. A previs�o � de que no fim do ano comecemos a fazer testes em animais no laborat�rio. Se tudo der certo, no pr�ximo ano faremos testes humanos”, detalha.

 

Brasil ganha com m�ltiplas pesquisas

Com diversas frentes de pesquisas em andamento, os brasileiros veem uma esperan�a em meio ao alto n�mero de casos confirmados de COVID-19 e mortes provocadas pela doen�a no pa�s. Para o governador de S�o Paulo, Jo�o D�ria, quem ganha com a multiplicidade de estudos � o pa�s.

 

“Estaremos caminhando simultaneamente com a vacina de Oxford e da AstraZeneca, que come�a sua testagem, tamb�m, nos pr�ximos dias. Tanto melhor para o Brasil ter duas boas produtivas e corretas vacinas. Mais pessoas vacinadas, mais pessoas imunes. Ganha o Brasil e a sa�de do pa�s”, disse.

 

O professor S�rgio Costa Oliveira, da UFMG, tamb�m n�o acredita que uma vacina ir� excluir a outra. No entanto, ele alerta que tudo depender� da terceira e decisiva fase, que, de fato, vai detectar a efic�cia das doses. “S�o diferentes abordagens. A gente n�o sabe, at� o momento, se alguma delas tem uma efici�ncia comprovada. Vai depender dos ensaios de fase 3, com v�rios indiv�duos, para ver se haver� efetividade”, afirmou.

 

Ele explica a import�ncia das pesquisas nacionais, mesmo que em fases menos adiantadas: “Essas s�o vacinas feitas fora do Brasil. O que estamos tentando desenvolver, inclusive outros colegas tamb�m est�o, em outras estrat�gias aqui no Brasil, � uma tecnologia nacional. N�o quer dizer que uma vai excluir a outra. �s vezes, uma vacina de Oxford, por exemplo, vai ativar e proteger o indiv�duo parcialmente. E pode haver outra, inclusive uma nossa, que vai dar maior prote��o”, analisou.

 

Professor Sérgio Costa coordena as pesquisas para o desenvolvimento da vacina contra a COVID-19, utilizando a base da BCG(foto: Sara Grunbaum)
Professor S�rgio Costa coordena as pesquisas para o desenvolvimento da vacina contra a COVID-19, utilizando a base da BCG (foto: Sara Grunbaum)

Degraus at� a prote��o

Afinal: quais as etapas para o desenvolvimento de uma vacina? Quem conta o passo a passo � Maria Augusta Bernardini, diretora m�dica da farmac�utica multinacional AstraZeneca

 

 

  1. Pesquisa em laborat�rio, que possibilitar� a defini��o de melhor estrat�gia da vacina
    “O desenvolvimento de uma vacina segue altos padr�es de exig�ncia de qualidade e protocolos de procedimentos �ticos em todas as fases. O processo inclui a pesquisa inicial em laborat�rio (chamada de pesquisa in vitro), seguida por testes em animais (chamada de pesquisa pr�-cl�nica) e em seres humanos (chamada de pesquisa cl�nica), at� a avalia��o final dos resultados pelas ag�ncias reguladoras. Ap�s estudos sobre o mecanismo da doen�a, inicia-se a fase explorat�ria ou laboratorial, momento em que s�o avaliadas dezenas e at� centenas de mol�culas para se definir a melhor composi��o da vacina.”

  2. Testagem em animais
    “A fase pr�-cl�nica vem logo em seguida, ap�s a defini��o dos melhores componentes para a vacina, quando s�o realizados testes em animais para comprova��o dos dados obtidos em experimenta��es in vitro.”

  3. Testagem em humanos, subdividida em tr�s fases
    “Come�a a parte do processo em que a vacina � testada em humanos. Ela se divide em 3 fases. A primeira envolve pequenos grupos de indiv�duos sadios, para avaliar a seguran�a do produto e quais seriam as doses iniciais para uso humano. Na fase 2, centenas de volunt�rios s�o escolhidos de forma aleat�ria, incluindo alguns pertencentes a grupos de risco, com foco em analisar mais detalhadamente a seguran�a do novo produto e tamb�m qual a dose ideal em rela��o � efic�cia produzida/desejada. A fase 3 � a etapa final do desenvolvimento, quando milhares de testes s�o realizados para avaliar a efic�cia em condi��es naturais de presen�a da doen�a, ou seja, em locais onde a doen�a est� com a curva de cont�gio ascendente, como � o caso do Brasil.”

  4. Registro e distribui��o da vacina
    “Uma vez que os resultados se mostrem positivos, a vacina � submetida �s autoridades regulat�rias para aprova��o e posterior produ��o e distribui��o. Mesmo depois de aprovada, a nova vacina continua sendo monitorada em busca de eventuais rea��es adversas. Outros estudos continuam a ser conduzidos para responder a diferentes condi��es cl�nicas, como aumento/inclus�o de diferentes popula��es-alvo, durabilidade de efeito etc.”

 


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