
Esse relato � do analista de sistema e funcion�rio p�blico Rafael Pl�cido Lima, de 36 anos, que n�o imaginava que a chegada do segundo filho com a tamb�m funcion�ria p�bica Paula Moro de Miranda, de 36 – o casal j� tem Davi, de 2 anos – seria cercada de tanta tens�o.
A bolsa da mulher estourou no oitavo m�s de gravidez. “Era noite de quinta para sexta-feira (24), por volta de 4h30 da madrugada. A bolsa estourou e ela sentia dor. Liguei para a enfermeira que acompanhava a gravidez e mora perto da gente, que veio na hora. Ela examinou e disse que estava quase na hora. Mas como n�o havia grande dilata��o, o conselho foi esperar amanhecer”, conta Rafael.

A situa��o se estabilizou e eles ficaram em casa, com Davi. “Tiramos fotos da Paula com ele. A enfermeira ficou com a gente. Por volta das 15h, a dor voltou e a dilata��o j� estava em cinco cent�metros. Decidimos ir para o hospital. Entramos no carro e colocamos a Paula no banco traseiro.”
T�o logo entraram na Ant�nio Carlos, a dilata��o de Paula j� era de 10 cent�metros. “Ela gritava. Comecei a ficar desesperado. Meu medo era que n�o desse tempo de chegar ao hospital. O tr�nsito estava carregado, para piorar a situa��o”, diz o marido.
Ao parar no cruzamento com a Abrah�o Caram, o desespero aumentou, segundo Rafael. Mas a solu��o apareceu neste momento: “Pensava que o nen�m nasceria ali. Tinha de pedir socorro. Est�vamos a mais de 10 km da maternidade e pedi a Deus pra me guiar. Nesse momento, parada ao meu lado havia uma viatura da Pol�cia Militar. Num sentimento de al�vio e ao mesmo tempo tens�o, gritei que estava com uma gr�vida e pedi pra abrirem caminho at� a maternidade".
A interven��o r�pida dos policiais foi determinante para que tudo sa�sse bem, destaca: "Prontamente fui atendido. Eles nem perguntaram nada, mandaram que os segu�ssemos. Entraram para a pista do Move. Eu os segui. Entramos em contram�o mais de uma vez.”
Mais tens�o na maternidade
No caminho, Rafael pediu � enfermeira que avisasse ao hospital a situa��o e que j� estavam a caminho. Ao chegar � maternidade, a equipe de obstetr�cia j� estava na porta, com tudo pronto para fazer, ali, o parto. A ginecologista analisou e viu que dava tempo de levar Paula para a sala de parto. Poucos minutos depois, nascia Bianca.
Rafael, agradecido, foi abra�ar e cumprimentar o sargento Moreira e os dois soldados que o acompanhavam: “Eles foram fant�sticos. Salvaram minha mulher e minha filha.”
Mas o drama n�o terminou a�. Poucos minutos depois do parto, Rafael recebeu a not�cia de que Paula estava com press�o baixa e tinha perdido muito sangue. Precisava ser levada para o CTI.
Somente dois dias depois o casal deixou o hospital, com Bianca no colo.
O 'anjo-policial'
Toda a situa��o mexeu com o sargento Moreira. Acostumado a correr atr�s de bandidos, ele viveu uma situa��o inusitada na carreira.
“Est�vamos chegando ao sem�foro e vimos o desespero do motorista, que gritou contando que a mulher estava em trabalho de parto. N�o pensei duas vezes. Mandei que nos seguissem. Tomamos a pista do Move e seguimos para o hospital que ele havia informado. N�o havia tempo a perder”, recorda-se.
A escolta deu certo, e Moreira e seus dois companheiros chegaram, inclusive, a ir � casa do casal, no Santa Am�lia, para conhecer Bianca. “Fomos l� felicitar o casal e festejar a chegada da menina. Confesso que o que vivemos foi inimagin�vel.”
Rafael considera que ganhou tr�s amigos, os tr�s integrantes da viatura policial. E desabafa: “Olha, se n�o fossem eles, n�o quero nem imaginar o que teria acontecido. N�o conseguir�amos chegar ao hospital.”