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Estado de Minas

'Custo coronav�rus' sufoca pequenas e microempresas com d�vidas e atrasos

Sebrae indica que 83,4% dos empreendimentos sofreram queda na arrecada��o, 67% t�m d�vidas ou empr�stimos e 39% tem obriga��es em aberto


31/07/2020 04:00



Micro e pequenos empres�rios est�o tendo que estudar maneiras para driblar a crise econ�mica causada pelo novo coronav�rus. Em Minas Gerais, de acordo com pesquisa feita pelo Sebrae, 83,4% das empresas de micro e pequeno porte sofreram queda na arrecada��o. Em outra frente, de 100% dos estabelecimentos do tipo, 67% apresentam d�vidas ou tiveram que recorrer a empr�stimos, sendo que 39% deles registram algum atraso no pagamento.

Os resultados foram obtidos na 5ª edi��o do estudo “O impacto na pandemia de coronav�rus nos pequenos neg�cios”, realizado entre 25 e 30 de junho. De acordo com Breno Fernandes, analista do Sebrae, uma empresa de porte m�dio no Brasil acaba sendo sufocada com o custo fixo – pagamento de sal�rios e de aluguel, por exemplo –, com caixa para se manter, no m�ximo, at� tr�s meses com as portas fechadas. “A realidade � que uma empresa m�dia brasileira n�o tem caixa suficiente para se manter por mais de tr�s meses, ent�o ela acaba sendo estrangulada pelo custo fixo. � o empregado, o aluguel, ou seja, custo fixo considerado que estrangula em poucos meses em que fica sem obter nenhum tipo de receita.”
 
 
Com queda de 30% no faturamento, Danniele Paiva recorreu a empréstimo bancário para sustentar o berçário do qual é proprietária (foto: Alexandre Guzanshe/Em/D.A Press)
Com queda de 30% no faturamento, Danniele Paiva recorreu a empr�stimo banc�rio para sustentar o ber��rio do qual � propriet�ria (foto: Alexandre Guzanshe/Em/D.A Press)
 
 
Breno tamb�m chama a aten��o para a quest�o do acesso ao cr�dito, que tem sido bastante procurado pelos empres�rios, por�m, com pouco sucesso em obter dinheiro. Isso ocorre muitas das vezes, de acordo com o analista, pela dificuldade de o empres�rio comprovar que poder� arcar com os custos da opera��o futuramente, mostrando que o neg�cio � de fato lucrativo.

“Pesquisas anteriores que fizemos mostram um percentual muito grande de empres�rios – sobretudo o micro – que pegam muito empr�stimo pessoal, uma vez que pelo CNPJ eles n�o conseguem acessar linhas de cr�dito, ent�o acaba pegando linhas mais altas, na modalidade pessoal, para ter acesso ao sistema financeiro”, diz Breno.

EMPR�STIMO 

Danniele Paiva foi uma das empres�rias que recorreram ao empr�stimo banc�rio. Ela � propriet�ria do Aconchegos Ber��rio, no Bairro Cidade Nova, Regi�o Nordeste de Belo Horizonte. Com queda de faturamento de 30%, a expectativa � de que o dinheiro sustente o neg�cio at� o retorno � normalidade. O recurso, no entanto, demora a ser liberado pelo banco.
 
 
Depois de muitas dificuldades, pagamento on-line e sistema de delivery ajudaram a reerguer o Le Petit Brechó(foto: Gladyston Rodrigues/Em/D.A Press)
Depois de muitas dificuldades, pagamento on-line e sistema de delivery ajudaram a reerguer o Le Petit Brech� (foto: Gladyston Rodrigues/Em/D.A Press)
 
 
“J� entrei em contato com o banco requerendo o empr�stimo, por�m, inicialmente temos uma pr�-aprova��o, mas n�o h� recursos, de acordo com o meu gerente. Foi liberada apenas uma parte que se esgotou na minha ag�ncia e n�o consegui acessar (o dinheiro)”, afirma.

Al�m da burocracia imposta pelos bancos, a falta de informa��o � um dificultador para quem precisa ter acesso ao cr�dito. No caso de Danielle, ela teve que consultar v�rias fontes para entender como se dava o processo.

“S� tenho como pegar esse recurso na minha ag�ncia, porque os outros bancos est�o exigindo uma car�ncia de conta. Ent�o, se voc� n�o � correntista em outros bancos n�o tem acesso. Tem tamb�m a falta de informa��o. Tenho acesso por meio do advogado, ent�o a gente acha que tem condi��o de correr atr�s da informa��o, o pr�prio Sebrae ajuda muito, mas nem os bancos d�o informa��es suficientes. Corremos atr�s de outras formas: lendo, estudando as portarias e decretos que foram publicados, contabilidade ajudando, Sebrae ajudando. Existe uma fala do poder p�blico de que h� o recurso, mas na realidade isso n�o ocorre. Ficamos ali: 'Existe ou n�o existe o dinheiro?' Acho o processo complicado”, ressalta.

Ela conta que tinha sete funcion�rias antes da pandemia. No entanto, com a crise, teve que demitir duas delas e suspender o contrato das outras cinco, conforme a Medida Provis�ria 936, editada pelo governo federal. O aluguel do espa�o est� sendo negociado m�s a m�s com o propriet�rio. Os pais est�o pagando apenas 20% da mensalidade, uma vez que o ber��rio prop�e atividades virtuais.

Com o im�vel sem receber crian�as, Danniele aproveita para incrementar medidas de seguran�a no local. “A expectativa � retornar em meados de agosto, setembro. Temos demanda, inclusive. Pessoas est�o ligando para procurar informa��es, com expectativa de retorno, porque eu acredito que o mercado vai demandar isso, quando abrir com�rcio e servi�os, os pais v�o ter necessidade de deixar seus filhos pequenos com algu�m, e os av�s hoje n�o s�o uma boa indica��o, at� porque s�o do grupo de risco. Ent�o a gente acredita que vai ter, sim, uma demanda reprimida que vai nos procurar”, explica Danniele.

 
 
 

O tamanho do problema


83,4% 

das empresas de micro e pequeno portes em Minas sofreram queda na arrecada��o



67% 

apresentaram d�vidas ou tiveram que recorrer a empr�stimos



39% 

delas registram algum atraso no pagamento
 
 
 
Fonte: Sebrae Minas



Recupera��o vem com a criatividade

Natasha Le�o � propriet�ria do Le Petit Brech�, voltado para o vestu�rio infantil, localizado no Bairro Buritis, Regi�o Oeste de BH. Ela diz que o faturamento da loja chegou a cair mais de 60%, mas se readequou adotando o sistema delivery e pagamento on-line e, atualmente, tem colhido bons frutos.
 
“Logo no in�cio da pandemia, a queda foi mais de 60%. Depois que a gente come�ou a se estruturar, que come�amos a deixar tudo redondinho para poder facilitar para as clientes e para a gente tamb�m, junho foi o nosso maior m�s de faturamento, o maior da hist�ria da loja”, declara.
 
A empres�ria readequou os hor�rios dos funcion�rios para evitar aglomera��es na loja. Al�m disso, sempre conta com um motoboy freelancer para fazer entregas. Natasha tamb�m contou com a concess�o de 50% de desconto no aluguel do espa�o por parte do propriet�rio.
 

VITRINE VIRTUAL
 
Em tempos de pandemia, as redes sociais se transformaram em verdadeiras vitrines para os comerciantes. Esse, inclusive, foi o principal pilar para Natasha anunciar produtos. Tem espa�o at� para os pais que querem se desapegar dos itens das crian�as e fazer uma renda extra durante a quarentena.
 
“A gente j� tinha nosso Instagram, uma quantidade razo�vel de seguidores, e resolvemos catalogar tudo o que tenho no brech� infantil na rede social. Vamos mantendo sempre atualizado. Cada pe�a que � vendida, � apagada, toda pe�a que chega, � postada. Isso facilitou muito para as clientes, porque j� fica tudo separado por g�nero, tamanho… Ela j� entra e j� sabe o tamanho que precisa, procura e j� me manda o que quer. O pagamento � todo on-line tamb�m. Estamos com promo��o para entrega, para incentivar as pessoas a ficarem em casa. Ou ent�o se o cliente preferir, pode retirar na porta da loja.”


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