Com menos de 20% dos leitos de UTI atualmente ocupados por pacientes com COVID-19, o munic�pio da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte se preparava para o retorno das atividades comerciais em diversos segmentos. O presidente da C�mara dos Dirigentes Lojistas (CDL) da cidade, Geraldir Carvalho, lamentou a decis�o da esfera estadual e se disse frustrado com a not�cia.
“Realmente � uma frustra��o muito grande. Belo Horizonte com tudo aberto, apesar dos seus percal�os, com n�meros muito maiores. Nossos n�meros s�o t�o bons e temos que permanecer fechados. A gente se sente impotente frente a essa situa��o. A gente v� a cidade cheia de gente querendo comprar, recebendo pagamento, querendo gastar e as lojas fechadas”.
O mesmo sentimento � compartilhado pelo presidente da Associa��o Comercial e Industrial, Jos� Roberto da Silva. “N�o vejo sentido [em manter as lojas fechadas], j� que temos leitos suficientes. Nosso �ndice de ocupa��o � baixo se compararmos Sete Lagoas com v�rias cidades do pa�s que est�o com o com�rcio n�o essencial aberto. O Estado deveria cobrar da prefeitura apenas uma medida emergencial e exequ�vel em caso dos leitos chegarem a um �ndice de ocupa��o de 70%. O Estado deveria estar preocupado tamb�m com as fal�ncias, desemprego e doen�as que adv�m como consequ�ncias. Parece que a �nica coisa que importa � conter o n�mero de contaminados e que o com�rcio � o respons�vel”, desabafou.
De acordo com dados do boletim epidemiol�gico da Secretaria Municipal de Sete Lagoas desta quinta-feira, a cidade apresenta 36 pacientes hospitalizados por causas respirat�rias, dos quais 20 j� testaram positivo para COVID-19. Vinte e cinco est�o em leitos de enfermaria e apenas 11 ocupam leitos de UTI. Somando os tr�s hospitais e a UPA 24 horas, s�o disponibilizados 68 leitos de UTI, o que leva a uma taxa de ocupa��o de apenas 19%.
O prefeito Du�lio de Castro (Patriotas) reiterou que o munic�pio tem realizado diversas a��es no sentido de proporcionar a r�pida abertura do com�rcio e, ao mesmo tempo, tratar com seguran�a e qualidade os pacientes com coronav�rus.
"Fomos a primeira cidade a entrar em quarentena exatamente para nos prepararmos. Enquanto t�nhamos autonomia, promovemos a abertura gradual e respons�vel do com�rcio, por meio de vota��o colegiada do Comit� Gestor de Crise do Coronav�rus, composto por membros das for�as de seguran�a, da Sa�de, da Prefeitura, da C�mara e do Minist�rio P�blico. Todas as medidas foram tomadas no intuito de termos uma assist�ncia de sa�de p�blica sem comprometer a atividade econ�mica. Sempre digo que temos que ter um equil�brio entre a pandemia e a economia, porque o desemprego gera fome, depress�o e tamb�m pode levar � morte. Os empreendedores de Sete Lagoas podem ter a certeza de que o Munic�pio fez e continuar� fazendo o que for poss�vel, dentro da legalidade e com responsabilidade, para que a vida volte ao mais pr�ximo poss�vel do normal o quanto antes."
Enquanto a reabertura n�o acontece, o que se v� � um cen�rio desolador na cidade. Segundo levantamento realizado pela CDL e divulgado nesta quarta-feira com exclusividade pelo Estado de Minas, 300 lojas j� deram baixa na Junta Comercial e outras 1,2 mil estariam seguindo pelo mesmo caminho. Al�m disso, pelo menos 1,3 mil postos de trabalho j� foram fechados em Sete Lagoas. "Essa conta da mortalidade de empresas vamos colocar na conta de quem? Quem � que vai nos ajudar?", questiona o presidente da CDL.