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Estado de Minas MINA C�RREGO DO FEIJ�O

Bombeiros encontrar�o terreno duro na retomada das buscas em Brumadinho

Terra seca e compactada, estradas e mato vistos pelo EM desafiam bombeiros na �rea onde procura por desaparecidos no rompimento da barragem ser� feita agora


26/08/2020 06:00 - atualizado 26/08/2020 17:31

Cruzes homenageiam vítimas da avalanche de lama e estão de frente para o local onde vários corpos foram encontrados (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Cruzes homenageiam v�timas da avalanche de lama e est�o de frente para o local onde v�rios corpos foram encontrados (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Brumadinho – Mato denso e intrincado. Ramagens presas ao rejeito seco e duro como solo. Nascentes que brotam e se empo�am em brejos movedi�os. Mesmo com o esfor�o de se manter um ambiente livre para a a��o dos socorristas, ser� suado e demandar� determina��o o retorno programado para amanh� dos trabalhos de buscas do Corpo de Bombeiros Militar (CBMMG) �s 11 v�timas ainda soterradas ap�s o rompimento da Barragem B1 da Mina C�rrego do Feij�o, operada pela Vale, em Brumadinho, na Grande BH. A constata��o � da reportagem do Estado de Minas que esteve ontem nos locais delimitados para as buscas.

Os trabalhos est�o interrompidos desde 21 de mar�o, a 158 dias, devido � pandemia do novo coronav�rus (Sars-Cov-2). Desde o rompimento, em 25 de janeiro de 2019, 259 corpos foram recuperados. A Vale afirma ter realizado interven��es para tentar propiciar melhores condi��es de a��o aos bombeiros.
 
V�rios pontos que ainda ser�o cen�rios das buscas apresentam desafios. Na curva onde ficava a pousada Nova Est�ncia, que foi completamente soterrada pelo rompimento da barragem, matando, somente ali, 18 pessoas, Entre funcion�rios e h�spedes, um monumento de cruzes de madeira feitas de eucalipto foi constru�do atr�s do celeiro, a �nica estrutura restante. As cruzes decoradas com homenagens �s v�timas foram postadas de frente para uma das �reas de resgate, num grande remanso onde v�rios corpos foram encontrados.
 
As 18 cruzes levam um adere�o pessoal do falecido, um buqu� de flores artificiais e uma placa com cada nome: Pamela, Robinho, Heitor, Lays Gabrielle, Camila, Cristina, Jussara, Diomar (apelido Criola), Reinaldo, Adriano, Fernanda, Maria de Lourdes, Luiz, Camila T., Cl�o, Marcinho e Marcio. Algumas delas t�m tamb�m inscri��es deixadas pelos entes queridos que perdurar�o mesmo com a tinta se esvaindo aos poucos. Como � o caso das homenagens feitas para Reinaldo: “Nunca vou te esquecer. Te amo”; e para Cristina: “Te amarei at� a eternidade. Saudade eterna. M�e”.
 
O local, antes um mar de rejeitos cor de barro, agora se transformou numa s�rie de estradas que ligam v�rios pontos das �reas de busca, completamente tomada pelo mato de vegeta��o verde que cresceu desde a interrup��o dos trabalhos dos bombeiros. As �guas do C�rrego Ferro-Carv�o, soterrado pelo rompimento, continuam a descer na �rea das buscas, tomando o rumo do Rio Paraopeba.

Transforma��o


Pr�ximo ao vilarejo de C�rrego do Feij�o, que ficou interrompido desde o rompimento da barragem, as �reas de buscas intensas, onde se encontraram ve�culos como �nibus e caminh�es e corpos de muitos oper�rios da Vale, agora tamb�m est�o repletas de estradas que levam a m�ltiplas dire��es da �rea de buscas. Grandes pilhas de rejeitos revolvidos nessas opera��es se tornaram pequenas colinas verdes de grama que cresce e tamb�m de obst�culos que os bombeiros encontraram na retomada de suas buscas.
 
Por toda a �rea, brotam nascentes de �gua que se acumula em pequenos lagos, antes nascentes e surgindo os pastos e as matas que agora foram cobertos pelo rejeito. Esses pequenos brejos tamb�m tornam o terreno que ser� vasculhado pelos socorristas mais inst�vel e movedi�o, prometendo uma oposi��o aos trabalhos que custar� ainda mais vontade e persist�ncia.

�reas de busca


O Corpo de Bombeiros afirma que as buscas est�o sendo feitas atrav�s da escolha de seis �reas que ser�o priorizadas atrav�s de um estudo matem�tico de probabilidades, onde h� maiores chances de serem encontrados corpos ou segmentos. A partir disso, o CBMMG passa a trabalhar inicialmente com seis frentes de trabalho, onde haver� prioridade nas atividades de busca. “As buscas ainda seguem por tempo indeterminado. A partir da pr�xima quinta-feira, 60 bombeiros realizar�o o trabalho de buscas”, informou a corpora��o.
 
De acordo com os Bombeiros, ser�o utilizados equipamentos de geoprocessamento de dados, programas espec�ficos de an�lises de dados, equipamento de prote��o individual espec�fico para buscas como capacete, luvas,�culos. E, principalmente, com o apoio log�stico da mineradora Vale, maquin�rio pesado como retroescavadeira, caminh�es fora de estrada, e tratores de v�rios tipos, que fazem total diferen�a na escava��o e movimenta��o de rejeitos.
 
Na �rea atingida, a principal dificuldade, segundo os militares, seria alguns cursos de rios, c�rregos e ribeir�es, o que deixa o terreno muito encharcado, e consequentemente compactado, dessa forma reduzindo a visualiza��o da parte interna dos rejeitos, o que prejudica os trabalhos, al�m da grande necessidade de deslocamento dos militares durante o trabalho de busca.
 
Sobre a cobertura do terreno, a corpora��o esclarece que realizou as buscas na profundidade de 3 metros na maior extens�o poss�vel, por�m ela n�o atingiu toda a �rea afetada pela mancha de rejeitos. O planejamento para a sexta estrat�gia � adotar os procedimentos que o CBMMG teve nas buscas anteriores no que deu certo. A CBMMG vai explorar a �rea de espera, e atuar nas �reas que ainda n�o foram exploradas, indo a uma profundidade aproximada de 3 metros. Em alguns locais existe a possibilidade de ter menos 2 metros de profundidade, e locais maiores de 3 metros de profundidade, o que depende muito do terreno que os militares v�o encontrar em rela��o � quantidade de �gua no local.

Drenagem


Foi realizado um planejamento conjunto, entre o CBMMG e a Vale, para estabelecer a condi��o das obras de drenagem dessas �reas que ficavam muito irrigadas/encharcadas. Ent�o est�o sendo feitas v�rias obras de infraestrutura para preparar o terreno para o retorno, apresentando um solo melhor para realizar as buscas do que se encontrava antes da interrup��o dos trabalhos.
 
As buscas contar�o com a utiliza��o de drones, que v�o monitorar os trabalhos, e a princ�pio n�o haver� necessidade de utiliza��o de helic�pteros. O efetivo vai aumentar de 45 para 60 militares atuando na linha de frente, e a princ�pio n�o haver� empenho dos c�es, tendo em vista que o CBMMG avalia a efetividade neste tipo de trabalho no ponto que se encontra as buscas, situa��o que ainda est� em an�lise.

Mineradora preparou retorno


A Vale afirma que se mant�m ativa conduzindo v�rios esfor�os para permitir o melhor retorno poss�vel �s opera��es dos bombeiros. “Mesmo neste per�odo de isolamento, a empresa seguiu com atividades preparat�rias para o retorno acontecer de forma eficiente e segura. Foram realizadas a melhoria dos acessos (manuten��o e constru��o de novos acessos) e a drenagem das �reas impactadas, com a constru��o de canais de desvios de �guas para retirar volume relevante das �guas superficiais do rejeito, melhorando as condi��es de buscas”.
 
Central de comando que abriga os oficiais que atuam nas buscas, a Base Bravo recebeu melhorias e ajustes para a preven��o � COVID-19, como a a fixa��o de cartazes de orienta��o sobre as pr�ticas corretas de profilaxia � contamina��o; fornecimento de um kit di�rio com 6 m�scaras de tecido e 7 m�scaras N95, PFF2 ou equivalente; interrup��o do servi�o de alimenta��o self service e distanciamento m�nimo de 1,5m nas filas para distribui��o de marmitex; disponibiliza��o de �lcool l�quido ou em gel 70% em v�rios pontos; adapta��o dos dormit�rios.
 
At� o momento, cerca de 1,7 milh�o de metros c�bicos de rejeitos foram removidos e est�o sendo dispostos na cava da mina C�rrego do Feij�o. “A a��o ocorre em conformidade com autoriza��o da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad) e anu�ncia da Ag�ncia Nacional de Minera��o (ANM). Somente ap�s libera��o dos Bombeiros o rejeito segue para disposi��o. A estimativa feita com base em estudos realizados pela empresa � que cerca de 9 milh�es de metros c�bicos vazaram da B1”, informa a Vale.
 
Res�duos como metais, borracha e madeira s�o separados para o descarte apropriado dentro da legisla��o ambiental e para deixar o rejeito nas condi��es adequadas para ser disposto na cava.


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