
A hist�ria de vida de Terezinha da Silva, uma senhora de 82 anos de idade, moradora do Bairro S�o Paulo, em Governador Valadares, teve muitos cap�tulos emocionantes. E continua, a cada dia, causando emo��es. Nesta quarta-feira ela fez pose de celebridade para a filha Lucinete Alexandre, logo ap�s o banho matinal. “J� falamos pra ela que, agora, ela � celebridade, sempre procurada pela imprensa”, disse a filha, feliz por ver a boa recupera��o da m�e, que ficou internada no Hospital Unimed de Governador Valadares durante quase 500 dias.
Foram exatos 487 dias internada, tratando de Doen�a Pulmonar Obstrutiva Cr�nica (DPOC), que causa nos pacientes s�rias dificuldades para respirar. Nesse per�odo, muitas dificuldades e ang�stias se apresentaram para ela e sua fam�lia. Embora n�o tenha sido infectada pelo novo coronav�rus, Terezinha viveu momentos de apreens�o, junto com sua fam�lia e as equipes de sa�de do hospital. Afinal, ela jamais poderia ter contato com o v�rus. “Essa era a maior preocupa��o nossa. E de todos l� do hospital”, disse Lucinete.
Mas a algazarra de Suzy e Cocota � ouvida em toda a casa e isso deixa Dona Terezinha feliz. Suzy deu piruetas quando viu a chegada de Dona Terezinha, dias atr�s, logo depois da alta hospitalar.
A voz de Dona Terezinha est� fraca, mas ela conversa com a fam�lia e a enfermeira, que est� sempre por perto para que sua recupera��o seja a melhor poss�vel. “O que passou, passou, s�o �guas passadas”, como ela mesma diz, sempre. E n�o quer se lembrar dos maus momentos, apenas das amizades feitas durante o tempo em que esteve no hospital.
Novas amizades
Andreia Pedrosa, assistente social da Unimed, � uma das amizades conquistadas durante o longo per�odo de interna��o. “Quando eu chegava ao quarto dela e dizia ‘t� aqui, Dona Terezinha’, eu via que ela ficava feliz e tranquila”, comenta Andreia, lembrando que o tratamento dos pacientes exige algo mais que o medicamento. “Bom dia, boa tarde, estou aqui, s�o coisas que fazem a diferen�a”, disse.
Quando Dona Terezinha deixou o hospital, a emo��o todos foi grande. Andreia conta que a hist�ria dessa paciente com tanto tempo de interna��o comoveu por muitos motivos. “A gente que est� ali, no dia a dia, passa a conhecer os problemas, as ang�stias, as situa��es dif�ceis enfrentadas pela fam�lia. Ent�o, para todos foi uma alegria enorme e a certeza de que a gente faz a diferen�a.”
Em casa, Dona Terezinha est� feliz, cercada de carinho. Quem n�o pode entrar para v�-la sempre pergunta por ela, que, nesses 82 anos de vida, conquistou muitos amigos, a maioria clientes de seu restaurante, conhecido por servir “frango no bafo”, um frango assado diferente, feito em uma churrasqueira que fica na cal�ada e atrai a clientela pelo cheiro.
O restaurante fica pr�ximo ao Parque de Exposi��es da Uni�o Ruralista Rio Doce, que promove anualmente a Exposi��o Agropecu�ria. “Muitas pessoas conhecem a minha m�e l� da exposi��o. Durante muitos anos ela montou o restaurante l� dentro, e sempre atendeu a todos de uma forma muito gentil”, relembra Lucinete.
O restaurante fica pr�ximo ao Parque de Exposi��es da Uni�o Ruralista Rio Doce, que promove anualmente a Exposi��o Agropecu�ria. “Muitas pessoas conhecem a minha m�e l� da exposi��o. Durante muitos anos ela montou o restaurante l� dentro, e sempre atendeu a todos de uma forma muito gentil”, relembra Lucinete.
A emo��o continua
Assim como Dona Terezinha, mas sem o longo per�odo de interna��o a que ela foi submetida, outros pacientes deixaram na ter�a-feira o hospital sob forte emo��o. Todos eles eram pacientes da UTI COVID-19. Carlos Vidal, 60 anos, Javany Morais, 48 anos, e Maria das Gra�as, 69 anos, ficaram internados pro quase dois meses. Os tr�s superaram a doen�a com o esfor�o pr�prio e dos profissionais de sa�de.
Carlos n�o imaginava que lutaria contra algo invis�vel: o novo coronav�rus. Foi lutando durante 53 dias internado, sendo 38 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que o ele venceu o v�rus. No mesmo dia, Javany Morais, de 48 anos, passou pela emo��o de ir para casa, recuperado da COVID-19. Foi com o punho erguido, em sinal de vit�ria, que ele deixou o hospital,
Maria das Gra�as, 59 anos, ficou exatos 59 dias em tratamento, sendo 50 longos dias na UTI. Portadora de Fibromialgia (s�ndrome que provoca dores no corpo), ela derrotou a maior amea�a de sua vida. O dia de sua alta marcar� tamb�m a hist�ria dos seus tr�s filhos, como a data que a matriarca sobreviveu ao COVID-19.