(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas Pandemia

Produ��o de m�scaras entra na rotina de recuperandos de Minas e do Maranh�o

Mais de 350 mil unidades foram produzidas por homens e mulheres que est�o em Apacs, onde cumprem penas em um sistema complementar ao prisional


03/09/2020 14:59 - atualizado 03/09/2020 16:31

Nas Apacs todos os recuperandos trabalham diariamente(foto: APAC Manhuaçu-FBAC/Divulgação)
Nas Apacs todos os recuperandos trabalham diariamente (foto: APAC Manhua�u-FBAC/Divulga��o)
Mais de 350 mil m�scaras em tr�s meses. Essa foi a produ��o feita por recuperandos nos estados de Minas Gerais e Maranh�o. S�o homens e mulheres que cumprem restri��o de liberdade na Associa��o de Prote��o e Assist�ncia aos Condenados (Apac), uma entidade jur�dica sem fins lucrativos que tem por objetivo auxiliar a Justi�a na execu��o da pena.

Desde junho, a AVSI Brasil e a Fraternidade Brasileira de Apoio aos Condenados (FBAC) se uniram para uma campanha com 23 Apacs de Minas e do Maranh�o para a produ��o do equipamento protetivo a serem doados para as comunidades do entorno de cada unidade. 

“O trabalho tamb�m ajuda no processo de socializa��o do recuperando, sem contar o fato de que a confec��o das m�scaras � uma ocupa��o a mais em um momento em que visitas de familiares est�o proibidas, devido � pandemia”, explica o vice-presidente da AVSI Brasil, Jacopo Sabatiello.

Ele ressalta a import�ncia da a��o, que ao mesmo tempo contribui para que mais pessoas tenham acesso � preven��o, diminuindo o cont�gio da COVID-19, "recuperandos e recuperandas aprendem um of�cio".
 
O lema da campanha � "ao mesmo tempo em que humanizamos as penas, ajudamos a proteger e promover vidas". O legado � que as m�quinas e a capacita��o de m�o de obra ser�o usados na fabrica��o de roupas de cama e outros artigos, em todas as unidades.
 

Est�mulo aos recuperandos


A possibilidade de ajudar a quem precisa, mesmo passando por um momento de restri��o da liberdade, renovou as esperan�as e trouxe um novo sentido para a vida de alguns recuperandos.

Segundo a presidente da Apac de Manhua�u (MG), Denise Rodrigues, eles t�m a sensa��o de inclus�o na luta contra a pandemia: “A possibilidade de confeccionar algo que contribui para salvar vidas os deixa muito motivados. Nestes dias t�o sombrios que temos enfrentado, esse projeto foi um respiro, trouxe luz, �nimo e esperan�a”. 
 
Cumprindo pena na Apac de Campo Belo (MG), Wellington Nunes conta que ocupar-se f�sica e mentalmente � fundamental na condi��o em que se encontra. Al�m disso, fica feliz em saber que seu trabalho tem uma import�ncia grande do lado de fora: “O que eu fa�o vai beneficiar toda a sociedade, as pessoas precisam do meu esfor�o agora. Eu tamb�m preciso desse trabalho, pois me faz sentir importante e me motiva a ajudar o pr�ximo”. 
 
Compartilhando o sentimento, o recuperando Silson Rodrigues Vieira, que cumpre pena na APAC de Caratinga (MG), confirma que para ele "esta oportunidade � muito gratificante, pois estamos ajudando a salvar vidas com a confec��o das m�scaras, contribuindo para a popula��o e a sociedade”. 

Sobre a Apac

 
A Apac nasceu no Brasil  em 1972, no pres�dio Humait�, em S�o Jos� dos Campos (SP), por meio de um grupo de volunt�rios crist�os, sob a lideran�a do advogado e jornalista  M�rio Ottoboni, e considerada uma experi�ncia revolucion�ria. 

De acordo com a Fraternidade Brasil de Assist�ncia ao Condenado (FBAC), a Apac ï¿½ uma entidade civil de direito privado, com personalidade jur�dica pr�pria, dedicada � recupera��o e � reintegra��o social dos condenados a penas privativas de liberdade.

Ela ainda opera como entidade auxiliar dos poderes Judici�rio e Executivo, na execu��o penal e na administra��o do cumprimento das penas.  
 
O objetivo � promover a humaniza��o das pris�es, "sem perder de vista a finalidade punitiva da pena. Seu prop�sito � evitar a reincid�ncia no crime e oferecer alternativas para o condenado se recuperar".  

S�o pequenas unidades, idealizadas para receber no m�ximo 200 recuperandos, constru�das nas pr�prias comunidades onde cumprem sua pena.
 
Os presos s�o chamados de recuperandos e s�o correspons�veis por sua recupera��o. Nesse sistema, a seguran�a e a disciplina s�o feitas com a colabora��o dos pr�prios internos, tendo como suporte alguns funcion�rios e volunt�rios, sem policiais ou agentes penitenci�rios.

A rotina di�ria se inicia �s 6h e termina �s 22h. Durante o dia, todos trabalham, estudam e se profissionalizam, evitando a ociosidade. Com uma disciplina r�gida, a Apac conta com um conselho formado por recuperandos que cuidam da ordem, do respeito e do acompanhamento de normas e regras.
 
A taxa de reicind�ncia criminal � baix�ssima: a m�dia internacional do sistema convencional de quem retorna ao crime � de 70%, no Brasil � de 80%, e dos que cumprem regimes (fechados, semi abertos e abertos) nas Apacs� de 15%.

Dados da FBAC indicam que j� passaram pelas APACs no Brasil, 51.562 recuperandos.

O pa�s conta com 52 unidades, sem qualquer policial ou agente penitenci�rio. Elas abrigam um total de 2.910 recuperandos (251 mulheres e 1.740 homens).

H� 32 Apacs em processo de implanta��o
 
“� preciso que n�o se veja a pris�o como um espa�o de vingan�a, mas sim como um espa�o de regenera��o do ser humano", diz Mirella Freitas, ju�za da 2ª vara de Itapecuru-Mirim (MA).

Ela aponta os resultados como demonstra��o de que a restri��o da liberdade pode cumprir uma fun��o social e regenerar o condenado. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)