A arruma��o come�ou h� quatro dias no AA Wine, no Bairro Lourdes, que espera matar a saudade dos clientes a partir de hoje (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Depois de uma semana do an�ncio da nova fase de flexibiliza��o do isolamento social em Belo Horizonte, os bares e restaurantes passaram os �ltimos dias renovando o estoque, tirando poeira da bancada e se preparando para receber os clientes � mesa tamb�m � noite, com as medidas sanit�rias necess�rias. Entre idas e vindas e discuss�es com entidades que representam o setor, esses estabelecimentos poder�o abrir hoje com a venda de bebidas alco�licas. O consumo no local – que foi proibido at� mesmo nos restaurantes abertos em hor�rio de almo�o – ser� permitido apenas a partir das 17h de sexta. No s�bado e no domingo, das 11h �s 22h.
A prefeitura informou que est� preparando um decreto para regulamentar o funcionamento do com�rcio durante os feriados. A publica��o no Di�rio Oficial do Munic�pio (DOM) est� prevista para hoje. Dessa maneira, o funcionamento da segunda-feira (7), Dia da Independ�ncia do Brasil, depender� dessa diretriz. Ontem, ao acertar os �ltimos detalhes dessa reabertura, a Secretaria Municipal de Sa�de publicou uma portaria que veta a realiza��o de shows e instala��o de tel�es nos estabelecimentos. De acordo com o texto, ficam “vedadas atividades de entretenimento que possam causar aglomera��es, como m�sica ao vivo, proje��o de imagens, apresenta��es teatrais e exibi��o de eventos esportivos”. A portaria � assinada pelo secret�rio municipal de Sa�de, Jackson Machado.
A instala��o de mesas e cadeiras em espa�os p�blicos, como cal�adas, parklets e espa�os operacionais j� estava autorizada. Para funcionar em meio ao combate � COVID-19, bares e restaurantes ter�o que garantir um distanciamento m�nimo de 2m (dois metros) entre as mesas e 1m (um metro) entre ocupantes na mesma mesa – limitado a quatro pessoas. A capacidade m�xima dos estabelecimentos � de uma pessoa a cada 5m² da �rea total, incluindo os funcion�rios. Somente clientes que estiverem sentados poder�o consumir. Quem estiver fora de mesas na parte interna e externa de bares e restaurantes n�o ser�o atendidos, de acordo com as regras da PBH.
O empres�rio Luiz Eug�nio Torres, dono do AA Wine Experience, no Bairro de Lourdes, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, diz que precisou se adequar para matar a saudade dos clientes, mas n�o espera lota��o da casa. “A gente est� se preparando de acordo com as normas, mas n�o temos muita perspectiva de movimento”, conta o comerciante, que est� h� quatro dias arrumando e preparando os funcion�rios para este fim de semana. “A gente gosta de trabalhar, atender pessoas”, disse.
Embora tenha conseguido manter os empregos de seus funcion�rios, Luiz Eug�nio reclama da falta de assist�ncia do governo e disse que precisou “come�ar do zero”. “Simplesmente o governo e a prefeitura viraram as costas para a gente. Se eu estou de p� � porque tinha patrim�nio e me desfiz dele para continuar. A gente sobreviveu, vendi o que eu tinha”.
A Avenida Alberto Cintra, via conhecida pela vida noturna no Bairro Uni�o, Regi�o Nordeste de BH, est� pronta para reacender as luzes. “A gente est� se preparando conforme orienta��o dos �rg�os”, conta Andr� Luiz de Abreu, gerente da Espetaria Original. Ele se diz esperan�oso de que a doen�a respirat�ria fique em um est�gio controlado para permitir a volta gradual dos bares. “Espero que essa retomada seja bem tranquila, que o pessoal possa respeitar, com consci�ncia de que n�o pode aglomerar, pra gente n�o ter que parar nesse processo. Sei que n�o d� para voltar a ser como era antes, mas qualquer coisa j� ajuda”, disse.
Grazzielle Zucherato prepara a inaugura��o do Gastrobar, que ficou suspensa devido � pandemia. Na receita, �lcool em gel, m�scara e limpeza (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
No mesmo discurso de conscientiza��o sobre o coronav�rus, a gerente do Vila Cintra Gastrobar, Grazzielle Zucherato, fala em preven��o. “�lcool em gel, m�scara, limpeza. Nossa expectativa � seguir todas as regras porque tem que ser. Estamos lidando com vidas”, defende a comerciante, que tem diabetes (condi��o que a coloca no grupo de risco para a forma grave da doen�a). “Acho que o pessoal j� est� ansioso pelos bares abertos, mas ainda tem um certo receio. At� por mim que sou diab�tica, n�o posso me dar ao luxo”, explica.
O Gastrobar com uma tend�ncia italiana vai conhecer seus primeiros clientes durante a pandemia. � que a abertura do local seria justamente na sexta-feira em que foi decretado o fechamento do com�rcio. “Pra gente n�o � uma retomada, � uma inaugura��o. Nesses meses, gra�as a Deus, tivemos ajuda do locador que n�o cobrou aluguel e possibilitou continuarmos com esse projeto. Agora que estamos abrindo, o principal � respeitar, seguir as normas e esperamos que as pessoas saiam de casa com seguran�a.”
Sobreviv�ncia
Na Regi�o da Savassi, tamb�m conhecida pela boemia, o 80 Bar precisou se adequar � crise para pagar as contas. “Foi muito ruim o tempo parado. Come�amos a mexer com pizza para delivery porque a despesa aqui � muito alta. Se n�o voltar com 70% do que eu faturava, vai ficar muito dif�cil continuar”, conta Rond Gaspar, propriet�rio do local. “A expectativa � uma mistura de al�vio com medo pela pandemia ainda existir. Estamos falando de vida e, se tratando de empresa, ela tamb�m precisa sobreviver. Por isso, estamos tomando todas medidas e esperamos que d� tudo certo”.
Rondo Gaspar, do 80 Bar, que teve que fazer delivery de pizza para sobreviver: 'A expectativa � uma mistura de sensa��o de al�vio com medo'
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Depois de meses funcionando apenas com delivery, o dono do bar Tiz�, no Lourdes, tem boas expectativas para a reabertura. “N�o fugimos da preocupa��o com a seguran�a para funcion�rios e clientes, por isso treinamos toda a equipe antes quanto a preven��o a COVID-19. Est� todo mundo ansioso e com vontade de trabalhar”, descreve Matheus Mourthe.
(foto: Arte EM)
Indicadores melhoram
Belo Horizonte chegou ontem a 1.044 mortes por COVID-19. O boletim epidemiol�gico e assistencial da prefeitura informa que 23 �bitos pela doen�a ocorreram em 24 horas. S�o 34.962 casos confirmados da doen�a – uma diferen�a de 432 diagn�sticos em rela��o ao levantamento anterior, divulgado na quarta-feira. Por outro lado, o balan�o � positivo para a cidade quanto aos tr�s indicadores fundamentais para a tomada de decis�es sobre a flexibiliza��o do isolamento, j� que houve queda em todos eles. �nico indicador ainda fora do cen�rio mais controlado, a ocupa��o dos leitos de UTI caiu 0,8 ponto percentual e est� em 56,2%, permanecendo no est�gio intermedi�rio de alerta. A taxa de uso das enfermarias tamb�m sofreu queda, de 46% para 45,9%. O cen�rio � considerado controlado, j� que mais da metade dos leitos desse tipo destinados a pacientes com a COVID-19 est�o vagos. E a velocidade de transmiss�o do novo coronav�rus, o fator Rt, recuou de 0,99 para 0,98, abaixo portanto do sinal de alerta, a partir de 1.
O que � o coronav�rus
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte. V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.