
A regra � clara. E r�gida para o bem de todos. Est� l�, no Di�rio Oficial do Munic�pio (DOM), publicado pela prefeitura. Para restaurante funcionar, em tempos de pandemia do novo coronav�rus, � preciso respeitar o hor�rio, protocolo de higieniza��o e espa�amento correto entre mesas e cadeiras, seja dentro do sal�o ou em espa�os p�blicos, como cal�adas ou parklets. Foi neste esquema que neste domingo (6), na v�spera de feriado da Independ�ncia, em dia de muito sol e calor, a identidade mineira de confraternizar em bares e restaurantes come�ou a ser resgatada.
A reportagem do Estado de Minas circulou por alguns restaurantes e se deparou com as principais regras sendo atendidas: distanciamento m�nimo de dois metros entre as mesas e um metro entre ocupantes na mesma mesa – limitada a quatro pessoas; capacidade m�xima dos estabelecimentos de uma pessoa a cada 5m² da �rea total, incluindo funcion�rios; e somente clientes sentados podendo consumir.
Gerentes e gar�ons estavam animados, muitos com saudades de antigos clientes - que j� se tornaram amigos -, mas o consumidor ainda estava um tanto quanto receoso.
No Pizzarella, no Bairro de Lourdes, o casal Rog�rio Rodrigues de Oliveira, administrador de empresa, e Luciana Rodrigues Amaral, pedagoga, frequentadores do restaurante h� anos, estavam felizes em rever rostos t�o familiares. "No primeiro dia n�o sa�mos, vimos que nem todos est�o tendo cautela, usando m�scara e muitos lugares com aglomera��o. Evitamos, mas hoje quisemos relaxar, sair da rotina de casa e num ambiente que temos seguran�a. � importante a retomada, n�o s� para a economia do pa�s, mas psicologicamente para todos. Este setor sofreu demais. Mas a recupera��o precisa vir com cautela", destacou Rog�rio.
Luciana, que tem filha m�dica e conta que todos os protocolos s�o respeitados pela fam�lia, destacou o momento de "perceber que tem vida fora de casa, sair, ver movimento. E estamos nos sentido bem seguros aqui". Eles alm�oram um prato dos mais pedidos da Pizzarella, o arroz sujo com fil�.
MUDAN�A AOS 45 ANOS
Na Casa dos Contos, na Savassi, fundado em 1975, o gerente Maciel Rocha, com 29 anos de empresa, conta que de um restaurante at� ent�o tradicional e s� a la carte, com a pandemia o delivery passou a fazer parte do dia a dia para sempre. Agora, os pedidos s�o aceitos por aplicativo. Foi montada uma equipe para anotar pedidos, que tamb�m podem ser retirados no local.
Maciel est� animado e diz que tem at� lista de espera. N�o fazem reserva: "Est� uma loucura, estamos reaprendendo, mas vamos nos adaptando". Seguindo todas as regras, ele conta que perdeu muito espa�o, mas est� feliz com a reabertura. "Antes da pandemia, atend�amos 150 pessoas. Hoje, temos 10 mesas com no m�ximo quatro pessoas".

O casal Laisa Kwok, estudante de administra��o, e T�lio Fragoso, banc�rio, estavam a espera do fil� � parmegiana, t�o famoso da Casa dos Contos e aprovados pelos clientes. "� a primeira vez que sa�mos e a sensa��o � de liberdade, me passa uma normalidade. Aqui est� dentro das regras e nos sentimos seguros. � o in�cio da retomada de uma nova vida, sair, ver pessoas, alivia o estresse da rotina dentro de casa", destacou Laisa.
E T�lio confessou que, apesar de satisfeito com a oportunidade de sair, sente "falta de mais pessoas no restaurante, causa um estanhamento tantas mesas vazias".
ESPA�O INTERNO E EXTERNO
Walmir Brand�o, gente do La Grepia, no Centro, h� 12 anos no restaurante, tamb�m destacou que o delivery � o que tem ajudado a encarar a pandemia: "O almo�o est� fraco, ainda engrenando. Acredito que os clientes ainda est�o receosos. Acho que inseguros com o espa�o fechado. O que � contradit�rio, j� que na rua, em muitos lugares por a�, o espa�amento � muito menor, ficam mais pr�ximos e aqui h� a dist�ncia correta de acordo com as regras. Obedecemos todo o protocolo".
Para Walmir, com o passar dos dias, o cliente ir� voltar. No entanto, ele destaca que o p�blico do La Grepia, acompanha os anos do restaurante, portanto, "60% do p�blico da noite tem mais de 50 anos, a maioria, e este grupo acho que est� mais cauteloso em sair de casa".
Mas o gerente n�o desanima: "Ter f� � persist�ncia".
F� QUE VAI PASSAR
F� QUE VAI PASSAR
Mesas cheias, mas com distanciamento. Esse tamb�m � o cen�rio no Baiana do Acaraj�, h� 22 anos no quarteir�o bo�mio da Pra�a da Savassi, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte.
“Hoje est� mais tranquilo em rela��o � sexta e s�bado. Mas est� muito bom, n�o podemos reclamar n�o”, conta Odair Melo, propriet�rio do local. A limita��o de quatro pessoas por mesa tem sido um problema para ele. “� dif�cil controlar. Uma fam�lia de oito pessoas chegou e tivemos que separar. O cliente at� achou ruim, mas a gente n�o pode deixar”, explica.
“Trabalhamos com muita seguran�a, respeitando o protocolo. J� come�amos bem demais, est� muito bem organizado, a prefeitura vem cobrando com raz�o pra gente n�o ter problemas e fechar novamente. Essa pandemia pegou todo mundo desprevenido e vai passar logo, se Deus quiser”, afirmou.
“Trabalhamos com muita seguran�a, respeitando o protocolo. J� come�amos bem demais, est� muito bem organizado, a prefeitura vem cobrando com raz�o pra gente n�o ter problemas e fechar novamente. Essa pandemia pegou todo mundo desprevenido e vai passar logo, se Deus quiser”, afirmou.
DICAS DE NUTRI��O
A nutricionista Juliana Nakabayashi, com a volta dos clientes aos restaurantes, recomenda que os consumidores aproveitem para levar para o prato "a variedade de legumes e verduras diante de mais op��es do que em casa, j� que com a rotina do traballho e afazeres do lar, muitos t�m feito refei��es mais pr�ticas e congeladas".
"Desfruta da variedade das hortali�as, n�o misture grupos de alimentos, selecione o que � saud�vel. E procure restaurantes que confiem na qualidade de entrega, tanto da higieniza��o quanto da distribui��o de pratos", alerta a nutricionista.
(Colaborou D�borah Lima)