O concurso ser� sediado em Montes Claros, no Norte de Minas, numa iniciativa da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), juntamente com entidades ma��nicas - Conselho de Vener�veis do Norte de Minas/Convenorte, Grande Oriente do Brasil/MG e Grande Loja Ma��nica de Minas Gerais - e outros parceiros.
Um fato curioso � em 30 de julho a prefeitura de Montes Claros promulgou uma lei que pro�be a soltura de pipas na �rea urbana da cidade (leia abaixo).
Um fato curioso � em 30 de julho a prefeitura de Montes Claros promulgou uma lei que pro�be a soltura de pipas na �rea urbana da cidade (leia abaixo).
O primeiro festival virtual de pipas do Brasil ter� o seguinte formato: cada competidor dever� fotografar a pipa que confeccionou. Na sequ�ncia, ter� que produzir um v�deo de 15 segundos com a pipa no ar. Em seguida, por meio de mensagem por WhatasApp, dever� encaminhar a foto e o v�deo, junto com seus dados, para a organiza��o do campeonato, para a avalia��o por uma comiss�o julgadora.
Ser�o classificados 30 candidatos para a etapa final, que ser� disputada no dia 26 de setembro, no campo de futebol do centro esportivo do campus-sede da Unimontes. No local, os competidores dever�o empinar as pipas, sendo novamente avaliados por uma comiss�o julgadora, obedecendo aos protocolos de seguran�a e de distanciamento, em cumprimento �s medidas preventivas contra a transmiss�o do coronav�rus.
As inscri��es para a competi��o virtual de pipas poder�o ser feitas at� o dia 18 de setembro, pelo WhatsApp (38 99204-7253). Poder�o se inscrever candidatos de todo territ�rio nacional. A premia��o aos vencedores ainda ser� definida.
Os participantes v�o concorrer em seis categorias: “‘Engenhosidade” (ser�o avaliados os modelos diferenciados de pipas, a criatividade e inova��o), “beleza” (avalia designer, formato, adere�os e cor), “maior pipa”, “menor pipa” , “pipa de material recicl�vel” e “frases criativas”.
Um dos coordenadores do evento, o assessor de Projetos Especiais da Pr�-Reitoria de Extens�o da Unimontes, Gilson Fr�es, salienta que a competi��o virtual de pipas tem o objetivo educativo de mostrar a import�ncia da pr�tica de lazer de forma segura, em local adequado, longe da rede el�trica e sem o uso de linhas cortantes (cerol e linha chilena), que s�o proibidas.
INTERA��O PAI/FILHO
Gilson Fr�es destaca que a iniciativa tamb�m visa incentivar a pr�tica de soltar pipas como maneira de intera��o entre pais e filhos durante o distanciamento social, medida preventiva contra a transmiss�o do coronav�rus. A atividade de lazer tamb�m objetiva reduzir o estresse e a ansiedade entre as pessoas, que aumentaram em fun��o do isolamento social.
“Os psic�logos revelam que, durante a pandemia, aumentou a preocupa��o com a ascens�o dos problema de sa�de mental. As pessoas n�o estavam acostumadas a viverem distante das outras. Com o incentivo para a soltura de pipas, queremos que, mesmo sem aglomera��o, as fam�lias possam estar juntas e que pais e filhos possam ter uma aproxima��o de forma l�dica”, afirma o coordenador.
Ele disse que outro objetivo do festival virtual de pipas � estimular a criatividade dos participantes. “Queremos que as pessoas venha dar asas � imagina��o. Vamos colorir os ares com seguran�a e responsabilidade”, enfatiza Fr�es.
Outro coordenador do evento, o professor Lincoln Wagner Veloso Queiroz, ressalta que o in�dito concurso surgiu a partir da necessidade de realiza��o de uma atividade que pudesse gerar o entretenimento, diante das restri��es para impedir a transmiss�o do coronav�rus. “Tentamos idealizar alguma coisa que n�o deixasse afetar a cultura popular, que n�o tem idade, que � soltar pipa”, assegura ele.
“Come�amos a olhar a legisla��o, hoje vigente, sobre o soltar pipa, e associamos aos protocolos de sa�de. A partir da�, idealizamos o Campeonato Virtual de Pipas”, relata Lincoln Queiroz. Ele salienta ainda que a pr�tica, “al�m promover a recrea��o e o entretenimento familiar, passou a ser uma forma de melhorar a sa�de das pessoas”.
Ele disse ainda que o campeonato virtual ter� uma campanha educativa para soltar pipa longe da rede el�trica e sem o uso de linhas cortantes, envolvendo diversas disciplinas como artes, educa��o f�sica, portugu�s, matem�tica, f�sica, meio ambiente, hist�ria, cultura e cidadania. Por isso, as escolas tamb�m est�o sendo incentivadas a participar da competi��o.
Falta de renda
A proibi��o da soltura de pipas na �rea urbana de Montes Claros, no Norte de Minas, por medida de seguran�a, al�m do fim de uma pr�tica de lazer, acarretou a perda da renda para quem vivia do neg�cio. A reclama��o � de Wagner Mendes Soares, presidente da Associa��o de Pipeiros e Fabricantes de Pipas da cidade. Ele confecciona e vende pipas.
A lei que prev� a proibi��o foi aprovada pela C�mara de Vereadores local depois que, em junho, duas mulheres morreram na regi�o (uma em Bocaiuva e outra em Montes Claros), ao sofrerem cortes profundos no pesco�o, provocados por linhas de cerol, usadas ilegalmente para empinar pipas.
O vereador Rodrigo Maia, o Rodrigo Cadeirante (Rede), autor do projeto de lei, tamb�m sugeriu que fosse criado na cidade um “pip�dromo”, um local voltado para empinar pipas, longe da rede el�trica. Na lei promulgada pela prefeitura foi estabelecido que dentro do prazo de cinco meses o Executivo Municipal dever� definir as �reas da cidade onde poder� ocorrer a pr�tica de lazer, sem risco de acidentes.
Wagner Mendes Soares disse n�o ser contra a aprova��o da lei municipal, no sentido de proteger a vida das pessoas e impedir acidentes com a rede el�trica, al�m de inibir o uso de linhas cortantes (cerol e chilena), mas ressalta que ela tem falhas. “O problema � que publicaram a lei, mas n�o foi fixado locais indicados para a brincadeira”, assegura Wagner. “Essa proibi��o � at� inconstitucional”, completa.
Ele afirma que h� oito anos trabalha com a confec��o e venda de pipas e perdeu a fonte de renda. O “fabricante de pipas’ alega que, diante da proibi��o para a pr�tica de lazer na �rea urbana, sua clientela desapareceu e, agora, ele enfrenta a dificuldade para sustentar a fam�lia, sendo que � casado e pai de cinco filhos.
Wagner conta que existem duas temporadas anuais dedicadas � atividade de lazer – nos per�odos de f�rias escolares, em julho e no final/in�cio de ano. Em cada uma delas, informa, ele produzia e comercializava em torno de 4 mil a 5 mil pipas, com o pre�o de cada uma delas oscilando entre R$ 0,50 e R$ 2,50.
“Agora, estou praticamente parado sem vender nenhuma pipa”, lamenta ele, acrescentando que em Montes Claros existem cerca de 2 mil adeptos da pr�tica de empinar pipas e que tiveram que interromper a atividade de lazer por causa da recente lei municipal.
Wagner Mendes Soares enaltece a iniciativa da Universidade Estadual de Montes Claros em promover o 1º Campeonato Virtual de Pipas do Brasil em meio do isolamento social imposto pela pandemia do coronavirus (COVID-19). “Devemos lembrar que muitas crian�as s� tem como divers�o soltar pipas. Trata-se de uma cultura milenar”, argumenta