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Estado de Minas INTOLER�NCIA

Pastor ativista LGBT responde a Valad�o: 'Igreja � um hospital, n�o um tribunal de julgamentos'

O pastor evang�lico e cantor gospel Andr� Valad�o causou grande pol�mica ap�s afirmar que gays crist�os precisam saber 'seu lugar' e n�o devem frequentar a igreja na �ltima ter�a-feira (08)


10/09/2020 18:40 - atualizado 10/09/2020 19:21

Pastor Gregory Rodrigues e Pastor André Valadão(foto: Divulgação)
Pastor Gregory Rodrigues e Pastor Andr� Valad�o (foto: Divulga��o)
O pastor evang�lico e cantor gospel Andr� Valad�o causou grande pol�mica, na �ltima ter�a-feira (8), ap�s afirmar que gays crist�os precisam saber “o seu lugar”  e n�o devem frequentar a igreja. De acordo com o l�der da Igreja Batista da Lagoinha de Belo Horizonte, “a pr�tica homossexual � considerada pecado”. Nas postagens, Valad�o chega at� mesmo a dizer que homosexuais devem frequentar clubes gays ao inv�s de igrejas
Em conversa com o Estado de Minas, o tamb�m pastor evang�lico e voz do movimento LGBTQIA+ Gregory Rodrigues rebateu as falas de Valad�o e explicou a luta da classe para fazer parte da comunidade religiosa.

“Fico me questionando porque usar o subterf�gio b�blico para se mostrar que est�o corretos? Ent�o, qual � o local destinado aos homosexuais? E toda a classe LGBTQIA quando eles quiserem responder a Deus? A B�blia n�o pro�be de ser homoafetivo. Amar n�o � pecado”, explicou o pastor Gregory. 

Historiador e te�logo pelo Centro Universit�rio Internacional Uninter, o pastor � coordenador titular  da Alian�a Nacional LGBTQIA em Minas Gerais. Gregory � voz ativa do movimento e faz parte de v�rias rodas de conversa sobre o assunto. Ele explica que as falas de Valad�o, al�m de controv�rsas, “mancham o nome da Igreja”.  

“Igreja � um hospital, n�o um tribunal de julgamentos. Eu me sinto violentado na minha f� e envergonhado por ver pessoas usando isso para �dio ao inv�s do amor. Eles se fingem portadores da moral e dos bons costumes e est�o lotados de esc�ndalos e mais esc�ndalos”, afirma.

Igrejas inclusivas 

Nas postagens, Andr� Valad�o chegou a dizer que homosexuais n�o possuem princ�pios bl�blicos. Apesar disso, no Brasil cresce o n�mero de igrejas pentecostais inclusivas, que acolhem os homossexuais. Questionado sobre o assunto, o pastor Gregory enfatiza a import�ncia desses locais. “O verdadeiro lugar de LGBTQIA � um lugar que os acolhe. Seja um terreiro de umbanda, seja dentro de uma igreja, seja onde for, onde aceitem o amor. O lugar dessas pessoas � onde eles se sintam amados. Caso compartilhem da f�, procurem igrejas inclusivas, onde possam se encontrar com Deus.”

“Os homens de f�” 

Sobre os recentes esc�ndalos envolvendo pastores e l�deres religiosos, como os casos da deputada federal Flordelis (PSD), que est� sendo acusada de mandar matar o pr�prio marido, e do padre Robson, acusado de lavagem de dinheiro, Gregory se mostra envergonhado em nome da religi�o. 

“Essas atitudes mancham o nome da institui��o igreja em todos os aspectos. Esse tipo de atitude mancha o Evangelho. A prega��o deveria ser do amor. A institui��o tem sido hip�crita depois da elei��o do Bolsonaro, vista com interesses mundanos e financeiros. Esses casos mostram apenas que perdemos o verdadeiro prop�sito. A Igreja est� cada vez mais ligada ao humano, o que acaba afastando, muitas vezes, as pessoas da f�.”

Luta LGBTQIA+

No Brasil, as estat�sticas oficiais, quando se trata de LGBTfobia, s�o escassas. Apesar disso, algumas institui��es tentam relembrar a import�ncia desses dados. Esse � o caso da ONG Grupo Gay da Bahia, que registrou a viol�ncia contra LGBTs, de 2016 a 2018.

Segundo pesquisa feita pela ONG, a cada 20 horas, um (a) LGBT morre no Brasil, por conta da LGBTfobia. O grupo tamb�m registrou um aumento de 30% nas mortes em 2017, quando 445 pessoas foram mortas, em rela��o a 2016, ano em que 343 mortes foram motivadas por LGBTfobia. J� em 2018 esse n�mero caiu, mas ainda se manteve alto, com 420 mortes.

Entre as 445 v�timas de 2017, 387 foram assassinadas e 58 cometeram suic�dio. A maior parte dos assassinatos aconteceu em via p�blica (56%), mas uma grande parte (37%) ocorreu na casa das v�timas, detalhe que indica que o crime teria sido realizado por conhecidos.

Das 445 v�timas de LGBTfobia registradas em 2017, 194 eram gays (43,6%), 191 trans (42,9%), 43 l�sbicas (9,7%), 5 bissexuais (1,1%) e 12 heterossexuais (2,7%). 

De acordo com Relat�rio Mundial da Transgender Europe, de um total de 325 assassinatos de transg�neros registrados em 71 pa�ses nos anos de 2016 e 2017, 52% – ou 171 casos – ocorreram no Brasil.   
 
* Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie. 
 


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