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Estado de Minas Mirante no Centro

Um terra�o para apreciar BH de camarote? Conhe�a o fim de tarde no Acaiaca

Evento para contemplar fim de tarde do alto de um dos edif�cios mais ic�nicos do Centro volta a oferecer vista �nica da capital emoldurada pela Serra do Curral


11/03/2023 04:00 - atualizado 11/03/2023 08:35

O c�u colaborou, o Sol deu seu espet�culo da tarde e as estrelas trouxeram brilho, na medida certa, ao in�cio da noite. No 25º andar do Edif�cio Acaiaca, �cone do Centro de Belo Horizonte, 100 pessoas se reuniram para admirar, ao poente de uma quarta-feira de mar�o, a paisagem desenhada pela capital aos p�s da Serra do Curral e toda a movimenta��o urbana enquadrada por pr�dios, igrejas, murais, arredores...

Com brinde e boa m�sica, voltou � cena, ap�s interrup��o pela pandemia, o Fim de Tarde no Terra�o Acaiaca, evento “nas alturas” que abre as portas ao turismo e � divers�o.

“Este � mesmo um belo horizonte, faz jus ao nome da cidade”, comentou a professora de alem�o e portugu�s, Juliane Costa W�tzold, que vive h� 20 anos na Alemanha, satisfeita com a contempla��o da paisagem ao lado da m�e, Maria das Gra�as Costa.

Lembrando que sempre teve o Acaiaca como refer�ncia urbana e afetiva – “De olhar o pr�dio, ao passar pela Avenida Afonso Pena rumo � escola, ou de ir ao antigo cinema” – Juliane ficou impressionada ao observar do alto do pr�dio o crescimento da capital. E aplaudiu a beleza entre montanhas.
Pessoas conversam diante de paredes de vidro para apreciar a vista
(foto: T�LIO SANTOS/EM/D.A PRESS)
Tamb�m admirado, e com a cidade a seus p�s, o casal Martim Ibrahim, administrador, e Andr�a Lanna, arquiteta, morador do Bairro Sion, na Regi�o Centro-Sul da capital, identificou v�rios pontos na imensid�o, com destaque para o patrim�nio hist�rico edificado, o Parque Municipal Am�rico Renn� Giannetti e a Serra do Curral. “Temos muitos bens culturais importantes, mas estou vendo, na serra, uma �rea de minera��o que nunca tinha notado”, observou Andr�a, enquanto o marido se impressionava com o contraste “entre a selva de concreto e a natureza”.
Vista da Avenida Afonso pena do alto do mirante
Ao som de boa m�sica, visitantes apreciam o p�r do Sol e paisagens como a Avenida Afonso Pena se estendendo como um tapete desde a Serra do Curral (foto: T�LIO SANTOS/EM/D.A PRESS)
 
Anfitri� do evento realizado uma vez por m�s, sempre numa quarta-feira – o pr�ximo est� marcado para 29 de mar�o, das 17h30 �s 19h30 –, a gestora do espa�o, Rosana Alkmim de Miranda, destacou a voca��o cultural do Acaiaca e o objetivo da experi�ncia, ao aproximar belo-horizontinos e visitantes da cidade.
Rosana informou que no local rec�m-restaurado do Fim de Tarde, paredes internas foram retiradas h� 30 anos para receber, ent�o, 20 salas de escrit�rios. Hoje, o espa�o com 650 metros quadrados e vis�o de 360 graus da paisagem se encontra preparado para eventos com, no m�ximo, 150 pessoas. E um detalhe precioso para comodidade: o elevador, que j� foi considerado o mais r�pido de BH, chega ao 25º andar.
Casal e ao fundo parte da vista do mirante
Martim Ibrahim e Andr�a Lanna: com a cidade diante dos olhos, o casal se impressionou com o contraste entre o verde e o concreto (foto: T�LIO SANTOS/EM/D.A PRESS)
 
Ao final da experi�ncia de quarta-feira, houve uma apresenta��o sobre o Acaiaca a cargo de Rosana e da irm� dela, Juliane Villa�a. “Todo mundo tem uma hist�ria com este edif�cio-�cone do Centro de BH. � algu�m que curtiu o cinema (hoje igreja evang�lica) ou foi ao dentista. Agora, pode retornar para apreciar a paisagem”, disse Juliana, com bom humor. Logo em seguida, em v�deo institucional, o presidente do conselho do condom�nio do Edif�cio Acaiaca, Antonio Rocha Miranda, de 85 anos, autor do livro “Edif�cio Acaiaca: O colosso humano e concreto”, demonstrou seu entusiasmo: “Vir a Belo Horizonte e n�o visitar o Acaiaca � o mesmo que ir a Paris e n�o conhecer a Torre Eiffel”.

Rela��es afetivas 

Durante o evento, hist�rias se cruzaram, enquanto o saxofonista Edsaxx mostrava seu talento em m�sicas bem apropriadas para o momento. Um grupo feminino fotografava a paisagem e sentia o vento perto da janela, enquanto brindava com espumante e ensaiava alguns passos ao som das can��es.

Professora residente em BH, Ana Cristina de Sousa Cardoso lembrou de muitas idas ao Acaiaca na conversa com a cunhada Ang�lica Cardoso, a filha, Lu�sa Cardoso, a irm� Fab�ola Cardoso, as amigas Luciana Lobato e Ana Cristina Costa Val, e a sogra do filho, Elizete Ferreira. “Meu primeiro contato com o edif�cio foi a partir da Igreja S�o Jos� (atual Santu�rio S�o Jos�). Nunca tinha vindo aqui no alto. Agora, acho que todos precisam viver esta experi�ncia”, afirmou.
 
Mesmo com muletas, devido a uma tor��o no tornozelo direito, a estudante de arquitetura B�rbara Hoffmann, de 22 anos, aproveitou bem as duas horas entre o cair da tarde e a chegada da noite com Lua e estrelas. “Temos uma vista incr�vel aqui do alto, podemos ver toda a malha urbana e sentir que BH se tornou mesmo uma metr�pole”, disse B�rbara. Ao lado, a amiga Camille Rabbi, de 24, tamb�m futura arquiteta, comentou sobre a beleza da luz do ver�o “que d� um tom dourado � cidade”.
Duas mulheres observam a vista
B�rbara Hoffmann e Camille Rabbi, futuras arquitetas,se surpreendem com a vis�o da malha urbana sob beleza do fim de tarde de ver�o (foto: T�LIO SANTOS/EM/D.A PRESS)

O caminho do mirante 

» Para fazer o agendamento do Fim de Tarde no Terra�o Acaiaca, o interessado pode comprar o ingresso pela plataforma Sympla, com o link na bio do Instagram @terracoacaiaca.
 
» O pr�ximo evento est� marcado para 29 de mar�o, das 17h30 �s 19h30.
» O ingresso custa R$ 100 e d� direito � primeira ta�a de espumante (que pode ser trocada por cerveja, �gua de coco ou refrigerante), �gua, petiscos (queijos, p�es, pat�s, amendoim e chocolate) e uma apresenta��o sobre a hist�ria do Edif�cio Acaiaca.

Heran�a ind�gena e do Jequitinhonha no Acaiaca

Se a paisagem do alto do pr�dio que � um dos marcos do Centro de BH j� � um espet�culo, o rec�m-restaurado Edif�cio Acaiaca, constru��o com 130 metros de altura e 30 andares, parece formar um par perfeito para a contempla��o. Na fachada, como testemunhas de quase oito d�cadas, encontram-se os �ndios ou ef�gies ind�genas – um virado para a Rua Esp�rito Santo, outro, para a Rua dos Tamoios –, testemunhas dos acontecimentos na Avenida Afonso Pena, das manifesta��es populares na escadaria da Igreja S�o Jos�, do surgimento dos arranha-c�us e, acima de tudo, do crescimento da metr�pole.
 
Conforme estudos arquitet�nicos, as ef�gies s�o fruto de uma �poca de transi��o para o modernismo, quando s�o incorporados � arquitetura elementos da cultura nacional. O nome do pr�dio tamb�m vem de uma lenda ind�gena: nas proximidades do Arraial do Tejuco, atual Diamantina, havia um povo que venerava um frondoso cedro, ao qual chamavam Acaiaca. Reza a tradi��o da tribo que no come�o do mundo, o Rio Jequitinhonha transbordou, inundou tudo e s� um homem e uma mulher sobreviveram, pois subiram na �rvore para se proteger. Depois que as �guas baixaram, o casal repovoou a Terra.

No estilo art d�co, o edif�cio constru�do pelo empreendedor Redelvim Andrade, natural da regi�o de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, teve projeto do seu genro, o arquiteto Luiz Pinto Coelho. No local, havia uma igreja metodista, erguida 38 anos antes, conta o presidente do conselho do condom�nio, Antonio Rocha Miranda.
 
O pr�dio localizado no n�mero 867 da Avenida Afonso Pena tem quatro pavimentos acima do terra�o, incluindo antiga moradia do caseiro, casa de m�quinas e c�pula. Com o subsolo, s�o 30 andares, o que j� lhe valeu o t�tulo de maior arranha-c�u de BH. Os de saudosa mem�ria v�o se lembrar do cinema que existia logo no t�rreo, diante do qual se formavam longas filas � espera da sess�o seguinte.
 
Na sua hist�ria, o edif�cio abrigou tamb�m lojas de roupas femininas, boate, escola e a primeira sede da extinta TV Itacolomi, dos Di�rios Associados, primeira emissora mineira, inaugurada em 1955.

Abrigo anti-Hitler no cora��o de BH

Tombado pelo Conselho Deliberativo do Patrim�nio Cultural de Belo Horizonte, o Edif�cio Acaiaca, inaugurado em 1947 com projeto que completa 80 anos em 2023, foi erguido durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) – da� haver no subsolo, debaixo do antigo cinema, um abrigo antia�reo. Vale a explica��o de que, na �poca, pairava o temor de que Adolf Hitler (1889-1945) pudesse mandar bombardear o Brasil. Assim, o Acaiaca seguiu decreto do ent�o presidente Get�lio Vargas (1882-1954) para constru��es com mais de cinco andares erguidas no per�odo, assim como ocorre com algumas das edifica��es da Pra�a Raul Soares, tamb�m na capital.
 


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