
A Delegada Adriana das Neves Rosa, titular da Delegacia Especializada de Homic�dios em Santa Luzia, anunciou nesta sexta-feira (11) a conclus�o do inqu�rito sobre o homem, de 30 anos, que matou e esquartejou a m�e, de 52, cujos restos mortais foram encontrados em malas e sacolas numa avenida da Regi�o Norte de Belo Horizonte, em julho.
O homem foi preso em flagrante e, no in�cio das investiga��es, chegou a informa��o de que ele sofria de um poss�vel dist�rbio psiqui�trico. “Foi solicitado um exame de sanidade mental e o diagn�stico � de inimputabilidade, ou seja, que ele possui doen�a mental e n�o tinha consci�ncia da ilicitude do fato � �poca”, explica a delegada.
No entanto, segundo ela, o resultado do laudo de sanidade metal n�o interfere na condu��o das investiga��es. As apura��es foram conclu�das e o suspeito ir� a julgamento.
A Delegada Regional Ana Paula Gontijo explica que, nesses casos, a pena � substitu�da por medida de seguran�a: “A diferen�a de uma pena restritiva de liberdade para a aplica��o de uma medida dessas � que a primeira tem um quanto – 10, 20, 30 anos – e uma progress�o de regime nesse total. J� a medida de seguran�a n�o tem tempo certo e � avaliada periodicamente”.
Com base nisso, o homem est� sendo indiciado por homic�dio qualificado e oculta��o de cad�ver.
Segundo foi apurado, ap�s matar e esquartejar a m�e, o filho acondicionou as partes do corpo em bolsas, malas e sacolas, limpou o local dos fatos e pagou um carreto para descartar as embalagens na rua.
O inqu�rito foi encaminhado para a Justi�a.
A investiga��o
Segundo levantamento dos detetives, a a��o que resultou no homic�dio ocorreu num intervalo aproximado de 10 horas.
As partes do corpo da v�tima foram depositadas em dois locais, sendo os membros e a maioria das v�sceras descartados em via p�blica dentro de bolsas; e parte das v�sceras e a cabe�a lan�ados em um c�rrego.
Segundo a delegada Adriana Rosa, para o descarte das sacolas, o suspeito contratou servi�o de carreto e acompanhou o motorista, apontando o lugar para despej�-las, uma regi�o que fica entre Belo Horizonte e Santa Luzia.
O envolvimento do contratado para fazer o transporte das partes do corpo ou de outra pessoa no crime foi afastado.

“Durante os trabalhos investigativos, a equipe descartou de maneira cabal a participa��o de terceiros, em especial, do senhor que realizou o carreto. O filho da v�tima tomou o cuidado de colocar v�rias roupas para absorver o sangue e impedir que qualquer cheiro diferente pudesse causar suspeita”, diz a delegada.
No inqu�rito consta ainda que os membros do corpo foram localizados por uma testemunha. Ela se interessou pelos objetos descartados e, ao abrir as bolsas, descobriu que eram partes de um corpo humano. A�, acionou a pol�cia.
Trama macabra
Na casa da v�tima, policiais encontraram um trabalho escolar com o nome da mulher e, associado a outros levantamentos, como imagens de c�meras de monitoramento, foi poss�vel chegar ao suspeito e ao local do crime.
J� a cabe�a da v�tima foi encontrada dois dias depois do recolhimento dos membros, pela irm� do acusado, com a ajuda de um policial militar.
De acordo com a delegada, havia um contexto de conflito entre o investigado e a v�tima, podendo o crime estar relacionado a esse fato.
A equipe tamb�m levantou que o suspeito se interessava por estudos b�blicos e encontrou registro de um ritual em que um animal era sacrificado para expira��o de pecados.
“Esse ritual b�blico apresenta a metodologia de desmembrar o corpo pelas juntas e lavar as parte do animal em �gua corrente, e se assemelha muito a esse desmembramento e esquartejamento”, diz a delegada Adriana.
Levantamentos apontam, ainda que a que a mulher provavelmente foi morta enquanto dormia. “N�o identificamos les�es de defesa na v�tima”, observa a delegada.
Ela afirma ainda que o local do crime foi limpo pelo autor, que fez quest�o de manter a sua rotina normal, de ir � igreja todos os dias. Ele foi preso l�.
A filha da v�tima chegou a estar na resid�ncia na manh� seguinte ao crime e n�o percebeu nada diferente, constatando somente que a m�e n�o se encontrava.
“Os peritos identificaram manchas de sangue em um colch�o e um cobertor sobre a cama, mas outras marcas de sangue n�o estavam vis�veis e foram encontradas com o uso de luminol. Tamb�m n�o havia sinais de arrombamento no im�vel”, afirma a delegada.