
A chegada do calor em setembro em meio � pandemia do coronav�rus vem criando um problema para os moradores de Rio Acima, cidade de pouco mais de 10 mil habitantes, localizada na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Com as altas temperaturas, turistas de v�rias partes do estado e do pa�s formam aglomera��es na visita �s famosas cachoeiras do mun�cipio, com transtornos recorrentes � popula��o. Al�m do risco maior de transmiss�o da COVID-19, outra dor de cabe�a � o aumento consider�vel de lixo nas margens.
Durante a pandemia, grande parte das cachoeiras que abrange o Parque Nacional da Serra do Gandarela ficou fechada. Ainda assim, visitantes invadiram o local para pr�tica de lazer, como nado, corridas ou passeios de bicicleta. No feriado de 7 de setembro, v�rios moradores se queixaram do congestionamento de pessoas nos arredores da cidade - pelo menos 3 mil pessoas deixaram a quarentena de lado e foram visitar o ponto tur�stico.
Os parques s� foram liberados para o funcionamento neste s�bado (12), devido � mudan�a no Minas Consciente, programa do Governo do Estado para flexibilizar gradativamente a economia. A partir disso, as microrregi�es que estiverem na onda amarela (fase intermedi�ria) poder�o reabrir os parques.
O Estado de Minas procurou a prefeitura de Rio Acima para comentar a intensa movimenta��o de turistas. Por meio de sua assessoria, o munic�pio alegou que as cachoeiras s�o de responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conserva��o da Biodiversidade (ICMBio), autarquia vinculada ao Minist�rio de Meio Ambiente.

"No fim de semana passado, tivemos um volume de pessoas fora do normal. Vimos v�rias praias lotadas em todo o Brasil, todos os parques cheios. Habitantes da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte deixaram suas casas vieram para Rio Acima, at� porque estava muito calor. O que temos feito por meio da parceria com a Pol�cia Militar, a Pol�cia do Meio Ambiente e a Guarda Municipal � promovermos blitz educativas para mobilizar os visitantes. No �ltimo feriado, n�o houve opera��o. E coincidiu com o volume de gente", afirma Tarcisio Nunes, chefe do Parque Nacional da Serra do Gandarela, que fica sob administra��o do ICMBio.
Ele mesmo se surpreendeu com a enorme quantidade de visitantes em Rio Acima. "Como o parque tem muitos acessos, fica dif�cil fazer o fechamento de todos", diz.
Tarcisio faz um apelo aos visitantes para que mantenham a quarentena e deixem de visitar Rio Acima: "Apesar da flexibiliza��o dos parques, continuamos pedindo �s pessoas que fiquem em casa. A pandemia ainda est� muito s�ria. � preciso respeitar a popula��o das cidades do interior, preservar a sa�de de todos, at� porque os casos est�o aumentando. N�o � porque flexibilizou o funcionamento das cachoeiras que as pessoas t�m de vir em aglomera��o".
Dono de um s�tio na regi�o, Dilson C�ndido Pereira, de 62 anos, diz que ficou preocupado com a quantidade de turistas no �ltimo feriado: "Esse fim de semana foi um horror, tanto no Mingu, quanto no Viana. No Mingu funciona toda a capacta��o de �gua dos propriet�rios da zona rural e tamb�m da cidade. Eles bloqueram a estrada, que estava um caos. Al�m da aglomera��o, v�rios donos de s�tios n�o tiveram acesso �s suas casas, j� que a estrada � muito estreita e os carros estacionados atrapalhavam".
Com a companhia de tr�s amigos, a estudante Emanuela Santos, de 18 anos, foi uma das que se arriscaram a ir � cachoeira. Mesmo sem usar m�scara, ela diz que vem tomando outras as precau��es para evitar o coronav�rus: "Decidimos vir para nos divertir um pouco. Achamos que n�o teria muita gente. Trazemos �lcool em gel e procuramos n�o ficar muito juntos. Assim d� para aproveitar sem risco".
Em rela��o ao ac�mulo de lixo, a estudante afirmou que juntaria os recipientes de bebidas vazios e papeis numa bolsa para jog�-los na lixeira. "Temos que fazer nossa parte para que outros possam usar as cachoeiras tamb�m".
Casos em Rio Acima
De acordo com a prefeitura, Rio Acima contabilizou 237 casos, com tr�s �bitos confirmados e um sob investiga��o. Houve 207 pacientes recuperados e outros 30 ainda sob acompanhamento.