
Situa��o rara e ainda desconhecida, a reinfe��o por COVID-19 levanta diversas quest�es e abre caminho para um conhecimento mais profundo sobre o novo v�rus. O m�dico infectologista Marcelo Ara�jo Campos, professor do Instituto Federal Minas Gerais (IFMG) de Ouro Preto, diz que a identifica��o do caso � um sinal da consist�ncia do trabalho de Vigil�ncia Epidemiol�gica de Itabirito, na Regi�o Metropolitana de BH (RMBH).
O infectologista explica que o paciente suspeito de ter se infectado uma segunda vez pelo COVID-19 tem menos de 50 anos e apresenta sintomas leves da doen�a. “Ele tem hipotireoidismo, que est� controlado. N�o parece ser a causa de uma poss�vel baixa imunidade”, explica o especialista.
O paciente procurou atendimento m�dico pela primeira vez em junho, e na ocasi�o n�o precisou ser internado. O segundo epis�dio ocorreu nessa segunda-feira (14), configurando um per�odo de cerca de 80 dias entre as duas infec��es. Ambos os casos foram documentados atrav�s de exames PCR e enviados � Funda��o Ezequiel Dias (Funed).
O m�dico infectologista Marcelo Ara�jo Campos explica que a investiga��o est� focada em identificar se o paciente teve contato com outras pessoas tamb�m infectadas pelo v�rus. Segundo o especialista, Itabirito recebe muitos trabalhadores de outras regi�es e at� mesmo de outros pa�ses. Tal fato aumenta a chance de diferentes cepas do coronav�rus estarem circulando no munic�pio.
O infectologista explica tamb�m que o trabalho de investiga��o come�a pela tentativa de excluir resultados falsos positivos, e ampliar a busca por outros v�rus respirat�rios al�m do COVID-19. Outra etapa importante � identificar se os v�rus de cada epis�dio s�o ambos Sars-CoV-2, e se s�o ainda de cepas diferentes.
Hip�teses
Em caso de confirma��o da reinfec��o pelo v�rus, Marcelo Ara�jo Campos explica que � preciso responder se o paciente, na verdade, esteve contaminado pelo coronav�rus durante os 80 dias que separaram os dois epis�dios, o que � raro, segundo o especialista; ou se a pessoa contaminou-se novamente ap�s curar-se da doen�a.
Existe a possibilidade de o v�rus dos dois epis�dios serem os mesmos, mas o sorotipo ser diferente. O infectologista chama aten��o para o potencial de tal descoberta. “A diferen�a entre cepa e sorotipo, � que o �ltimo provoca uma resposta imune diferente do organismo. Isso � muito importante para entender como uma poss�vel imunidade de rebanho aconteceria, tanto por infec��es quanto por vacina��o”.