Opera��o Macaw abre guerra contra o tr�fico de animais silvestres

Uma opera��o deflagrada pelo Minist�rio P�blico de Minas Gerais, por meio da Promotoria de Justi�a de Caratinga, denominada “Opera��o Macaw”, cumpriu 24 mandados de busca e apreens�o em Ribeir�o das Neves, Sete Lagoas, Manhua�u, Caratinga, Cara� e Uberl�ndia – todos em Minas Gerais. 

A mega opera��o teve como objetivo combater o crime de associa��o criminosa (quadrilha), lavagem de dinheiro e pr�tica de crimes contra o meio ambiente (guarda ilegal em cativeiro, maus-tratos, com�rcio ilegal e tr�fico de animais silvestres) e contou com o apoio da Coordenadoria Estadual de Defesa da Fauna (CEDEF), do N�cleo de Combate aos Crimes Ambientais (NUCRIM), Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justi�a de Defesa da Ordem Econ�mica e Tribut�ria (CAOET), Grupo de Atua��o Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e Grupo de Atua��o Especial do Meio Ambiente (GAEMA-RJ).

A opera��o foi deflagrada na quinta-feira (17/9) e a cidade de Caratinga, no Leste de Minas, foi um dos principais pontos da a��o dos policiais e agentes. O Secret�rio de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel, Germano Vieira, disse que a opera��o demonstrou a relev�ncia da articula��o interinstitucional para o alcance de resultados efetivos no combate ao tr�fico de animais. "As a��es executadas de forma articulada permitem al�m da apreens�o de animais sob condi��o de irregularidade e maus-tratos, tamb�m a identifica��o dos respons�veis pelos criat�rios ilegais", destacou.

Al�m disso, ordens de busca e apreens�o tamb�m foram executadas em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. Quatro aves silvestres em cativeiro ilegal foram apreendidas no fim da tarde de quinta-feira (17/9). Al�m dessas aves, um jacar�, mico-le�o dourado, macaco-prego, cobras tamb�m foram apreendidos. A expectativa � de que outras esp�cies sejam resgatadas at� o final das opera��es, que continuam em campo.

 

A promotora de Justi�a de Caratinga, Ana Paula Lima da Silva, disse que as investiga��es que culminaram nessa opera��o, identificaram que os suspeitos de tr�fico e maus-tratos aos animais silvestres, tamb�m utilizavam licen�as falsas para transporte de animais. “Essas pessoas movimentam uma grande quantia com essa a��o criminosa. Conforme dados coletados por meio de intercepta��es e quebras de sigilo telef�nicos, identificamos contatos com n�meros de todas as regi�es do Brasil. Ainda estamos iniciando a opera��o, mas j� � poss�vel ter um cen�rio consolidado da atua��o criminosa”, disse.

A opera��o contou com a participa��o de dois auditores da Receita Federal, para fazer as an�lises das notas fiscais e demais documenta��es apreendidas junto aos suspeitos. “A nota fiscal descreve um determinado animal, mas quando se compara com a ave, documentos de transporte e certificado de origem, as informa��es n�o batem. Utilizam essa forma de atua��o para garantir aparente legalidade. � a� que alguns consumidores que n�o t�m conhecimento acabam comprando essas aves de traficantes.”

Pedro Paulo Fonseca, Superintendente do Ibama em Minas Gerais, informou que a Opera��o Macaw indica um norte para as pr�ximas atua��es de fiscaliza��o. “A investiga��o, os resultados colhidos, mostraram que as quadrilhas que atuam no tr�fico de animais silvestres se sofisticaram. Est�o usando m�todos que tentam dar um vi�s legal � pr�tica criminosa, como a venda de animais v�timas de tr�fico com documenta��o falsa”, comentou o superintendente.

Comandante da 12º Companhia de Pol�cia Militar de Meio Ambiente, o capit�o �tila Porto informou que foram apreendidas tr�s armas de fogo durante a opera��o. “A opera��o est� tendo �xito dentro do esperando. Os trabalhos ainda n�o foram finalizados, mas at� o momento a opera��o � exitosa”, disse. O capit�o �tila explicou tamb�m que o tr�fico de animais silvestres �, em muitos casos, mais rent�vel que o tr�fico de drogas. “Um mico-le�o dourado, por exemplo, chega a custar mais de R$ 60 mil”.

 

Instrumentos utilizados para transporte de aves, gaiolas, celulares, notebooks e outros equipamentos eletr�nicos foram apreendidos durante a opera��o. A apura��o dos fatos que originou a opera��o ocorreu no �mbito de Procedimento Investigat�rio Criminal do MPMG, em virtude da apreens�o de araras que estavam sendo traficadas e algumas delas chegaram a entrar em �bito, ainda em 2019, em Caratinga. Devido a isso, o nome da opera��o "Macaw" faz alus�o � tradu��o do nome arara para a l�ngua inglesa.

O combate ao tr�fico de animais silvestres � compromisso firmado entre os participantes da opera��o, que comp�em grupo tem�tico para defini��o de estrat�gias de atua��o no estado de Minas Gerais.

Todos os animais apreendidos no �mbito da opera��o Macaw ser�o entregues para reabilita��o nos Centros de Triagem de Animais Silvestres de Belo Horizonte e Juiz de Fora, administrados pelo Ibama em parceria com o IEF. As esp�cies tamb�m ser�o encaminhadas ao Centro de Triagem e Reabilita��o de Animais Silvestres (Cetras), de Patos de Minas, unidade gerenciada apenas pelo IEF.