Ver galeria . 18 FotosVolta da Feira Hippie � marcada com muito movimento e protesto do setor de alimenta��o
(foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press )
O domingo come�a, aos poucos, a voltar ao normal em Belo Horizonte. Nesta manh�, a Avenida Afonso Pena, no Centro da capital, voltou a ser fechada para o tr�nsito de carros para dar espa�o aos artes�os que ficaram seis meses em casa por causa do isolamento social necess�rio para conter a pandemia do novo coronav�rus.
A retomada da Feira de Arte, Artesanato e Produtores de Variedades, conhecida como Feira Hippie, foi marcada por muitos visitantes que ocuparam a avenida. Acostumada a receber turistas, ainda n�o atendeu muita gente de fora. Os feirantes consultados pela reportagem do Estado de Minasobservam que o p�blico que prestigiou o local, em sua grande maioria, foi o pr�prio belo-horizontino que decidiu sair para passear.
Algumas barracas estiveram vazias, pois h� restri��es para trabalhadores do grupo de risco. Mesmo assim, muitos artes�os idosos trabalhavam no local. O mesmo ocorreu com os clientes que, apesar de terem comorbidades, sa�ram de casa para fazer compras.
Manifesta��o
Embora tenham recebido autoriza��o para funcionar, o setor de alimenta��o da feira protestou no primeiro dia de reabertura. Isso porque eles precisaram ser realocados em dois grupos: um na Rua Esp�rito Santo, entre a Avenida Afonso Pena e a Rua dos Carij�s, e um outro trecho na Avenida �lvares Cabral, entre a Avenida Afonso Pena e a Rua Goi�s.
Com gritos de “alimenta��o, fora exclus�o”, os manifestantes alegam que est�o sendo “expulsos”, “jogados pelas beiradas”, pois n�o queriam ter que sair da Avenida Afonso Pena.
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Alguns feirantes que n�o se uniram ao movimento montaram suas barracas de alimenta��o e registraram fila dos consumidores. Ainda assim, eles foram vaiados pelos protestantes.
Vestido de verde e amarelo, Rodrigo Netcheka Moura integrou ao movimento e foi reprimido pela maioria. “�s vezes acredito que aqui dentro tenha algum candidato a vereador que defende a feira alinhado a esse prefeito que destruiu nossa cidade e est� destruindo nossa feira”, disse o homem � reportagem. “Eu sou patriota, brasileiro e luto por um Brasil melhor, n�o idolatro pol�tico nem partido pol�tico. Nossa Feira Hippie � conhecida internacionalmente. � um absurdo a prefeitura fazer essa ditadura de tirar a pra�a de alimenta��o da feira e colocar na rua Esp�rito Santo”, completou.
Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que a medida foi necess�ria para garantir a seguran�a sanit�ria, tanto dos expositores quanto dos usu�rios. “Para isso, foi necess�rio segregar o setor de alimenta��o, uma vez que as pessoas precisam retirar a m�scara para o consumo de comida e bebida, aumentando o risco de contamina��o. A PBH salienta ainda que alterou a localiza��o atendendo a indica��o escolhida pelo pr�prio grupo de expositores e enquanto durar a pandemia, essa condi��o dever� vigorar”, diz o texto.
Movimento contente
Os artes�os que trabalham na feira est�o contentes com a reabertura. “A expectativa que eu tinha � que hoje seria mais confuso, mas estou otimista”, disse Marcia Regina Vieira. Feirante h� 40 anos, ela concorda com a manifesta��o. “Acho que est�o certos porque ficaram um pouco afastados, mas acredito que tudo vai chegar ao seu lugar, � quest�o de tempo, e se Deus quiser vai dar tudo certo.”
Marcia Regina Vieira, feirante h� 40 anos (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Lindacy de Souza Silva tamb�m trabalha no local h� 40 anos e concorda com o movimento, mas diz que “o importante � a feira ter voltado”. Apesar de n�o ter vendido muita coisa at� �s 10h, ela est� satisfeita de ter a oportunidade de expor suas bolsas fabricadas a m�o, uma a uma. “Est� devagar mas est� nas b�n��os. Estou muito feliz em poder voltar tomando todos os cuidados”, disse.
O passeio de domingo foi muito esperado por Silvania Ribeiro, de 48. “Estou gostando demais da feira que voltou com pessoas mais de longe, ficou bem melhor”, conta a t�cnica em patologia cl�nica. Ela foi fazer compras acompanhada da filha e do genro. “Aproveitei para passear tamb�m. Sempre visitei a feira e estava com saudade”, disse a freguesa que, na metade do trajeto j� havia garantido um sapato e um arranjo de flores.
Curiosidade
Em meio ao movimento de vaiv�m dos clientes, um homem chama aten��o e provoca risada do p�blico. � Paulo Roberto, conhecido como “Chito”, que vende miniaturas em formato de fezes. “Olha a bosta fresquinha, tem coc� de primeira qualidade”, ele grita para atrair a clientela.
Em meio ao movimento de vaiv�m na Feira Hippie, um homem chama aten��o e provoca risada do p�blico pic.twitter.com/EI6OTDLvIL
O produto, feito por ele com p� de serra e cimento, custa R$ 15. “Na rua est�o vendendo de tudo, ent�o eu pensei em fazer alguma coisa que ningu�m vende. Hoje j� vendi tr�s”, conta o comerciante, que tem como melhor recompensa a divers�o do fregu�s.
Preven��o e prote��o
Por consequ�ncia da nova modalidade, com maior distanciamento entre as barracas, al�m de 90 agentes da Guarda Civil Municipal, mais de 100 policiais militares refor�aram o policiamento.
"A gente j� vem planejando o policiamento desde o an�ncio de reabertura da feira", conta major Rafael Rafel Coura Cavalcante. O militar conta que o monitoramento come�ou na madrugada, quando os feirantes come�am a arrumar suas barracas "Temos viaturas no entorno para ver como est� a situa��o. A gente tem um per�metro maior, ent�o por isso a gente teve apoio da Academia de Pol�cia. S�o cerca de 100 policiais a mais s� para cuidar da feira", explica.
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
A previs�o � que o refor�o policial para evitar furtos, roubos e outros crimes, fique at� 16h, mas se precisar, o militar garante que pode estender o hor�rio.
Em decreto publicado no Di�rio Oficial do Munic�pio na quinta-feira (24), a prefeitura estabelece as regras que comerciantes e frequentadores devem seguir para evitar a transmiss�o do novo coronav�rus.
Mais espa�o
Com as novas normas, a feira ocupa um espa�o maior, indo desde a Pra�a Sete, no quarteir�o entre as ruas Carij�s e Rio de Janeiro, at� a Rua dos Guajajaras.
Os principais cuidados a serem observados incluem o uso obrigat�rio de m�scara por todos os frequentadores, inclusive os feirantes; higienizar as m�o dos visitantes todas as vezes que requisitarem uma mercadoria e a proibi��o dos provadores.
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Al�m disso, os comerciantes ficam respons�veis por direcionar as filas e demarcar os espa�os para evitar aglomera��es, observando o distanciamento de dois metros entre as pessoas.
Shows de m�sica ao vivo, dan�a e apresenta��es teatrais tamb�m n�o s�o permitidos, pois podem gerar concentra��o de pessoas. J� no setor de alimenta��o, os cuidados na manipula��o dos alimentos devem ser refor�ados.
As pessoas n�o podem consumir comidas e bebidas no entorno das barracas, apenas sentados em mesas e cadeiras que devem ser limpas e higienizadas, ap�s a troca de clientes.