
Uma opera��o conjunta da Pol�cia Civil e do Minist�rio P�blico de Minas Gerais desmantelou um esquema de venda ilegal de lotes em Santa Luzia, na Grande BH, e terminou com a pris�o de um dos maiores grileiros da Regi�o Metropolitana. Os preju�zos causados pelos crimes ultrapassa a cifra dos R$ 20 milh�es.
As investiga��es apontam que o grileiro preso tinha influ�ncia na pol�tica local e contava com apoio de setores do poder p�blico para cometer os crimes. Foram feitas, tamb�m, nove buscas em im�veis de Santa Luzia e de Belo Horizonte. Foram apreendidos diversos contratos, celulares, computadores, um carro e uma arma.
Segundo a Pol�cia Civil, as investiga��es come�aram a partir de uma suspeita levantada em 2017. "Percebemos a exist�ncia de um com�rcio de loteamentos clandestinos, uma grande �rea sem nenhum tipo de autoriza��o oficial para ser repartida e comercializada em lotes individuais", esclareceu a delegada Bianca Prado. No caso, eram �reas verdes desmatadas pelos criminosos ou locais de bota-fora.
Por meio de documentos que citavam decretos de autoriza��o que n�o existiam, os criminosos vendiam terrenos que variavam entre R$ 40 e R$ 100 mil e tinham at� 200 metros quadrados de extens�o. A promessa � que o lote com a condi��es para constru��o - com rua, energia el�trica e saneamento b�sicom, conforme prev� a lei - seria entregue aos compradores no prazo de seis meses a um ano, mas nunca sa�am do papel.
A estimativa da Pol�cia Civil � que mais de 100 fam�lias tenham sido v�timas do esquema. "Sabemos de um caso de uma fam�lia que vendeu casa e carro para comprar dois loteamentos e a pessoa chegou a tentar suic�dio", detalha a delegada.
O preju�zo para os cofres p�blicos chega � cifra de R$ 3,2 milh�es s� de multas ambientais n�o pagas. "Al�m disso, cabe � prefeitura regularizar a �rea que j� foi mexida, o que seria papel da imobili�ria. N�o sei qual seria a estimativa desse valor", comenta a delegada.
Dentro do esquema, h� a suspeita da atua��o de um escrit�rio de advocacia, respons�vel pela regulariza��o da �rea de bota-fora. "Um esp�lio que nunca teve autoriza��o para comercializa��o. O escrit�rio faz a parceria com o criminoso e se transforma em um com�rcio irregular", comenta.
As investiga��es ainda seguem, com os materiais que foram apreendidos pela Pol�cia Civil. Os envolvidos dever�o responder por associa��o criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro e uma s�rie de crimes ambientais. "Isso � a ponta do iceberg. Outras pessoas v�o aparecer, ainda mais que a influ�ncia dele no meio pol�tico era forte h� pelo menos 10 anos", conclui Bianca Prado.
* Estagi�rio sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie.