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Estado de Minas COVID-19

BH ganha novos 't�neis de desinfec��o', mas Conselho Federal de Qu�mica questiona efic�cia desse equipamento

T�neis foram instalados nas esta��es Carij�s, Barreiro e S�o Gabriel. Conselho Federal de Qu�mica emitiu parecer sobre seguran�a e efic�cia desses equipamentos


06/10/2020 09:57 - atualizado 06/10/2020 19:49

Primeiro túnel instalado na Estação Pampulha(foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)
Primeiro t�nel instalado na Esta��o Pampulha (foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)
Tr�s esta��es de transporte coletivo de Belo Horizonte ganharam na manh� desta ter�a-feira (6), cinco novos “T�neis de Desinfec��o”, que, segundo os respons�veis pela iniciativa, servem para a higieniza��o da popula��o, o que auxiliria no enfrentamento � COVID-19. A efic�cia e seguran�a deste tipo de equipamento, entretanto, � questionada pelo Conselho Federal de Qu�mica.

Os novos equipamentos foram instalados nas Esta��es Hiper Centro Carij�s, Hiper Centro Rio de Janeiro, Barreiro, S�o Gabriel e Venda Nova. O projeto � realizado por meio de uma parceria entre o Cons�rcio Operacional do Transporte Coletivo de Passageiros por �nibus do Munic�pio de Belo Horizonte (Transf�cil),  Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL), Servi�o Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), e Prefeitura de Belo Horizonte.

De acordo comm o Senai, os  ‘t�neis de desinfec��o’ instalados em BH n�o utilizam produtos qu�micos e reduzem a poss�vel transmiss�o do novo coronav�rus para outras superf�cies do ambiente atrav�s da emiss�o de uma n�voa de �gua ozonizada.

“Desta forma, para n�o prejudicar as pessoas ao respirar o oz�nio no formato de g�s, o equipamento processa a solu��o do g�s na �gua em um percentual muito abaixo do que poderia ser prejudicial ao ser humano e que � utilizado at� mesmo para desinfec��o de �gua, tornando-a pot�vel”, diz trecho da nota t�cnica do Servi�o Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que foi respons�vel, juntamente com a Fiemg, pela instala��o do primeiro equipamento na esta��o BHBus Pampulha no m�s de agosto.

Pol�mica

Comumente cabines de desinfec��o utilizam produtos qu�micos que podem causar danos � sa�de porque s�o destinados � limpeza de superf�cies inanimadas e n�o de pessoas. O Conselho Federal de Qu�mica (CFQ/CRQs) e a Associa��o Brasileira de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes (ABIPLA) divulgaram uma nota em conjunto onde criticam a instala��o de “t�neis de desinfec��o” em locais p�blicos.

Em conversa com o Estado de Minas, Rodrigo Moura, conselheiro federal do CFQ, refor�a que esse tipo de procedimento � comum em higieniza��o de m�veis, objetos inanimados e ambientes, mas n�o deve ser utilizado para a descontamina��o de pessoas.

"Para a utiliza��o desse processo em objetos e mobili�rios � preciso ter um profissional qu�mico como respons�vel t�cnico pelo processo. Agora, no caso em tela n�o cabe a utiliza��o de tais procedimentos no ser humano. A Anvisa n�o recomenda tal procedimento. Quando existe d�vida sobre a efic�cia e riscos inerentes se torna necess�ria a ado��o do princ�pio da precau��o. � preciso ter aten��o com rela��o a utiliza��o de novos m�todos que envolvem o uso de produtos qu�micos. Precisamos proteger a sociedade. N�o d� para deixar a popula��o exposta a esse tipo de agente qu�mico", conta.

As institui��es apontam que a Anvisa j� havia se manifestado sobre o tema na Nota T�cnica nº 34/2020, em que diz, “em rela��o ao uso de sistemas de desinfec��o por meio de um t�nel onde s�o pulverizados produtos desinfetantes diretamente sobre as pessoas, n�o existe nenhuma comprova��o de que esta medida seja efetiva contra a pandemia de coronav�rus. N�o existe literatura cient�fica nem recomenda��o de organismos internacionais, como a Organiza��o Mundial da Sa�de sobre esta pr�tica”.

Rodrigo tamb�m chama a aten��o das autoridades e da popula��o para o fato de que n�o h� estudos cient�ficos que comprovem a efic�cia do uso desse tipo de desinfec��o ou de higieniza��o para eliminar microrganismos que eventualmente possam estar depositados em roupas, fato que pode ocasionar uma falsa sensa��o de prote��o.

Os respons�veis pela iniciativa no entanto, alegam que, embora a Anvisa tenha afirmado que ainda n�o foram encontradas evid�ncias cient�ficas de que o uso dessas estruturas tenha algum tipo de efic�cia contra o novo coronav�rus “todos carregamos v�rus, bact�rias e fungos na superf�cie do corpo, tais como cabelos e pele, al�m de objetos expostos, como �culos, malas e bolsas”.  E esclarecem que o procedimento n�o exclui a necessidade das pr�ticas como uso de m�scara, lavar as m�os, utilizar �lcool 70% e se manter em casa, j� que a COVID-19 pode ser transmitida de pessoa para pessoa por got�culas respirat�rias produzidas quando um infectado tosse, espirra ou conversa.

Quando questionado sobre uma outra solu��o que seja compat�vel aos t�neis, o conselheiro explica que no caso do novo coronav�rus, n�o existe nenhum processo similar ao instalado em Belo Horizonte com efic�cia cient�fica para desinfec��o de pessoas. De acordo com ele, a instala��o desses aparelhos causa uma falsa sensa��o de prote��o e deixa a popula��o em risco.

“A melhor solu��o para substituir esse tipo de equipamento se chama: distanciamento social, lavagem das m�os constantemente com �gua sab�o, utiliza��o de �lcool 70%, evitar aglomera��es e seguir os protocolos recomendados pelas autoridades sanit�rias. Essas medidas s�o mais eficazes contra o COVID-19." 


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