Fuma�a tomou Parque Ursulina de Andrade Melo, em BH, que j� perdeu 30% de sua vegeta��o, destru�da pelas chamas (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
A cada 5min30, um novo chamado. Essa foi a realidade enfrentada pelo Corpo de Bombeiros ontem em Minas Gerais. Do in�cio da ter�a at� as 18h do mesmo dia, a corpora��o registrou 199 solicita��es para combate de focos de calor. Entre aquelas de maior destaque estavam os combates na Serra do Cip�, que depois de 10 dias, finalmente, resultaram no controle das chamas, e na mata do bairro Castelo, na Pampulha, em BH.
Cerca de 30% de todo o Parque Ursulina de Andrade Melo, no Castelo, j� foi consumido pelas chamas. O fogo come�ou na manh� de segunda, mas j� queimou 10 hectares de mata. “Na noite de segunda, foi utilizada a viatura Auto Plataforma Escada (APE), um caminh�o composto por uma longa escada retr�til com um esguicho capaz de lan�ar �gua, para realizar o resfriamento da �rea n�o queimada, impedindo a passagem do foco principal de inc�ndio”, informou a corpora��o.
Bombeiros em a��o na capital mineira: estado registrou at� agora 7.643 focos ativos no decorrer deste ano (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
Cansa�o estampado no rosto de quem tem que atuar sob altas temperaturas para combater as chamas (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
Ontem, 33 pessoas, entre brigadistas, militares e volunt�rios, participaram dos trabalhos na mata localizada em BH. No in�cio da noite, o Corpo de Bombeiros permanecia no local com um efetivo de 10 pessoas. Elas monitoravam a �rea e tamb�m combatiam os focos ainda ativos com mangueiras, abafadores e bombas costais.
Chuva, ainda que breve, no d�cimo dia de opera��o foi sinal de otimismo e de �nimo para os brigadistas, bombeiros e volunt�rios que trabalhavam no local durante a tarde. As precipita��es refrescaram os combatentes. Por aplicativos de troca de mensagens, brigadistas demonstraram emo��o com a “ajuda de S�o Pedro”.
� reportagem, a corpora��o explicou que a intensidade e a dura��o da chuva, ocorrida nas proximidades da sede do parque, n�o foram suficientes para conter todos os focos de inc�ndio. Mesmo assim, o breve temporal deu “respiro” na batalha travada contra as chamas, que terminaram sendo dominadas mais tarde.
Para conter o fogo, o Corpo de Bombeiros contou com mais de 100 profissionais atuando na �rea. Um helic�ptero e duas aeronaves sobrevoam os espa�os atingidos pelo inc�ndio para monitorar a situa��o. Ontem, os bombeiros iniciaram as atividades �s 6h. De acordo com o boletim do Instituto Chico Mendes de Conserva��o da Biodiversidade (ICMBio), divulgado �s 10h, um sobrevoo foi feito antes da distribui��o das equipes de combate �s chamas.
Duas frentes de fogo demandaram aten��o ontem. Uma na regi�o conhecida como Alto Pal�cio, onde est� localizada uma parede rochosa de dif�cil acesso. O imponente conjunto de rochas tem entre 200 e 300 metros de altura. O combate foi feito somente com aeronaves. Outro ponto de preocupa��o era o C�nion das Bandeirinhas, onde v�rios pequenos focos resistiam.
(foto: Arte EM)
At� ontem, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) computou 1.688 focos ativos em Minas Gerais – 82,3% do total registrado em todo o 10º m�s de 2019, apesar de considerar apenas cinco dias. Para efeito de compara��o, houve um crescimento de 458% no comparativo entre os cinco primeiros dias de outubro deste ano com o mesmo intervalo de tempo do ano passado.
Historicamente marcado como auge dos inc�ndios em Minas Gerais, setembro tamb�m simboliza o tamanho do desastre ambiental de 2020. Foram detectados pelo Inpe 3.467 focos ativos no m�s – o terceiro maior consolidado nos �ltimos 10 anos. At� o �ltimo balan�o do �rg�o, Minas tinha seis reservas florestais em chamas. Tr�s delas federais e outras tr�s estaduais.
Em todo o ano, Minas registra 7.643 focos ativos de inc�ndio. A cidade mais atingida � Jo�o Pinheiro, no Noroeste do estado, com 175 focos. Na sequ�ncia, aparecem Uberaba (Tri�ngulo) com 155; Paracatu (Noroeste) com 150; Ja�ba (Norte) com 129; e Lassance (Norte) com 112.
Boa not�cia
Depois de cinco dias de combates intensos, bombeiros e brigadistas conseguiram tamb�m dominar o inc�ndio que tomava conta do Parque Estadual do Itacolomi. A ocorr�ncia deixou o c�u de Ouro Preto, na Regi�o Central do estado, tomado pela fuma�a desde sexta-feira.
Ontem, 52 combatentes trabalharam no local, entre militares, brigadistas florestais e servidores do governo de Minas. Um helic�ptero dos bombeiros auxiliava a equipe. A informa��o da extin��o dos focos de inc�ndio foi dada pela informa��o por volta das 18h de ter�a-feira.
Outra ocorr�ncia controlada pelos militares foi na Serra da Moeda. Uma linha de fogo de aproximadamente seis quil�metros tomou conta da s�rie de montes. As equipes usaram abafadores, bombas costais e sopradores para combater as chamas.