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Estado de Minas

Linha de fogo na Lapinha da Serra chega a 2 quil�metros de extens�o

Ainda extenuados pelo trabalho de extin��o do maior inc�ndio registrado na Serra do Cip�, brigadistas voltam � carga na trilha do Bicame, na mesma regi�o, que sonha com as chuvas. Bombeiros e duas aeronaves atuam no local


09/10/2020 11:15 - atualizado 09/10/2020 16:56

Combate ao incêndio nas primeiras horas da manhã de hoje(foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
Combate ao inc�ndio nas primeiras horas da manh� de hoje (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)


A sexta-feira come�ou com uma dura luta contra o fogo na Lapinha da Serra, �rea da Cachoeira Virgolino, em Santana do Riacho, Regi�o Central de Minas Gerais. A esperan�a de acabar com o inc�ndio por conta da aproxima��o das chuvas n�o vingou e o sol forte e vento dificultam os trabalhos. 

“No local h� uma extensa linha de fogo de aproximadamente dois quil�metros, descendo sentido p� da serra onde h� risco de chegar �s resid�ncias que est�o na regi�o. No momento, temos 11 militares e 25 brigadistas trabalhando em conjunto com o apoio de dois Air Tractors no combate �s chamas”, informou a corpora��o nesta manh�. 

O fogo come�ou um dia ap�s extinto o maior inc�ndio j� registrado na Serra do Cip�. As chamas agora est�o em uma �rea j� lim�trofe com a Serra do Espinha�o. 

Antes do raiar do dia, a brigada voluntária da Lapinha da Serra já estava pronta para a guerra contra o fogo(foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
Antes do raiar do dia, a brigada volunt�ria da Lapinha da Serra j� estava pronta para a guerra contra o fogo (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)


Segundo informa��es apuradas pela reportagem, combatentes pediram ajuda devido � propor��o do fogo em rela��o ao material em m�os para o trabalho. Durante toda a madrugada de ontem, brigadistas tentaram, mas foram vencidos, e as labaredas tomaram toda trilha e chegaram � Cachoeira do Bicame, um dos pontos tur�sticos mais paradis�acos da regi�o, com uma queda d’�gua de 25 metros, mas que infelizmente permanecia tomado pelo fogo.

Brigadistas pedem socorro. Parte das equipes ainda nem p�de descansar da batalha de 10 dias na Serra do Cip� e j� voltou ao combate ontem. No in�cio da manh�, a informa��o era de que os combatentes agiam para evitar que as chamas chegassem ao vilarejo, para depois lutar contra as linhas de fogo que estavam nas trilhas.

Exaustos e sujos, mas aguerridos. Enquanto aguardavam refor�os para ajudar a debelar um grande inc�ndio no Vale do Soberbo, os combatentes que atuavam na Lapinha da Serra, a maioria brigadistas volunt�rios, mostraram as marcas da “guerra ao fogo”, que j� durava mais de 24 horas. Somente no fim da tarde de ontem, o Corpo de Bombeiros chegou para dar aux�lio. A reportagem, que saiu da Belo Horizonte ap�s o in�cio do inc�ndio, chegou ao local antes dos bombeiros.
 
No entanto, o Corpo de Bombeiros afirma que foi chamado ontem, por volta das 14h, pelos funcion�rios do Parque Estadual da Serra do Intendente para controlar o inc�ndio que come�ou na quarta e se alastrou rapidamente.  
 
“Sempre combatemos inc�ndio com o que temos. Agora, temos equipamentos do parque, mas sempre resolvemos aqui do jeito que a gente sabe”, conta Djalma Domingos Ferreira, nativo da Lapinha. Ele diz ainda que ficou mais de um dia em atividade “apagando fogo com ramo de arbusto mesmo. Se o equipamento falhou ou danificou, a gente usa o que tem na natureza mesmo”. A solu��o, que � um consenso, seria a chegada das chuvas, que at� se prenunciou ontem, mas n�o caiu, de fato, em intensidade suficiente.

Para Claudemir de Azevedo, meteorologista do 5º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as precipita��es podem chegar em breve � regi�o. "A intensifica��o de uma �rea de instabilidade em S�o Paulo contribui para forma��o de nuvens e maior nebulosidade em Minas, incluindo a regi�o da Lapinha da Serra", comentou. "J� h� chances de chuva por l� at� o final da semana, o que pode, sim, contribuir para diminuir os focos inc�ndios", completa.


 
Sem chuvas, um dos l�deres dos brigadistas reuniu a equipe, que em conjunto resolveu esperar refor�os para imprimir um combate mais eficaz e, principalmente, preservar a seguran�a desses guerreiros na tarde de ontem. “Um � a seguran�a do outro. O companheiro de cada um de n�s vem em primeiro lugar. Um � o ombro do outro. Ent�o, tem que olhar seu lado direito, seu ombro direito e o esquerdo. Seu companheiro tem que estar do seu lado. Contato visual, jamais se perder”, afirmou Cristiano Reis.

Ele orientou os colegas de brigada sobre a import�ncia do trabalho em equipe durante o inc�ndio na Lapinha da Serra. “A nossa roupa � amarela exatamente para facilitar o contato visual. Ent�o, se eu estiver l� em cima com qualquer um que seja, um � salvaguarda do outro. Mas vamos esperar agora a ajuda chegar, pois precisamos de equipamentos”, disse o brigadista Cristiano Reis ao Estado de Minas.
 

Santu�rio da flora


O parque da Serra do Espinha�o, na Regi�o Central de Minas, tem �rea de 33,8 mil hectares. Cobre terras das cidades de Jaboticatubas, Santana do Riacho, Morro do Pilar e Itamb� do Mato Dentro. O Instituto Chico Mendes de Conserva��o da Biodiversidade (ICMBio) administra o local desde 2007.

Com cerca de 1,6 mil esp�cies de plantas, a reserva � considerada um santu�rio da flora brasileira, sobretudo, brom�lias e orqu�deas. Seriemas, tucanos e maritacas s�o vistos com facilidade, enquanto o lobo-guar�, o tamandu�-bandeira e a on�a-pintada s�o animais amea�ados de extin��o, mas est�o abrigados e protegidos na regi�o.

Castelo


Em Belo Horizonte, os bombeiros trabalharam pelo quarto dia consecutivo em um inc�ndio que toma conta do Parque Ursulina de Andrade Melo, no Bairro Castelo, Regi�o da Pampulha. Durante a noite de quarta, havia apenas fuma�a no local, mas uma ventania na madrugada de ontem reacendeu v�rios pontos de calor.

Durante todo o dia, o trabalho foi o mesmo: monitoramento de pontos onde o fogo poderia ressurgir. Os militares trabalharam para retirar da mata troncos fumegantes. Por�m, no in�cio da noite, algumas chamas voltaram a dar trabalho aos bombeiros.

"Ainda estamos com alguns pontos de reigni��o na Rua Castelo de S�o Jorge. Estamos fazendo uma linha para combater. Mais � noite, vamos arvorar o APE (combate a�reo a partir de uma escada acoplada ao caminh�o dos bombeiros) para aproveitar o frio noturno. E encharcar toda essa vegeta��o que est� dando alguma reigni��o", disse o tenente Pedro Ivo Nogueira Pereira, na noite de ontem. (Colaborou Cristiane Silva e Gabriel Ronan)


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