A natureza renasce em Lapinha da Serra, ap�s inc�ndio dram�tico
Coleta de dados para invent�rio de esp�cies afetadas por inc�ndio em Lapinha da Serra, a 142 km de BH, � acompanhada pelo EM, que clicou o ressurgimento da rara flora local
Duas semanas ap�s ser debelado um dos maiores inc�ndios registrados em Lapinha da Serra, distrito de Santana do Riacho, na Serra do Cip�, a 142 quil�metros de Belo Horizonte, o Estado de Minas acompanhou no domingo, com exclusividade, a coleta de dados e informa��es que v�o compor um cat�logo de esp�cies destru�das pelas chamas. O trabalho �, tamb�m, essencial para as investiga��es sobre a origem do fogo, que pode ter sido criminoso numa �rea de preserva��o de grande valor do ponto de vista da diversidade ambiental na regi�o Central de Minas Gerais.
Ver galeria . 40 FotosEntre pedras e trincas do ch�o calcinado,a chuva cuida de fazer brotar de novo a vegeta��o em �reasrecentemente castigadas porinc�ndios, como a Lapinha da Serra, na regi�o da Serra do Cip�, onde come�a a ressurgir o verde no que restou de exemplares de esp�cimes como canelas-de-ema, brom�lias entre outras
(foto: Leandro Couri/EM/DA Press )
Durante todo o dia, o coordenador da Brigada Volunt�ria da Lapinha, Cristiano Reis, e o vigia da �rea da cachoeira do Bicame, Gilson Barreto, al�m de autoridades envolvidas na investiga��o sobre o inc�ndio, coletaram provas para o invent�rio da destrui��o. Nos milhares de hectares castigados pelas chamas, o EM constatou que a natureza j� come�a a dar ind�cios de recupera��o.
"A ideia � reunir o maior n�mero de informa��es poss�veis sobre o epis�dio (o inc�ndio) para que n�o haja outros"
Cristiano Reis, coordenador da Brigada Volunt�ria da Lapinha
S�o esp�cies da flora chamuscadas, entre elas canela-de-ema, sempre-vivas, orqu�deas, araticum, catuaba, caju-do-cerrado, brom�lias, margaridas, cactos, ip�s e quaresmeiras, al�m de uma variedade de l�quens coloridos que brotam sobre as pedras, todas elas marcadas pelo fogo.
Houve v�rios focos de inc�ndio nas �reas das cachoeiras Virgolino e do Vale do Soberbo, que deixaram cen�rio de destrui��o
“A ideia � reunir o maior n�mero de informa��es poss�veis sobre o epis�dio para que n�o haja outros”, conta Cristiano, que, em miss�o p�s-guerra, catalogou cada esp�cie e cada animal encontrado. Ao refazer o caminho do fogo, de acordo com os inventariantes, foi poss�vel identificar ind�cios do n�mero de animais de pastagem que passaram por ali.
O fogo teve in�cio na trilha da cachoeira do Bicame e se alastrou por milhares de hectares da �rea preservada na Serra do Cip� (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
O tr�fego de animais, que n�o poderia ter ocorrido em �rea de preserva��o, � um dos poss�veis motivos de ateamento criminoso do fogo. Segundo o fiscal local, que pede sigilo nas investiga��es, “s� pelo fato de algu�m estar por estas terras, sendo que elas est�o fechadas por conta de cinco dias de intensos inc�ndios, pra n�s j� � uma atitude suspeita e que vamos investigar.” No ensaio fotogr�fico, a beleza do cerrado se apresenta, renascendo das cinzas na �rea da cachoeira do Bicame, que fica a 10 quil�metros da vila da Lapinha da Serra.
A natureza brota da terra esturricada duas semanas depois do �rduo controle das labaredas por bombeiros e volunt�rios (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
O invent�rio de animais e da flora destru�dos pelo fogo ser� usado para embasar as investiga��es sobre as causas do inc�ndio (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)