
A criminalidade em Sete Lagoas, cidade localizada na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, vem caindo nos �ltimos anos. E, em 2020, a retra��o tem sido acentuada em v�rias modalidades criminosas. Os crimes violentos – somat�rio de estupro, extors�o, sequestro, roubo e homic�dio – registraram decl�nio de pouco mais de 26% nos nove primeiros meses deste ano em compara��o com o mesmo per�odo do ano passado.
Enquanto que em 2019 foram registradas 844 ocorr�ncias deste tipo de crime, neste ano foram 622 registros. Dentro desse grupo, destaca-se o estupro consumado, que teve retra��o de 46,15%. Foram 13 ocorr�ncias entre janeiro e setembro de 2019 contra sete registros neste ano.
O roubo consumado tamb�m teve se encontra em queda de 33,81% neste ano. Nos tr�s primeiros trimestres de 2019, Sete Lagoas registrou 704 ocorr�ncias deste tipo. Em 2020 foram 466 registros.
Esta modalidade criminosa est� em franco decl�nio na cidade desde 2017. No ano anterior registrou 3.236 ocorr�ncias, segundo dados da Secretaria estadual de Justi�a e Seguran�a P�blica. Em 2017, caiu para 1.917 casos, em 2018 foi para 1.064 e, em 2019, para 911.
Para o major Herivelton Soares, que est� � frente do 25º Batalh�o durante as f�rias do comandante Luiz Marinho, a pandemia de COVID-19 tem relativa influ�ncia nos registros deste ano.
“Esse ano foi at�pico. A pandemia afetou, com certeza, os n�meros. A gente teve um per�odo considerado cr�tico da pandemia, com menos pessoas circulando nas ruas. E isso reduz as ocorr�ncias de roubo. Agora o fluxo de pessoas voltou ao normal. E, considerando que o roubo � um dos carros-chefes dos crimes violentos, a gente esperava essa redu��o”, explicou o major.
Mesmo assim, analisando-se os n�meros de roubos consumados m�s a m�s neste ano, nota-se que os meses de julho, agosto e setembro foram os de menor registro deste tipo de crime, mesmo a cidade j� se encontrando na onda amarela do Plano Minas Consciente. Em julho foram 34 casos, em agosto, 24, e em setembro, 26.
Para Soares, outras a��es da Pol�cia Militar colaboraram para esse quadro. Uma delas � a Opera��o Impacto, uma for�a tarefa realizada h� quatro meses e que conta com apoio do Policiamento Especializado da capital. A a��o acontece no per�odo em que h� pagamento de servidores, aposentados e pensionistas, �poca em que h� maior circula��o de dinheiro nas ruas e, consequentemente, mais casos de roubo.
Al�m disso, a queda dos roubos pode estar associada � mudan�a da sede do batalh�o e � redistribui��o dos policiais, o que ampliou o patrulhamento ostensivo na cidade. Atualmente, o batalh�o conta com efetivo de 250 policiais somente para Sete Lagoas.
“O batalh�o veio para um bairro que historicamente trazia impacto para os n�meros da seguran�a p�blica e isso surtiu efeito. A base comunit�ria que havia neste bairro possu�a um efetivo consider�vel. Com a mudan�a do batalh�o, esses policiais deixaram essa base e foram deslocados para o policiamento de rua, mas em outras localidades.
Na contram�o
A pandemia, que trouxe reflexos positivos para os n�meros, tamb�m teve seu lado negativo. Os �ndices de homic�dios consumados ultrapassaram, em nove meses deste ano, todo o quantitativo registrado em 2019.
Enquanto que no ano passado Sete Lagoas teve 25 ocorr�ncias desta modalidade criminosa, de janeiro a setembro deste ano j� foram registradas 33 ocorr�ncias. A explica��o, segundo major Soares, pode estar relacionada � soltura de presos provocada pela pandemia.
“Em virtude da pandemia muitos detentos foram soltos e o aumento dos homic�dios pode ter liga��o com poss�veis ajustes de contas desses presos com rivais. Al�m disso, um aumento j� era esperado, uma vez que nos �ltimos anos temos conseguido baixar os homic�dios em rela��o � m�dia hist�rica. No ano passado [o �ndice] baixou mais da metade. Estudos comprovam que manter m�dias abaixo da metade n�o depende somente da atua��o de �rg�os p�blicos, mas tamb�m da atua��o da sociedade. Sustentar isso � muito dif�cil”, analisou o oficial.
Mas, mesmo com o aumento em 2019, os n�meros de homic�dio consumado ainda se encontram num patamar abaixo dos �ndices de 2015, quando a cidade possu�a alta taxa de mortalidade por essa modalidade criminosa. Naquele ano, a cidade registrou 43 ocorr�ncias de homic�dio consumado no per�odo entre janeiro e setembro.
“H� que se destacar que toda a vida � importante. Essa � a nossa miss�o. Sete Lagoas j� chegou a registrar mais de 3.200 roubos em um ano. No ano passado fechamos com 960. � uma diferen�a muito grande e estamos aqui para reduzir ainda mais e dar seguran�a � popula��o”, concluiu major Soares.