
O protesto aconteceu no per�odo da noite. Os manifestantes percorreram as principais vias do aglomerado com cartazes contendo frases de ordem e pneus queimados. Segundo os pr�prios moradores, a pol�cia tamb�m reprimiu o movimento.
"O que as pessoas viram foi que a pol�cia chegou atirando nele. Ele correu, mas acabou sendo acertado o pesco�o", conta Cristiane Pereira, a 'Kika', l�der comunit�ria do Aglomerado da Serra. "Acabou tirando mais uma vida. Esse n�o � o papel da pol�cia. � prender".
Procurada, a fam�lia do jovem assassinado preferiu n�o falar com a reportagem do Estado de Minas. Nas redes sociais, amigos e conhecidos lamentaram a morte dele.
"� uma revolta para toda a comunidade. J� � muito triste para uma m�e ter um filho na situa��o em que ele vivia (envolvido com tr�fico), mas, agora, pior ainda: morto pela pol�cia, quem dever�amos confiar e fazer seu verdadeiro papel", comenta Kika.
Na vis�o da l�der, a morte do jovem representa uma "volta � estaca zero".
"S�o v�rias a��es que fizemos, com as lideran�as comunit�rias, com os projetos sociais, pra gente zerar esse �ndice de crimes e de homic�dios. Quando a gente acha que est� tudo bem e acontece uma coisa dessas a gente volta � estaca zero", salienta Kika. "N�o � uma situa��o que a gente quer viver. A favela � lugar de paz, n�o de confrontos, como aconteceu ontem, cen�rio de Rio de Janeiro".
O confronto, segundo a Pol�cia
O confronto aconteceu na tarde dessa quinta-feira, por volta das 14h.

Segundo o boletim de ocorr�ncia, os militares realizavam uma patrulha de rotina em local de atua��o da fac��o conhecida como "Gangue da Igrejinha", a GDI. Os policiais avistaram o jovem em atitude considerada suspeita, t�pica movimenta��o de tr�fico de drogas.
Ainda segundo a PM, o jovem fugiu quando percebeu a presen�a dos militares, que, por isso, realizaram um cerco para captur�-lo. As buscas foram realizadas em becos e vias pr�ximas � Rua da �gua.
O jovem foi visto pelos policiais com uma arma de fogo em m�o, ao lado de mais dois homens. Ainda segundo os militares, foi dada a ordem para que os tr�s deitassem ao ch�o e soltassem o rev�lver. A PM afirma que, apesar dos pedidos, eles desobedeceram mais de uma vez.
Em seguida, de acordo o BO, o jovem apontou a arma para um dos policiais, que atirou contra ele como forma de se defender da amea�a. Logo ap�s o disparo, os tr�s tentaram fugir.
Os outros dois jovens conseguiram escapar, mas o que apontou a arma para os policiais e levou o tiro caiu no ch�o poucos metros ap�s a tentativa de fuga. Ele ainda estava vivo, foi socorrido e levado ao Hospital Jo�o XXIII. L�, recebeu atendimento m�dico, mas acabou morrendo.
Os moradores do Aglomerado fizeram uma ofensiva contra os policiais durante o combate, ainda segundo o pr�prio BO. Os populares jogaram pedras e tijolos como tentativa de conter a a��o dos militares.
Foi confirmado pela pol�cia que o jovem morto atuava na escolta da fac��o GDI. Ele tinha uma extensa ficha criminal e era envolvido firetamente com o tr�fico. Nas redes sociais, pouco antes do embate, ele ostentava em uma foto uma arma semelhante � apreendida.
Por fim, a PM apreendeu uma arma 9mm Glock com numera��o raspada, 18 muni��es do mesmo calibe e tamb�m 17 cartuchos tamb�m de muni��o Glock. O caso foi encaminhado para a 3ª Delegacia de Pol�cia Civil da Regional Centro-Sul.