
O Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG) condenou Calixto Luedy Filho, punido com 195 anos de pris�o pela chacina de Felisburgo (MG), a cumprir mais quatro anos e oito meses de deten��o em regime semiaberto. O julgamento aconteceu nesta ter�a (10), no 1º Tribunal do J�ri da capital.
Dessa vez, Calixto foi punido nesta ter�a por tentativa de homic�dio contra um trabalhador sem-terra. O crime aconteceu em setembro de 2004, dois meses antes do massacre ocorrido na cidade localizada no Vale do Jequitinhonha.
Calixto Luedy Filho tamb�m respondia por amea�a contra 10 ocupantes do assentamento. Por�m, esse crime prescreveu.
Tr�s testemunhas foram ouvidas nesta ter�a, pela manh�. Uma das l�deres dos sem-terra afirmou que viu o acusado nas proximidades do acampamento e que presenciou o momento em que ele atirou contra a v�tima e amea�ou outros ocupantes da �rea.
Segundo a testemunha, na fase policial n�o consta a informa��o de que ela presenciou os disparos porque era comum naquela �poca que a vers�o dos sem-terra n�o fosse registrada pelas autoridades policiais.
Por�m, o acusado negou ter tido participa��o nos crimes. Disse que estava na sede da fazenda no momento dos fatos e que foi outro vaqueiro que acompanhou outro envolvido pr�ximo ao acampamento.
Alegou, ainda, que os vaqueiros � que foram atacados e que ele foi � delegacia no dia seguinte para registrar queixa desse fato.
Ele tamb�m disse que n�o � funcion�rio do primo Adriano Chafik Luedy.
De acordo com Calixto, ele e o parente tinham diversos empreendimentos agr�colas e pecuaristas e apenas se ajudavam. A fam�lia mexe com gado bovino e planta��es de cacau.
O juiz Leonardo Vieira Rocha Damasceno presidiu o j�ri popular.
A quadrilha
Calixto � primo de Adriano Chafik Luedy, propriet�rio da Fazenda Nova Alegria, em Felisburgo. O terreno � ocupado h� anos pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST).
O homem condenado nesta ter�a ficou foragido durante quase uma d�cada, mas foi preso em 2014. No ano passado, a Justi�a condenou o fazendeiro a 195 anos de pris�o por participa��o no massacre, que terminou com cinco mortos e 12 feridos.
Em novembro de 2004, al�m dos homic�dios, a quadrilha colocou fogo em 27 casas e em uma escola do acampamento.
Adriano Chafik comandou o massacre. Ele foi condenado a 115 anos de pris�o em 2013, mas preso s� em dezembro de 2017, quando foi encontrado em Salvador.
No mesmo julgamento que puniu Adriano Chafik, Washington Agostinho da Silva pegou 97 anos de cadeia.
Depois deles tamb�m foram condenados Francisco de Assis Rodrigues de Oliveira e Milton Francisco de Souza, ambos a 102 anos de reclus�o, em julgamento realizado em 24 de janeiro de 2014.
Motiva��o
O fazendeiro Adriano Chafik entrou com a��o de reintegra��o de posse, mas perdeu o processo, e as terras foram demarcadas em favor dos assentados.
A den�ncia do Minist�rio P�blico aponta que, inconformado com a derrota, ele reuniu 14 homens e iniciou amea�as aos assentados. Parte do grupo teria sido conduzida pelo pr�prio Adriano para cometer o massacre em novembro de 2004.