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Estado de Minas RACISMO

Ap�s ter cabelo black apagado, operadora consegue tirar identidade em Ita�na

Sara Policarpo havia passado por constrangimento ao tentar renovar documento em Divin�polis. Na ocasi�o, fot�grafo teria apagado cabelo na foto 3x4


24/11/2020 21:04 - atualizado 24/11/2020 21:58

Sara Policarpo chorou de emoção ao receber segunda via da identidade(foto: Arquivo Pessoal/Sara Policarpo)
Sara Policarpo chorou de emo��o ao receber segunda via da identidade (foto: Arquivo Pessoal/Sara Policarpo)
Tirar a segunda via da identidade virou motivo de emo��o para Sara Policarpo, de 25 anos. Isso porque a operadora de linha de montagem passou uma situa��o de constrangimento perante a um fot�grafo de Divin�polis, no Centro-Oeste de Minas, que apagou o cabelo black da cliente num programa de edi��o, alegando que a imagem sem tratamento iria ser “recusada” na emiss�o do documento. Ap�s denunciar o caso, Sara conseguiu ter o RG em m�os com a foto original.

Na ocasi�o, Sara havia procurado a Unidade de Atendimento Integrado (UAI) de Divin�polis, na sexta-feira (20), para emitir a segunda via da identidade, j� que em Ita�na, onde mora, o servi�o n�o era feito. Ao tirar uma foto 3x4, o fot�grafo disse que n�o seria poss�vel ela aparecer na imagem com o cabelo black. Ela teria que baixar o volume. Ela relatou a hist�ria em um post no perfil do Instagram, gerando muita indigna��o das pessoas com a situa��o de constrangimento pelo que ela teve de passar.

O procedimento de apagar uma caracter�stica negra, o cabelo crespo com volume, � apontado como uma forma de racismo.

Mas nesta ter�a (24) a situa��o foi diferente: Sara conseguiu emitir a segunda via da identidade sem precisar mexer no penteado. O servi�o foi agendado por um delegado da Pol�cia Civil para que a operadora fizesse o documento em Ita�na. Ap�s ter o RG em m�os, a jovem chorou de felicidade, como contou em conversa com o Estado de Minas.

“Fiquei muito feliz. Aqui em Ita�na aceitou a foto tranquilamente, falaram que o meu rosto estava vis�vel, que dava para fazer, sim, a identidade. Voc� n�o sabe a felicidade que estou de ter a identidade. Mesmo se eu tivesse com o meu cabelo preso estaria feliz. Estou muito feliz. Chorei demais. Para muitos parece uma coisa boba, mas para mim foi uma vit�ria”, disse Sara.

Ap�s todo o ocorrido, Sara deixou um recado para quem passar por situa��es de racismo: que leve para frente o relato, para que a voz de quem denunciar seja ouvida.

“(O conselho que dou �) Para n�o se calar, falar o que realmente aconteceu, que passou por racismo. No meu caso eu pensei que n�o seria ouvida, mas todo mundo me ouviu, gente de fora, todo mundo me acolheu nessa causa. A gente pensa as vezes que n�o tem voz, mas nossa voz � muito mais alta do que a gente pensa. Sempre usar os direitos, se acha que passou por algum preconceito”, concluiu.

A Pol�cia Civil de Minas Gerais (PCMG), respons�vel pela emiss�o do documento, informou que a Delegacia Regional, em Divin�polis, investigar� a suposta conduta irregular do fot�grafo. A institui��o disse, tamb�m, que o profissional n�o possui qualquer v�nculo com a PCMG e que ele atua em um com�rcio.

"A Pol�cia Civil refor�a que n�o coaduna com qualquer conduta de racismo", disse, em nota.

A institui��o tamb�m informou que recebeu, na UAI de Divin�polis, as solicita��es de confec��o de documento de identidade das denunciantes, mas as fotografias estavam em desacordo com as recomenda��es da portaria. A Pol�cia Civil destacou, no entanto, que o cabelo ou penteado n�o interferem na confec��o do documento e que precisam seguir "padr�es t�cnicos m�nimos para a fotografia a ser utilizada no processo de carteiras de identidade civil no estado".


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