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Estado de Minas DEBATE

Donos de bares querem di�logo aberto sobre a volta da lei seca

Medida da prefeitura de proibir venda de bebidas alco�licas a partir de segunda-feira (07/12) pegou comerciantes de surpresa


04/12/2020 15:19 - atualizado 04/12/2020 15:50

O casal Andrea e Edmundo se preparava para retomada gradual das atividades quando pego de surpreso pela lei seca(foto: Fernando Prates/Divulgação)
O casal Andrea e Edmundo se preparava para retomada gradual das atividades quando pego de surpreso pela lei seca (foto: Fernando Prates/Divulga��o)
A decis�o da Prefeitura de Belo Horizonte de proibir a venda de bebidas alco�licas a partir da pr�xima segunda-feira (07/12) surpreendeu os donos de bar. A medida veio diante do aumento de casos de contamina��o pela COVID-19, apesar de as autoridades sanit�rias ainda n�o confirmarem oficialmente uma 'segunda onda' da doen�a.

A medida foi anunciada na noite desta quinta-feira (03/12) pelo prefeito Alexandre Kallil (PSD), que j� vinha advertindo os setores comerciais da cidade sobre a possibilidade de fechamento diante do descumprimento das medidas sanit�rias e de distanciamento por parte da popula��o.

Mesmo diante da 'surpresa', o presidente do Sindicato dos Bares de Belo Horizonte (Sindbar), Paulo C�sar Pedrosa, admitiu que era uma 'medida esperada, uma vez que uma minoria de comerciantes do setor n�o vinha atendendo �s medidas restritivas. N�o foi falta de falar', reconheceu.

Pedrosa disse que o sindicato far� uma reuni�o com a diretoria ainda na tarde desta sexta-feira, mas em conversa telef�nica com seus pares, 'sentiu' que a medida tomada pelo executivo municipal foi necess�ria diante da situa��o crescente de casos. "Precisamos cuidar da vida. Muitos hospitais da rede privada suspenderam atendimento por estar no limite de suas capacidades."

O presidente da entidade disse que a Justi�a n�o ser� acionada para inverter essa situa��o, mas que vai procurar o prefeito e as autoridades de sa�de para encontrar uma solu��o que torne vi�vel o funcionamento desses estabelecimentos. "Os meses de novembro e dezembro s�o cruciais para esse setor. Ainda mais diante do que passamos em todo esse ano de 2020. Agora que todos vinham retomando gradativamente as atividades, nos vemos diante dos justos pagando pelos pecadores", se referindo �s in�meras den�ncias de aglomera��es em bares e casas noturnas que levaram ao fechamento de duas dezenas desses com�rcios no �ltimo fim de semana.

Propriet�rios de um dos mais tradicionais pontos culturais da cidade, o Matriz Casa Cultural, que completou neste ano duas d�cadas de atividades, no Edif�cio JK, regi�o centro-sul da cidade, o casal Edmundo Correa, 60 anos, e Andrea Diniz, de 50, se disseram surpresos com a medida. Mas que 'foi necess�ria'.

Eles preparavam a reabertura das atividades em 11 de dezembro, com um show. "Nos preparamos para um novo formato, seguindo todos os protocolos, admitindo 20% da capacidade, abaixo dos 50% exigidos. Mas a decis�o nos deixou em situa��o financeira ainda mais cr�tica", revela Edmundo. 

Ele diz que a posi��o da casa fica ainda mais dif�cil, j� que n�o tem a op��o de venda de comidas e de funcionar como restaurante. "O dono do im�vel considera que tudo est� aberto e voltamos a pagar o aluguel de antes, o condom�nio e o IPTU."

Foram quase nove meses fechados. O casal resolveu suspender as atividades temporariamente mesmo antes do decreto em mar�o. Sobreviveu com um vaquinha digital organizada pelos amigos e frequentadores da casa. Esse dinheiro permitiu que investissem tamb�m na reabertura. "Reformamos, pintamos, realocamos os espa�os para obedecer aos novos crit�rios de seguran�a, adotamos sistema de mesas separadas, sem pista de dan�a e sem boate. J� estavam agendados shows de m�sica brasileira com dois violonistas paulistas e dois mineiros em um sarau com palco aberto. Em 21 de dezembro estava prevista a abertura de exposi��o de ilustra��es do artista Roberto Frank."

Nesse per�odo de fechamento a casa funcionou com sistema de delivery, suficente apenas para cobrir 15% das despesas, 'praticamente as pessoais', admite Edmundo. Por�m, ele defende que a volta das medidas restritivas foi necess�ria, diante do avan�o do novo coronav�rus. "Precisamos garantir a vida e a sa�de das pessoas, mesmo que o tempo de restri��o se prolongue. Temos em mente que � passageiro e que logo voltaremos s�os e salvos."

Situa��o semelhante vive a empres�ria Ros�ngela Maria Ferreira, de 58 anos. H� dez anos o 'Bar da Ninha' funciona na Rua C�lio de Castro, no Bairro Floresta. O espa�o � muito usado por m�sicos e artistas para comemora��es de anivers�rio e confraterniza��es. Ela conta que logo que surgiu o decreto, suspendeu as atividades. No retorno, em outubro, abriu por alguns dias mas preferiu fechar por conta pr�pria devido � restri��o na capacidade. "N�o valia a pena manter aberto para atender por volta de 10 pessoas por dia", disse.

"Ser�o muitas as dificuldades financeiras a enfrentar", reconhece a comerciante. "Mas tudo � recuper�vel, menos a vida. Isso tudo vai passar, mas primeiro precisamos assegurar a sa�de e a sobreviv�ncia das pessoas". Durante a entrevista, Ninha recebeu a not�cia da morte por COVID-19 de um amigo, vizinho e que frequentou o bar por toda essa d�cada. "Estou chocada e sem ch�o. Essa doen�a precisa ser levada a s�rio."


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