
"O tempo da quarentena permitiu que recuperar�ssemos o lugar, ent�o coberto de mato, com muito cupim, e sem os equipamentos necess�rios para os moradores aproveitarem o ambiente", conta, com entusiasmo, a belo-horizontina Giovanna Penido, que trabalha no setor de comunica��o em moda e passou os �ltimos meses, no munic�pio, com o marido e os dois filhos. "Todo mundo participou do mutir�o. Foi muito bom, pois integrou as pessoas, dentro dos protocolos sanit�rios, claro", afirma. Mergulhada no projeto de requalifica��o, Giovanna quebrou o bra�o e passou por uma cirurgia no munic�pio de Par� de Minas, mas depois voltou a "pegar no pesado", como se diz no interior mineiro.
Com o avan�ar dos dias, a empreitada foi ganhando mais adeptos e recebeu o apoio da prefeitura, que cedeu a �gua para plantio e depois iluminou o espa�o. "Toda a vizinhan�a do entorno da pra�a se mobilizou, plantou �rvores, flores e jardins, instalou bancos, fez caminhos de pedrinhas e restaurou um cruzeiro centen�rio de uma antiga fazenda da regi�o, bem como uma grutinha de ora��o", conta Giovanna.
BATISMO
Com toda a movimenta��o, acrescenta Giovanna, v�rias imagens de santos foram sendo incorporadas � grutinha e o nome da pra�a nasceu: Pra�a Todos os Santos da Quarentena. "Neste ano de incertezas e muita instabilidade, o objetivo foi trazer acolhimento e esperan�a. A a��o refor�ou as atitudes e sentimentos de uni�o e amparo, transformando o abandono em afeto e alegria."
Para garantir o futuro do espa�o, os moradores est�o mais solid�rios do que nunca e se empenham em n�o deixar lixo acumulado, plantas no seco e os bancos, que foram feitos por um produtor rural, sem manuten��o. "Com meus novos amigos, mergulhei nas constru��es de pontes e pra�as. Projetos que recuperaram minha esperan�a no outro, trouxeram hist�rias e abriram caminhos para a cidade que me acolheu nesses dias de tanta incerteza", revela a belo-horizontina Giovanna.