Corpo de mineiro que limpava neve nos EUA chega a Valadares em 30/12

O corpo do valadarense Gilberto Santiago, de 41 anos, que morreu na cidade de Newton, em Massachusetts (EUA), ser� velado neste domingo (27/12), no sal�o da Collins Funeral Home, em Marlborough, tamb�m em Massachusetts. O vel�rio ser� curto, das 14h �s 16h. 

O corpo de Gil, como era chamado pelos amigos mais pr�ximos, chega ao Brasil na quarta-feira (30/12), no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). De l�, segue para Governador Valadares em um carro de uma funer�ria valadarense. O vel�rio, na Capela Vel�rio Santo Ant�nio, ser� no dia seguinte, na quinta (31/12), data em que Gil faria anivers�rio de 42 anos. 

  

Todo esse rito era algo que parecia dif�cil de ser cumprido, desde 17 de dezembro, quando Gil morreu durante trabalho que fazia nas ruas de Newton, raspando a neve que se acumulava nas vias e passeios p�blicos. Ele sofreu uma queda brusca na temperatura corporal e ficou com os pulm�es congelados, conforme diagn�stico m�dico no Hospital de Newton.

 

A partir da�, os amigos organizaram uma vaquinha virtual para arrecadar o dinheiro necess�rio para os funerais, nos Estados Unidos e no Brasil. “Conseguimos arrecadar os d�lares necess�rios, gra�as � solidariedade dos imigrantes. N�s somos muito unidos e solid�rios”, disse Valter V�tor Rodrigues dos Santos, cantor sertanejo, conhecido pelo nome art�stico Bruno Sorocaba.

Sorocaba n�o revelou o valor total da arrecada��o, mas disse que foi suficiente para pagar todas as despesas dos funerais e traslado do corpo, al�m das despesas com passagens a�reas da vi�va de Gil, Luma Ferreira Santiago, e a filha do casal.

Sorocaba conta que Gil era como um irm�o. “Nossa amizade j� somava 20 anos”, disse. Foi Sorocaba quem levou Gil para os EUA e arrumou tudo para ele e sua fam�lia viverem por l�. Minutos antes de morrer, Gil enviou uma mensagem de �udio para Sorocaba, que, segundo o cantor, "� de cortar o cora��o”.

“Valtinho, minha linha de pensamento, cara, � a mesma que a sua. N�o muda. N�s temos uma hist�ria de vida parecida, n�o �, velho? Eu vim da ro�a, n�o sabia escrever nem o 'O' na areia. Fui estudar depois de grande, bich�o velho, de bigode na cara, no meio de criancinha. Mo�o, j� fui pra Portugal, trabalhei e sofri igual cachorro. N�o ganhei nada. Agora n�o quero ficar muito tempo aqui, n�o. Vou construir alguma coisa pra mim e vou embora.”

O sonho de Gil era o mesmo da maioria dos imigrantes valadarenses nos Estados Unidos. Ele emigrou h� um ano.