
O alerta � da investigadora da Pol�cia Civil de Minas Gerais (PCMG), Viviane Ramos. Segundo a profissional, o assassinato de mulheres por c�njuges ou ex-c�njuges tende a aumentar na semana que compreende o Natal e o Ano-Novo.
Estat�sticas
N�meros da Secretaria de Justi�a e Seguran�a P�blica de Minas Gerais (Sejusp) parecem corroborar a tese. Os �ltimos relat�rios disponibilizados pelo �rg�o - referentes a 2018 e 2019 - mostram que a m�dia di�ria de feminic�dios e tentativas registradas durante o recesso supera a m�dia anual.

Os n�meros nacionais deste m�s - contabilizados pelo F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica - tamb�m n�o foram fechados e devem ser divulgados a partir de janeiro. Reportagens publicadas pela imprensa, no entanto, mostram que o Natal foi de trag�dia para muitas brasileiras. Apenas nos dias 24 e 25 de dezembro, ao menos seis mulheres mortas por seus companheiros estamparam manchetes em todo o pa�s - praticamente o dobro que a m�dia anual, que � de 3,3 v�timas por dia. Um dos casos de maior repercuss�o � o da ju�za Viviane Vieira do Amaral, de 45 anos, morta com 16 facadas pelo ex-marido na noite do dia 24 em Niter�i (RJ), na frente das filhas.
Frustra��o
Viviane Ramos aponta alguns dos motivos que levam � intensifica��o do comportamento violento dos agressores. Um deles, segundo a investigadora, � que os eventos familiares e confraterniza��es t�picas do fim do ano geram grande inseguran�a e sensa��o de fragilidade nesses homens.
"Afinal eles est�o fora do seu ambiente de controle. E essa situa��o faz com que eles se sintam expostos e acabem descontando sua agressividade na v�tima, pois acredita que ela seja respons�vel por seu insucesso e frusta��o", explica a agente da PCMG.
Ainda de acordo com a policial, o consumo de �lcool e drogas, que aumenta durante as comemora��es do per�odo, � outro agravante, j� que as subst�ncias tendem a deixar companheiros violentos ainda mais cru�is.

“Romper o ciclo de viol�ncia, no entanto, � algo que o agressor n�o vai fazer por livre iniciativa. A v�tima precisa lutar por sua vida - e as vezes essa � um quest�o de sobreviv�ncia. Quando ela tem uma rede de apoio, � claro, fica mais f�cil”, diz a policial.
Abaixo, algumas atitudes que entes queridos de mulheres em perigo - al�m delas mesmas - podem tomar para a evitar que a noite de R�veillon termine em trag�dia, com base em orienta��es de Viviane, juristas e movimentos de defesa dos direitos femininos.
Perceba os sinais de abuso
Perceba os sinais de abuso
Um sinal importante � quando a mulher passa a noite com medo de se afastar do celular, pois perder uma mensagem do companheiro traria algum tipo de puni��o. Outros ind�cios s�o:
- evitar falar com outros homens, at� mesmo o pai ou os irm�os, para evitar rea��es ci�me.
- Conter gargalhadas ou se expressar pouco, j� que o parceiro critica e controla as a��es da companheira nos m�nimos detalhes.
Cheque se est� tudo bem
Caso perceba que est� diante de mulher v�tima de abuso, pergunte, de forma discreta, se se ela precisa de ajuda. Vale at� escrever um bilhete e inserir no bolso da cal�a dela, por exemplo. Presenciou agress�o ou amea�as? N�o hesite em chamar a pol�cia ou, caso necess�rio, ofere�a seu telefone para que ela disque 180.N�o deixe a v�tima sozinha
O agressor tende a isolar a mulher. Sempre que poss�vel, agregue-a ao seu grupo. Isso reduz as oportunidades de agress�o do c�njuge violento. Caso a v�tima precise levar os filhos para encontrar o pai, sugira que ela v� com mais pessoas.
Presen�a surpresa
No Natal e no R�veillon, � muito comum que homens violentos procurem suas ex-companheiras para conversar ou tentar uma reconcilia��o. Ainda que estejam decididas a n�o reatar o relacionamento, muitas mulheres os atendem, por considera��o � hist�ria que viveram juntos. Esse encontro pode ser fatal. N�o tenha medo de meter a colher na situa��o. Exponha os riscos para a sua amiga e explique que t�rminos diplom�ticos e contatos com o ex s� s�o poss�veis quando o relacionamento foi saud�vel, o que n�o � o caso dela.
Acolha, n�o julgue
N�o xingue a mulher que est� num relacionamento abusivo, n�o nem a critique por suportar os abusos de um companheiro violento. Romper um ciclo de abuso � muito dif�cil para quem vive a situa��o. A melhor postura � demonstrar � v�tima que ela pode contar com voc�.