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Estado de Minas

Feminic�dios em MG sobem no Ano-Novo; veja como ajudar mulheres em risco

M�dia de assassinatos de mulheres no estado chega a dobrar no Natal e R�veillon; entenda o motivo e como o apoio de parentes e amigos pode evitar trag�dias


31/12/2020 13:48 - atualizado 01/01/2021 14:51

Em MG, média de feminicídios tentados e consumados durante o recesso supera a média anual.(foto: Agência PT/Divulgação)
Em MG, m�dia de feminic�dios tentados e consumados durante o recesso supera a m�dia anual. (foto: Ag�ncia PT/Divulga��o)
Na noite de R�veillon desta quinta-feira (31/12), al�m de paz, sa�de e prosperidade, muitas mineiras pedir�o por socorro. Nem sempre, explicitamente, j� que a principal amea�a �, muitas vezes, o companheiro delas, que brindar� a chegada de 2021 entre familiares e amigos do casal. T�o logo os convidados forem embora, essas mulheres ser�o espancadas ou mortas. 

O alerta � da investigadora da Pol�cia Civil de Minas Gerais (PCMG), Viviane Ramos. Segundo a profissional, o assassinato de mulheres por c�njuges ou ex-c�njuges tende a aumentar na semana que compreende o Natal e o Ano-Novo. 

Estat�sticas 

N�meros da Secretaria de Justi�a e Seguran�a P�blica de Minas Gerais (Sejusp) parecem corroborar a tese. Os �ltimos relat�rios disponibilizados pelo �rg�o - referentes a 2018 e 2019 - mostram que a m�dia di�ria de feminic�dios e tentativas registradas durante o recesso supera a m�dia anual.

Média diária de feminicídios durante a última semana de 2019 superou a média geral do ano em 100%
M�dia di�ria de feminic�dios durante a �ltima semana de 2019 superou a m�dia geral do ano em 100%
Entre 24 e 31 de dezembro de 2019, a m�dia de assassinatos tentados e consumados foi de 2 por dia. Ou seja: o dobro do �ndice geral do ano, que foi de 1,04. A �ltima semana de 2018 tamb�m se mostrou violenta. A m�dia di�ria do per�odo foi de 1,37, contra o �ndice anual de 1,2. As estat�sticas sobre viol�ncia de g�nero relativas a dezembro de 2020 ainda n�o foram disponibilizadas pela Sejusp. 

Os n�meros nacionais deste m�s - contabilizados pelo F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica - tamb�m n�o foram fechados e devem ser divulgados a partir de janeiro. Reportagens publicadas pela imprensa, no entanto, mostram que o Natal foi de trag�dia para muitas brasileiras. Apenas nos dias 24 e 25 de dezembro, ao menos seis mulheres mortas por seus companheiros estamparam manchetes em todo o pa�s - praticamente o dobro que a m�dia anual, que � de 3,3 v�timas por dia. Um dos casos de maior repercuss�o � o da ju�za Viviane Vieira do Amaral, de 45 anos, morta com 16 facadas pelo ex-marido na noite do dia 24 em Niter�i (RJ), na frente das filhas

Frustra��o

Viviane Ramos aponta alguns dos motivos que levam � intensifica��o do comportamento violento dos agressores. Um deles, segundo a investigadora, � que os eventos familiares e confraterniza��es t�picas do fim do ano geram grande inseguran�a e sensa��o de fragilidade nesses homens.

"Afinal eles est�o fora do seu ambiente de controle. E essa situa��o faz com que eles se sintam expostos e acabem descontando sua agressividade na v�tima, pois acredita que ela seja respons�vel por seu insucesso e frusta��o", explica a agente da PCMG.



Ainda de acordo com a policial, o consumo de �lcool e drogas, que aumenta durante as comemora��es do per�odo, � outro agravante, j� que as subst�ncias tendem a deixar companheiros violentos ainda mais cru�is. 

Investigadora da Polícia Civil, Viviane Ramos explica que os agressores se sentem expostos nas confraternizações de fim de ano e descontam na vítima(foto: Divulgação)
Investigadora da Pol�cia Civil, Viviane Ramos explica que os agressores se sentem expostos nas confraterniza��es de fim de ano e descontam na v�tima (foto: Divulga��o)
A boa noit�cia � que as mortes por feminic�dio podem, muitas vezes, ser evitadas - sobretudo quando a v�tima encontra apoio dentro do seu c�rculo social. “� importante deixar claro que a culpa pelas agress�es que a mulher sofre n�o � de mais ningu�m, sen�o de quem a agride”, observa a investigadora, ressaltando que a viol�ncia dom�stica � fruto do machismo, problema profundamente enraizado na sociedade brasileira. 

“Romper o ciclo de viol�ncia, no entanto, � algo que o agressor n�o vai fazer por livre iniciativa. A v�tima precisa lutar por sua vida - e as vezes essa � um quest�o de sobreviv�ncia. Quando ela tem uma rede de apoio, � claro, fica mais f�cil”, diz a policial. 

Abaixo, algumas atitudes que entes queridos de mulheres em perigo - al�m delas mesmas - podem tomar para a evitar que a noite de R�veillon termine em trag�dia, com base em orienta��es de Viviane, juristas e movimentos de defesa dos direitos femininos. 

Perceba os sinais de abuso
Um sinal importante � quando a mulher passa a noite com medo de se afastar do celular, pois perder uma mensagem do companheiro traria algum tipo de puni��o. Outros ind�cios s�o: 
  • evitar falar com outros homens, at� mesmo o pai ou os irm�os, para evitar rea��es ci�me.
  • Conter gargalhadas ou se expressar pouco, j� que o parceiro critica e controla as a��es da companheira nos m�nimos detalhes.

Cheque se est� tudo bem
Caso perceba que est� diante de mulher v�tima de abuso, pergunte, de forma discreta, se se ela precisa de ajuda. Vale at� escrever um bilhete e inserir no bolso da cal�a dela, por exemplo. Presenciou agress�o ou amea�as? N�o hesite em chamar a pol�cia ou, caso necess�rio, ofere�a seu telefone para que ela disque 180.

N�o deixe a v�tima sozinha
O agressor tende a isolar a mulher. Sempre que poss�vel, agregue-a ao seu grupo. Isso reduz as oportunidades de agress�o do c�njuge violento. Caso a v�tima precise levar os filhos para encontrar o pai, sugira que ela v� com mais pessoas. 

Presen�a surpresa
No Natal e no R�veillon, � muito comum que homens violentos procurem suas ex-companheiras para conversar ou tentar uma reconcilia��o. Ainda que estejam decididas a n�o reatar o relacionamento, muitas mulheres os atendem, por considera��o � hist�ria que viveram juntos. Esse encontro pode ser fatal. N�o tenha medo de meter a colher na situa��o. Exponha os riscos para a sua amiga e explique que t�rminos diplom�ticos e contatos com o ex s� s�o poss�veis quando o relacionamento foi saud�vel, o que n�o � o caso dela. 

Acolha, n�o julgue
N�o xingue a mulher que est� num relacionamento abusivo, n�o nem a critique por suportar os abusos de um companheiro violento. Romper um ciclo de abuso � muito dif�cil para quem vive a situa��o.  A melhor postura � demonstrar � v�tima que ela pode contar com voc�. 


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