COVID-19: cidades da Grande BH adotam restri��es mais brandas

Enquanto Belo Horizonte optou pelo fechamento total do com�rcio n�o essencial na tentativa de controlar a transmiss�o do coronav�rus, cidades da regi�o metropolitana da capital adotam medidas mais flex�veis para seguir com as atividades abertas.

Preocupados com os rumos da economia em 2021, depois de perdas significativas na arrecada��o e desemprego no ano passado, v�rios prefeitos v�o esperar um tempo a mais para determinar a��es mais r�gidas, por mais que a oferta de leitos de unidade de terapia intensiva esteja no limite.

 

Com protocolos distintos, cada munic�pio ter� diretrizes pr�prias e continuar� se orientando pelo programa Minas Consciente, criado pelo governo de Minas, que regula gradualmente a abertura econ�mica com base no n�mero de casos e na porcentagem de leitos utilizados.

A orienta��o da Associa��o dos Munic�pios da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (Granbel) � que cada chefe de Executivo decida qual protocolo seguir, independentemente da determina��o da capital mineira.

“Praticamente a metade dos prefeitos que administram as cidades da Grande BH est�o assumindo agora suas prefeituras em novos mandatos. Alguns deles n�o t�m experi�ncia na �rea de sa�de e me consultam sobre o que fazer. Temos v�rias situa��es diferentes em Belo Horizonte, Contagem, Betim, Ribeir�o das Neves, Nova Lima, com enorme liga��o com a capital”, ressalta Vitor Penido, presidente da Granbel e ex-prefeito de Nova Lima.

“Mas contamos com munic�pios de at� 25 mil habitantes que s�o isolados. Quando tomamos uma decis�o em conjunto de fechar tudo, a economia se torna um problema mais s�rio. Temos realidades distintas em cada cidade e cada uma deve olhar seu pr�prio protocolo, j� que temos desemprego, falta de sal�rios e pessoas passando fome”, acrescenta.

 

Ele demonstra apreens�o com o futuro dos munic�pios, caso os administradores escolham fechar o com�rcio seguindo o exemplo de Belo Horizonte: “A situa��o � muito preocupante. Come�amos a respirar recentemente, j� que o transporte coletivo, os restaurantes e o com�rcio ficaram no preju�zo de 80% a 90% no come�o da pandemia. Se h� aglomera��o nas ruas por causa dos supermercados e das farm�cias, o que vai alterar se as demais atividades ficarem abertas? Em cada estabelecimento, entram duas ou tr�s pessoas de cada vez, por dia, para fazer suas compras. E o fechamento das atvidades deixa de fomentar desenvolvimento. Fechar tudo s� piora”.

 

Dos munic�pios da grande BH, Brumadinho, com 1,7 mil casos e 20 mortes, foi o que mais restringiu atividades em 2021. O munic�pio decidiu suspender o funcionamento de academias, bares, restaurantes e lanchonetes desde quinta-feira por tempo determinado.

Em novembro, a cidade registrou 45 novos casos de coronav�rus. No m�s seguinte, foram 19 casos positivos da doen�a. Mas apenas em tr�s dias de janeiro, cinco novos casos j� foram confirmados. Segundo o decreto, os restaurantes s� poder�o funcionar em esquema de delivery. J� bares e lanchonetes poder�o entregar os pedidos ou permitir a retirada deles pelos clientes nos estabelecimentos at� o dia 17. A normativa tamb�m suspende o funcionamento dos sal�es de beleza, barbearias e cl�nicas de est�tica at� ter�a-feira.

 

Contagem proibir� o consumo de bebidas alco�licas em bares e restaurantes, seguindo o que j� havia sido feito por Alexandre Kalil em Belo Ho- rizonte. Por enquanto, o com�rcio seguir� aberto, mas a rec�m-empossada prefeita Mar�lia Campos (PT) tem a ideia de restringir no futuro o funcionamento do com�rcio. Ela vai se reunir hoje com entidades de com�rcio para avaliar os pontos. A taxa de leitos de UTI ocupada � de 85%, numa etapa em que o munic�pio j� presenciou 543 mortos por COVID-19 e mais de 14,2 mil casos.

 

J� a Prefeitura de Betim reduzir� o hor�rio de funcionamento do com�rcio a partir de hoje, adotando rod�zio entre shoppings, galerias, restaurantes, lanchonetes, setor de vestu�rio, sal�o de beleza, eletrodom�sticos, m�veis, livrarias e similares. Al�m disso, a cidade aplicar� multa de R$ 90 a R$ 4,5 mil para os que desrespeitarem a norma de usar m�scara. O munic�pio registrou at� agora quase 11 mil infectados e 337 mortes por COVID-19.

 

Nova Lima, por sua vez, segue na onda amarela do Minas Consciente, fase intermedi�ria do programa, com restri��es apenas a servi�os de grande cont�gio, como atividades de recrea��o e lazer, cinemas e eventos de grande porte. Mas os secret�rios se reunir�o na segunda-feira para avaliar as medidas feitas at� agora. O munic�pio anunciou o aumento de 19 para 24 leitos exclusivos para COVID-19. Com mais de 7,9 mil casos, a cidade teve 60 vidas perdidas pela doen�a.

 

Ribeir�o das Neves tamb�m se manter� na onda amarela, abrindo m�o de restringir o com�rcio por causa da crise financeira que atingiu v�rios setores no ano passado. At� o momento, 176 pessoas morreram no munic�pio de COVID-19, com mais de 6 mil casos. �ltima cidade da Grande BH a ter infectados pela doen�a, Vespasiano tamb�m n�o fechar� as atividades, justamente quando 2,3 mil pessoas j� se infectaram e 39 perderam a vida.

 

No momento em que Santa Luzia vive seu per�odo mais cr�tico, o prefeito Christiano Xavier (PSD) alegou em nota que n�o vai sacrificar o com�rcio mais uma vez. O munic�pio n�o aderiu ao Minas Consciente, mas mant�m a maioria das atividades abertas. “N�o vamos colocar os trabalhadores como os vil�es da hist�ria, alegando aumento de ocupa��o de leitos, porque outras cidades fecharam precocemente leitos e hospitais de campanha.” A cidade j� passou de 3,6 mil casos e teve 125 �bitos desde o ano passado.