O Conselho de Senten�a, formado por seis mulheres e um homem, acatou a tese do promotor Jos� Geraldo de Oliveira, de que o acusado praticou o crime de homic�dio qualificado, com recurso que dificultou a defesa de Jeniffer Flaviana Soares, de 19 anos, e ainda com o agravante de o crime ter sido praticado por raz�es da condi��o de sexo feminino. Com isso, o juiz Daniel Leite Chaves aumentou a pena de C�lio, mesmo com a confiss�o espont�nea do autor.
C�lio deve aguardar preso a fase de recurso. O cumprimento da pena, de acordo com a decis�o, ser� em regime inicial fechado.
O caso
No dia 10 de maio de 2020, data em que era celebrada o Dia das M�es, Jeniffer Flaviana Soares havia ido visitar a m�e no Morro do Papagaio, quando foi surpreendida pelo padrastro com golpes de fac�o. Os ferimentos deixaram a jovem parcialmente degolada.
De acordo com a m�e de Jeniffer, a filha tinha desaven�as com C�lio. A progenitora da jovem foi casada com C�lio por 10 anos, mas estavam divorciados h� dois, na �poca do crime. No entanto, viviam sob o mesmo teto.
“A m�e relata que estava dando banho em um dos filhos quando foi chamada por outro filho. Ao chegar � sala se deparou com a filha ca�da, j� sem vida. Ela pegou os demais filhos e foi para a casa da m�e, localizada no mesmo beco”, diz o boletim de ocorr�ncia.
C�lio fugiu ao cometer o crime, mas o fac�o utilizado para matar Jeniffer foi encontrado ao lado do corpo da jovem.
Segundo a m�e de Jeniffer, C�lio era agressivo e j� a havia agredido, mas ela nunca registrou queixa. A v�tima morava na Regi�o do Barreiro.
Amea�a
C�lio Matozinhos se entregou dois dias depois � Pol�cia Civil e assumiu a autoria do crime. Durante a pris�o, de acordo com a institui��o, o homem n�o demonstrou arrependimento e prometeu que mataria outra irm� de Jeniffer ao sair da cadeia.
Durante a pris�o, C�lio informou para a pol�cia que a motiva��o do crime foram as desaven�as que sempre teve com a ex-enteada, dizendo que ela era muito sem educa��o e falava palavr�o pr�ximo de seus filhos, o que ele n�o aceitava.
A delegada Ingrid Estevam, titular do N�cleo Especializado de Investiga��o de Feminic�dio, informou que testemunhas da fam�lia da v�tima haviam ouvido C�lio dizer em outra ocasi�o que "pra matar tem que ser no fac�o, porque voc� apresenta dois ou tr�s dias depois e n�o d� nada. Bobo � o homem que mata mulher no tiro".
Al�m disso, segundo a delegada, o autor do crime teria dito durante o an�ncio de pris�o que quando solto iria matar a filha mais nova (de apenas dois anos) de sua ex-companheira. Antes de executar o crime, C�lio j� teria dito que a mulher teria “uma grande decep��o” no dia seguinte.