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Estado de Minas COVID-19

V�rus n�o tira f�rias: autoridades alertam sobre risco de viagens de ver�o

Em campanha, Secretaria de Sa�de de MG pede que a popula��o fique em casa. Quem viaja, tenta se adaptar ao contexto da pandemia, mas especialista destaca riscos


25/01/2021 11:42 - atualizado 25/01/2021 16:30

Movimento de passageiros na rodoviária de Belo Horizonte: orientação é usar máscara o tempo todo
Movimento de passageiros na rodovi�ria de Belo Horizonte: orienta��o � usar m�scara o tempo todo (foto: Jair Amaral/EM/DA Press - 21/01/2021)

aumento expressivo dos casos da COVID-19 observado em grande parte do Brasil nas semanas depois das festas de fim de ano parece n�o ter intimidado a popula��o durante o per�odo de f�rias. � dif�cil n�o conhecer algu�m que n�o tenha se aventurado por algum destino, especialmente as praias, neste in�cio de janeiro, em pleno ver�o. No entanto, a �rea da sa�de desaconselha essas “aventuras” e especialistas lembram que, mesmo tomando todos os cuidados para evitar a infec��o pelo coronav�rus, os riscos ainda s�o maiores durante as viagens.

No �ltimo dia 17, a Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG) lan�ou a campanha “Cuide-se no ver�o de 2021. Curta o ver�o 2022”, para tentar diminuir a circula��o de pessoas nas principais sa�das, entre elas rodovi�rias e aeroportos, al�m da sobrecarga da rede de sa�de do estado como consequ�ncia de viagens ao litoral – reconhecidamente o destino favorito dos mineiros. “Afinal, o v�rus n�o tirou f�rias e continua a circular”, diz o texto.

“A campanha foca na colabora��o da sociedade para manter o isolamento social mesmo durante o ver�o, esta��o em que parte da popula��o aproveita para viajar. O foco � estimular atitudes de responsabilidade durante o per�odo, refor�ando que a pandemia n�o acabou e novas oportunidades de lazer vir�o”, explica a SES. “A vis�o de longo prazo mostra que � melhor perder as f�rias de 2021 para manter a si e aos outros em seguran�a para desfrutar os ver�es futuros”, justifica a pasta.



Esse conselho tamb�m � compartilhado pelo mineiro Jos� Renato de Melo, de 53 anos. De Betim, na Grande BH, ele se mudou para Guarapari (ES) h� 20 anos. Melo trabalha fazendo o caf� da manh� em uma pousada e, depois do expediente, parte para a praia, onde vende salgados. Segundo ele, o r�veillon foi de aglomera��es na orla e os flagrantes de desrespeito aos protocolos contra a COVID-19 s�o comuns. “Eu utilizo tr�s m�scaras durante o per�odo de tr�s horas em que trabalho na praia, e �lcool em gel, mas nem todos fazem isso”, conta. Ele explica que, hoje, o movimento nas praias � mais tranquilo de segunda a sexta, mas elas voltam a lotar aos finais de semana com turistas e a popula��o local.

Segundo o Mapa de Gest�o de Risco para COVID-19, dispon�vel em uma p�gina do governo do Esp�rito Santo e atualizado pela �ltima vez em 23 de janeiro, a cidade de Guarapari era classifica como de risco moderado. 

Praia da Bacutia, em Guarapari (ES), na última quinta-feira; segundo morador, areias ficam lotadas aos finais de semana
Praia da Bacutia, em Guarapari (ES), na �ltima quinta-feira; segundo morador, areias ficam lotadas aos finais de semana (foto: Reprodu��o da internet/WhatsApp)


“Eu, como muita gente de Guarapari, dependo do turismo, mas eu aconselharia a n�o vir, esperar um pouco, ver se essa vacina ser� eficaz”, analisa Melo. “Entro em contato com clientes meus, eles perguntam como est� aqui e eu falo, ‘Est� complicado, se eu fosse voc�s eu ficava a�. Esperem um pouquinho porque a praia n�o vai sair daqui’”, afirma o salgadeiro.

Apesar do medo da COVID-19, o cicloativista Gil Sotero, de 42 anos, n�o desistiu de viajar, mas usou v�rias estrat�gias para evitar as aglomera��es. Entre o fim de dezembro e in�cio de janeiro, o morador do Bairro Hava�, na Regi�o Oeste de Belo Horizonte, e mais tr�s pessoas, percorreram o litoral norte de S�o Paulo de bicicleta. Eles chegaram a Santos (SP) ap�s viajarem de �nibus e trem, e de l� pedalaram at� Ubatuba. “Fizemos um turismo de isolamento”, define. A viagem durou cerca de 20 dias.

Para driblar os riscos, morador de BH viajou de bicicleta e procurando hospedagens exclusivas para o grupo
Para driblar os riscos, morador de BH viajou de bicicleta e procurando hospedagens exclusivas para o grupo (foto: Arquivo pessoal)


“Uma das nossas estrat�gias foi alugar casas ou hospedagens s� para n�s quatro. Nos hospedamos at� em um barco. Evitamos hot�is e outros locais onde ter�amos contato com gente de fora do nosso grupo”, conta Gil.

Segundo ele, as praias foram o maior desafio. Eles davam prefer�ncia aos locais de dif�cil acesso e sem estrutura de barracas. Mas, durante a viagem, chegaram a ver a movimenta��o em outros locais, como Maresias e Camburizinho, no munic�pio de S�o Sebasti�o, e as praias com bares em Ubatuba. “Nessas praias cheias, quando usavam (m�scara), era de forma errada”.

Desde o retorno para BH, h� mais ou menos uma semana, segundo o cicloativista, eles saem de casa apenas para o necess�rio e seguindo os protocolos de higiene. Sotero considera o saldo positivo. “Ningu�m manifestou qualquer sintoma antes e durante a viagem. E detalhe: todos n�s somos grupo de risco”, conta.

Segundo o Minist�rio da Sa�de, at� domingo, S�o Paulo, que concentra a maior parte das ocorr�ncias da COVID-19 do Brasil, j� somava 1.699.427 casos e 51.502 mortes. 

Aeroporto e rodovi�ria 


Os n�meros tamb�m mostram que a movimenta��o n�o parou no per�odo de f�rias, mesmo com a pandemia. Procurada pela reportagem, a BH-Airport, respons�vel pelo Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, informou que o n�mero de passageiros esperado para o per�odo entre 30 de dezembro de 2020 e 5 de janeiro deste ano era de cerca de 140 mil. No entanto, cerca de 160 mil pessoas passaram pelo local.

Somente entre os dias 4 e 5 de janeiro, foram 30 mil pessoas no terminal a�reo por dia, um n�mero que costuma ser registro no per�odo pr�-pandemia. O total deste m�s deve ser divulgado em fevereiro. Antes da pandemia, o aeroporto costumava receber mais de 1 milh�o de passageiros em janeiro. J� a expectativa para este ano � de 700 mil at� o fim do m�s.

J� no Terminal Rodovi�rio Governador Israel Pinheiro, no Centro de Belo Horizonte, houve queda em dezembro do ano passado. O n�mero de passageiros embarcando na rodovi�ria caiu 50% comparado com o mesmo per�odo do ano passado embarques (de 458.240 para 229.286 pessoas), e 48% nos desembarques (de 398.302 para 207.358 passageiros). O levantamento � da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge).

“Quanto � quantidade de passageiros, a previs�o de diminui��o � de aproximadamente 50% no volume de embarques (de 391.197 para 196.355 pessoas) e de 52% no de desembarques (de 425.738 para 203.410 passageiros)”, informa nota da Codemge sobre este m�s.
 

“De frente para o mar e de costas para a realidade”



O infectologista Carlos Starling, integrante do Comit� Municipal de Enfrentamento � COVID-19 em Belo Horizonte, confirma que estamos sofrendo com os reflexos das aglomera��es de dezembro. “Muita gente retornando de praias com quadros infecciosos, onde v�o com fam�lias inteiras e esquecem que estamos em uma pandemia. �s vezes ficam de frente para o mar e de costas para a realidade. Isso preocupa sim”,diz o m�dico.

Ele lembra que nas praias ocorrem festas, shows e outras atividades que comprometem o controle da pandemia.

Sobre o slogan da campanha do governo estadual, ele concorda que � melhor ficar em casa, e � ainda mais enf�tico. “Evitem viagens, evitem qualquer tipo de aglomera��o. N�o � o momento. Eu n�o sei se em 2022 ainda teremos tranquilidade para isso, mas eu diria: evite aglomera��es e curta os ver�es futuros. E curta todos os dias futuros”.

De acordo com o infectologista, o que pode garantir um ver�o tranquilo no pr�ximo ano � a distribui��o das vacinas contra a COVID-19, que j� come�aram a faltar na primeira semana de distribui��o, devido � alta demanda e o pequeno n�mero de doses dispon�veis. “O que muda a realidade � a vacina. Sem vacina, vamos continuar tendo ondas e mais ondas epid�micas”, refor�a.

Se viajar, cuidado


E para quem ainda insiste e quer sair da cidade ou do estado nos �ltimos dias de janeiro, fica o alerta: “O primeiro cuidado � pensar duas vezes antes de ir, e avaliar a condi��o epidemiol�gica do local. Se estiver com mais de 300 casos por 100 mil habitantes, n�o v�”, diz Carlos Starling. Vale lembrar que os dados sobre a COVID-19 s�o p�blicos e ficam dispon�veis nos sites e redes sociais das prefeituras, governos estaduais e do pr�prio Minist�rio da Sa�de.

O infectologista lembra que, durante a viagem, � preciso usar m�scara durante todo o trajeto, seja no �nibus, avi�o ou carro, e o refor�o de um face shield (placa de acr�lico que cobre o rosto) sobre a m�scara � bem-vindo. Ele tamb�m lembra da necessidade de trocar a m�scara, principalmente se a viagem for superior a quatro horas.  

“No local de destino, evite aglomera��es de toda e qualquer natureza. Se ficar em hotel, tome as refei��es no quarto. O agendamento (para as refei��es nos hot�is e pousadas) ajuda, mas o ideal � fazer a refei��o no pr�prio quarto e evitar aglomera��es na praia”, Ele tamb�m destaca que, seja na praia ou em qualquer outro destino, a higieniza��o das m�os deve ser constante, al�m do uso de m�scara.  

E, na volta, � importante realizar a quarentena. “O ideal � voltar e manter-se em observa��o por pelo menos 10 dias. Evitar fazer visitas, evitar contatos principalmente com pessoas de risco. Eu acredito que vamos continuar com essa eleva��o por um bom per�odo ainda, algumas semanas”, prev� o infectologista. 



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