
“Os funcion�rios do setor de interna��o do Jo�o XXIII, mais especificamente do 4°, 5° e 7° andares, est�o aqui protestando por n�o terem recebido a vacina contra a COVID at� hoje”, diz Carlos Augusto dos Passos Martins, enfermeiro e presidente do Sindicato do Profissional de Enfermagem, Auxiliar de Apoio da Sa�de, T�cnico Operacional da Sa�de, Analista de Gest�o e Assist�ncia � Sa�de de Minas Gerais (Sindpros/MG).
Segundo ele, nesta quarta-feira esses funcion�rios fizeram uma cobran�a � dire��o do hospital e receberam a resposta de que n�o h� previs�o para que eles sejam vacinados. Por isso, decidiram fazer o protesto.
“� a mesma justificativa geral. Diante da escassez das vacinas, eles est�o priorizando alguns setores e pessoas. � o mesmo princ�pio que foi divulgado pelo governo, com a escassez do primeiro lote de vacinas. Mas, o que estamos questionando � que, dentro dos princ�pios do minist�rio e da prefeitura como prioridade, a enfermagem que est� em contato direto com os pacientes e deveria ter os profissionais vacinados. Isso est� previsto no crit�rio do minist�rio”, afirma Martins.
Ele tamb�m explica que os funcion�rios dos andares mencionados, trabalham com pacientes de patologia geral. Mas � comum esses pacientes manifestarem sintomas de COVID-19 durante o per�odo de interna��o. Al�m disso, os trabalhadores s�o frequentemente remanejados para o 6° andar, exclusivo para pacientes com coronav�rus. “Esses funcion�rios dos outros andares s�o remanejados para o 6° andar quando faltam trabalhadores neste setor. Por isso, achamos que � necess�rio que todos da enfermagem fossem vacinados.”
Linha de frente e desorganiza��o
M�nica Pacheco � t�cnica de enfermagem do hospital. Ela conta que trabalha na linha de frente de combate � doen�a. “Inclusive, um paciente veio a �bito semana passada. O que estamos questionando � por que as pessoas que n�o est�o na linha de frente e n�o s�o da �rea de risco, como administrativo, pessoas que s� mexem com documentos, est�o sendo vacinados. E n�s, t�cnicos, estamos lidando diretamente com pacientes e n�o sabemos se essa vacina vai chegar ou quando vai chegar.”
J� Selma Maria de Carvalho, tamb�m t�cnica em enfermagem, reclama da desorganiza��o no hospital. “Estou indignada pela desorganiza��o da vacina��o que come�ou aqui no hospital. N�s ficamos muito felizes com a chegada da vacina, mas, infelizmente, foi um despreparo muito grande. Eu tomei a vacina, mas n�o foi registrado no meu cart�o: qual vacina eu tomei, qual o lote, a data. N�o tenho nada registrado. Eu questionei e a �ltima informa��o que eu tive � que vai ficar para o final da campanha. Enquanto isso, fico sem saber quando vou receber minha segunda dose, se eles n�o t�m controle de quando eu tomei a primeira dose”, afirmou.

Imunizados no setor administrativo
O presidente do Sindpros afirma que, segundo alguns trabalhadores do hospital, outros funcion�rios que n�o lidam diretamente com a doen�a, est�o sendo ou j� foram imunizados. “Funcion�rios da �rea administrativa, da manuten��o e do 1° andar (setor administrativo) todos foram vacinados. Ou seja, eles n�o t�m contato com pacientes e foram vacinados.”
Diante do questionamento dos trabalhadores para o problema, de acordo com Martins, a resposta da dire��o foi a de que eles est�o seguindo o crit�rio determinado. “N�o d�o muita explica��o sobre isso. Estamos cobrando da dire��o da Fhemig uma explica��o, em que ela apresente a quantidade de vacinas que ela tem dispon�vel, quais foram os funcion�rios (cargo) foram vacinados e onde eles est�o trabalhando. Para termos certeza que de fato n�o houve esses fura filas. Mas n�o nos deram resposta”, finalizou.
Em nota, a Funda��o Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) esclarece que a vacina��o contra a COVID-19 no Hospital Jo�o XXIII segue ordem de prioridade estabelecida pelo Plano Nacional de Imuniza��es (PNI), do Minist�rio da Sa�de, em que s�o priorizados, nesse primeiro momento, trabalhadores que lidam diretamente com pacientes com suspeita de COVID-19 e, portanto, est�o mais expostos ao risco de contrair a doen�a - seja profissional da assist�ncia, de setores administrativos ou terceirizados. "Esse � o crit�rio que norteia, neste momento inicial, a prioridade para a imuniza��o", diz a nota. O Hospital Jo�o XXIII recebeu, no dia 19 de janeiro, 3.092 doses da vacina e, at� ontem (26/1), j� vacinou 1.582 trabalhadores.
*Estagi�ria sob supervis�o da editora Liliane Corr�a